sábado, 20 de junho de 2009

Misérias Humanas - Hipocrisia

Maria de Lurdes Rodrigues, politicamente morta desde 8/3/2008, escreveu uma carta aos seus subordinados. Diz a senhora:
“O relatório do CCAP, sem deixar de referir as dificuldades, as resistências e as divergências de percepção, vem confirmar os elevados níveis de concretização, de competência dos avaliadores e de exequibilidade técnica da avaliação, sobretudo depois de aplicadas as simplificações aprovadas em Novembro de 2008 e concretizadas no Decreto Regulamentar n.º 1-A / 2009 de 5 de Janeiro

Com esta afirmação, Maria de Lurdes Rodrigues sublinha, com todo o esplendor, o seu carácter político e o caldo em que medrou este Governo:
1 – Insiste na concretização de um modelo de avaliação que sabe não estar a ser aplicado
2 – Bajula os avaliadores, sublinhando a sua competência avaliativa, quando sabe que uma das principais falhas do modelo reside, precisamente, na incompetência dos avaliadores para avaliar.
3 – Bate na tecla gasta da exequibilidade quando já todos perceberam que o modelo é inexequível. Aliás, ela foi das primeiras a perceber o monstro que criara. E o próprio Governo substituiu o modelo que tornava tecnicamente exequível a avaliação - o merdex, pelo simplex 2.
4 – Venenosa e fingida, tentando salvar a pele perante os colegas de Governo, a quem impingiu a banha da cobra, passa a mensagem de que, mesmo que o modelo fosse de difícil aplicação, a sua simplificação veio resolver todos os problemas. Fingida.

Mas, há mais. Vejam uma das medidas alternativas que propõe ao CCAP. Sim leram bem, MLR, politicamente morta e enterrada, apresenta propostas de solução ao órgão que criou para que lhe fizesse esse servicinho:

“…neste contexto solicito ao CCAP ponderação e parecer sobre a pertinência de, no próximo ciclo avaliativo, ser adoptada, em alternativa, uma das seguinte medidas:

A – Aplicar o modelo de avaliação de desempenho docente tal como previsto no Decreto Regulamentar nº 2 de 10 de Janeiro 2008, com as alterações eventualmente consideradas necessárias, designadamente a respeitante à duração dos ciclos de avaliação. Esta decisão implicaria retomar o carácter obrigatório da componente científico-pedagógica da avaliação, bem como considerar eventualmente, na componente funcional, os parâmetros que avaliam o contributo dos docentes para a melhoria dos resultados dos alunos e para a diminuição do abandono escolar

B – Manter, por mais um ciclo avaliativo, o normativo actualmente em vigor (Decreto Regulamentar 1-A/2009 de 5 de Janeiro que introduziu medidas de simplificação da aplicação da avaliação no ano lectivo de 2008/2009), de forma a permitir às escolas e aos docentes o desenvolvimento e a consolidação das competências avaliativas, bem como um período de maior estabilidade, antes de proceder a novas alterações”

A defunta sabe que a medida A é inexequível, absolutamente impraticável: primeiro, porque as escolas se negaram a aplicá-la, segundo porque entrar com os resultados escolares na avaliação dos professores foi considerado ilegal num parecer da PGR e, terceiro, porque o próprio Governo de que faz parte a repeliu para bem longe.

Então que quer a manhosa?
Simplesmente, quer que os ceguinhos e os apressados se apressem a propor-lhe a hipótese B. Hipócrita!
Quer que os boys e girls que se sentam no CCAP venham legitimar, muito depressinha, o simplex 2. Fingida!

Algo me diz a que esta cartita foi cozinhada com o Ventura. Estes rapazes não têm emenda.

"Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” (Mateus 23:28)
"Porque a congregação dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno.” (Jó 15 : 34)
Reitor

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