domingo, 28 de junho de 2009

E os interesses dos portugueses?

"Cavaco Silva foi sensível aos argumentos da maioria dos partidos políticos e decidiu marcar as eleições legislativas para dia 27 de Setembro"


Cavaco tinha saída muito estreita. Afinal, era apenas o PSD - o seu Partido de sempre - que pretendia a simultaneidade das Autárquicas com as legislativas. Marcá-las simultaneamente seria abrir o flanco às críticas de toda a oposição e, mais grave, fazer incidir sobre si as luzes da ribalta política do momento - luzes que iluminam Manuela F. Leite e relegam Sócrates para a sombra - sem qualquer necessidade e em desfavor da imagem de isenção que cultiva.
É certo que a decisão de Cavaco favoreceu a maioria dos Partidos. Foi de encontro aos seus interesses. Falta saber se a questão fundamental a decidir por Cavaco era essa: o interesse dos Partidos. E ainda se o interesse dos Partidos é idêntico ao interesse nacional, ao interesse da maioria dos portugueses.
Fosse eu a responder e as respostas seriam Não e Não. E marcaria as eleições legislativas em 11 de Outubro, no mesmo dia em se se realizam as autárquicas.
Cavaco foi eleito directamente pelos portugueses e não pelos Partidos políticos. Logo, deve ter sempre presente o interesse de Portugal e não o interesse dos Partidos. Obviamente, se há casos em que os interesses de uns coincidem com os dos outros, este não é certamente um desses casos.
Se perguntarem a vocês próprios e às vossas famílias se haveria alguma confusão em haver dois boletins de voto correspondentes a duas eleições diferentes - e não seria o primeiro caso em Portugal - ninguém responderá afirmativamente. Todos se acharão com capacidade e maturidade suficientes para distinguirem as coisas. Aliás, da parte que me toca, até sinto que os políticos me apoucam sempre que defendem dois actos eleitorais com 15 dias de diferença alegando que eu e os meus concidadãos poderíamos confundir as coisas e que eles - Partidos- não teriam o tempo suficiente para nos explicarem as suas opções e programas. Querem é tacho.
Portanto, não tenho dúvidas:
1 - Os portugueses preferiam as eleições no mesmo dia. Perguntem-lhes!
2 - Poupavam-se imensos recursos económicos e financeiros com apenas um acto eleitoral. Façam as contas!
Cavaco, neste caso, pôs o interesse dos Partidos e o seu interesse à frente do interesse nacional.
É pena.
Reitor

4 comentários:

  1. É verdade, Reitor. Também me parecia preferível que as duas eleições tivessem lugar no mesmo dia. Mas, como diz, Cavaco tinha saída estreita.

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  2. E tem mais, os portugueses votando duas vezes não faltavam tanto, isto é havia menos abstenção, assim vamos ver...

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  3. E a paciência que se poupava? E a sanidade mental que se poderia manter?
    Cavaco não os teve no sítio...

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