sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

PORTUGAL

A sociedade portuguesa entrou há vinte e tal anos numa trajectória de retracção demográfica e divergência económica. Não por causa de conjunturas más, mas porque o estatismo socialista impediu o país – com acesso a um grande mercado internacional, crédito barato e subsídios externos, e com uma população cada vez mais qualificada — de aproveitar a mais favorável época da sua história para fazer a economia crescer e a sociedade prosperar. O Partido Socialista, porém, pareceu até agora invulnerável a esta degradação. O ano passado, teve mesmo o prémio de uma maioria absoluta. A explicação não parecia difícil. O PS capturou o Estado, a partir do qual controla instituições, comunicação social e grandes empresas. Parecia, por isso, destinado a tornar-se cada vez mais forte, perante uma sociedade cada vez mais fraca, e portanto cada vez menos capaz de resistir e de gerar alternativas.