domingo, 4 de maio de 2008

Serviço Nacional de Saúde Num País Socialista

Luxo no SNS
Hospitais fazem cirurgias estéticas a funcionárias

A Inspecção de Saúde descobriu que, no Hospital de S. João, no Porto, estavam a ser feitas cirurgias estéticas, sobretudo reduções e aumentos mamários, a funcionárias do próprio hospital. São operações que o SNS não paga por serem consideradas um luxo. E a Ordem dos Médicos diz que a mesma situação se passa noutros serviços públicos hospitalares


E diz o patego que dirige os serviços, José Amarante de seu nome:

«É natural que haja funcionárias ou familiares de funcionários a fazer aqui esta operação. Afinal, somos o único hospital da região norte com este serviço. Além disso, o S. João tem três mil funcionários»

Ora bem dr. José: 3.000 (funcionários) X 5 (entre pais, filhos, primos e amigos) = 15.000 putativos chuchas a fazerem operações plásticas nos serviços públicos, digamos assim e perdoe-me a brejeirice, à mama.

É natural. Diria até que é normal, Dr. josé.

O que não bate muito certo nem me parece normal, certamente concordará comigo Dr. José, é V. Exa. ainda se manter no cargo, passadas mais de 24 horas sobre a notícia. Isso é que não é normal.

Esta notícia de ontem no SOL é mais um exemplo daquilo que há muito se sabe:

1 - O SNS é para ricos e não para os pobres. Os pobres são os utentes de 2ª do SNS: são atendidos depois dos ricos e poderosos e de todos os que sabem e têm os meios para movimentar-se nos meandros da saúde.

2 - A saúde é um luxo a que tem acesso quem tem dinheiro, poder ou conhecimentos para meter a cunha. Veja-se como são tratados os portugueses que não são funcionários públicos: esperam horas nas filas dos Centros de Saúde para uma vaga, se faz favor, ou para o médico de família (bonito, paternalista e oco conceito este) lhes passar a receita dos medicamentos receitados pelo médico particular para a dor de barriga de domingo, se faz favor novamente.

3 - A sáude, a justiça e a educação: nem todos têm acesso a estes serviços que deveriam ser públicos. Apenas os que podem, os que têm dinheiro ou conhecimentos é que acedem aos bons médicos, aos bons advogados e às boas escolas. O resto são cantigas.

É dever do Estado garantir a todos os portugueses os meios para poderem fazer as suas escolhas:
Deixem-nos escolher os nossos médicos e hospitas;

Deixem-nos escolher os nossos defensores;

Deixem os portugueses escolher as escolas para os seus filhos;

As funções do Estado são apenas duas: tratar os portugueses como cidadãos adultos garantindo aos que não podem os meios necessários para que eles possam fazer as suas escolhas.

Perseguir e punir severamente os que violam a lei e não cumprem as suas obrigações para com a sociedade.

Não precisamos de Estado para mais nada.

Reitor

3 comentários:

  1. Boa tarde
    Linkei este blog ao ProfAvaliação. É um excelente blog. Desconhecia que existia. Parabéns.
    Ramiro

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  2. Quem dera, Reitor, que os seus apelos e as suas críticas chegassem ao dito Estado!...

    Parabéns pela forma como escreve e, sobretudo, por aquilo que escreve!...
    Este país precisa de vozes como a sua...

    Isa

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  3. Obrigado Isa.
    Penso que o país já não vai com "vozes" apenas. Precisava-mos era de um novo 25 de Abril, não de esquerda ou de direita, mas de indignação.

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