terça-feira, 30 de março de 2010

Escolas Públicas ou Escolas Privadas? Prefiro Escolas Apenas.

O texto de João Ruivo, que está aqui, suscitou-me algumas reflexões que vos deixo em forma de "notas". Aqui vai:

"Para onde vai a escola pública?
A escola pública é, talvez, a maior conquista educacional da sociedade portuguesa das últimas três décadas. Uma escola democrática, inclusiva, de todos e para todos, que valorize a cidadania, a aprendizagem, a formação e a educação de crianças e jovens, não pode ser mais um dos mitos elaborados no seio das ciências da educação.

Nota 1 - A maior conquista educacional da sociedade portuguesa das últimas 3 décadas NÃO foi, certamente, a "Escola Pública". Por várias razões. Desde logo porque a escola pública (e a privada) já existia muita antes de 1980. Existem há muito mais de três décadas. Talvez J. R. acertasse mais se dissesse que a verdadeira conquista educacional das últimas décadas foi o acesso em massa das crianças à escola.
Nota 2 - A escola de hoje não valoriza a cidadania nem a aprendizagem. Pelo contrário, acolhe outros "valores", como por exemplo, a irresponsabilidade, a inimputabilidade, o salve-se-quem-puder, o Estudo Acompanhado... mas não a cidadania nem a aprendizagem. Estas coisas dão muito trabalho e requerem muito esforço por parte dos alunos e das famílias.

Antes é uma realidade que se tem vindo a construir dia a dia, com muito esforço e sacrifício de toda a comunidade escolar, porque é um princípio por que vale a pena lutar, já que fortalece a democracia e a construção de um mundo com mais harmonia e mais respeito pela natureza e pela pessoa humana.

Nota 3 - Segundo os dados estatísticos do PORDATA, a escola Pública é "uma realidade que se tem vindo" a esvaziar "dia após dia". Ao contrário, a escola privada é que é uma realidade que se robustece dia após dia.

Os professores estão de parabéns. Com a defesa da escola pública têm dado, mais do que ninguém, um contributo inigualável para o atenuar das desigualdades sociais e para a futura construção de um Portugal, também ele menos desigual.

Nota 4 - Qualquer estudo, português ou comunitário, identifica Portugal como um dos países da Europa onde há mais desigualdade e um daqueles onde mais se têm acentuado as desigualdades sociais. Desigualdade também entre homens e mulheres. Desigualdade na distribuição dos rendimentos. A escola pública não ajudou a sociedade a atenuar as desigualdades sociais, antes pelo contrário, tem vindo a ser um instrumento que favorece as assimetrias sociais.

Não estranha, pois, que nesta infeliz conjuntura de desalento e de fortes emoções, os profissionais do ensino com mais consciência social e cultural vejam os perigos que espreitam a esta escola democrática, erguida sobre a estrutura de um ensino elitista que o Portugal do após 25 de Abril herdou da ditadura.

Nota 5 - Os "profissionais com mais consciência social e cultural" ou seja, os comunistas e os extremistas recauchutados da velha esquerda, com o seu relativismo moral, a defesa cega do eduquês, da escola inclusiva, sem exames, sem dificuldades, sem disciplina e onde mandam as maiorias de braço no ar, estão a desmantelar a escola pública e a torná-la pior que a escola que herdaram da ditadura.

Porém, o então ainda sonho de pensar uma escola que promovesse a igualdade de oportunidades e atenuasse as desigualdades sociais viria a revelar-se como uma das grandes motivações para a acção das últimas décadas do século XX.
Conseguiu-se ainda pouco? Estamos a trabalhar para resultados que apenas serão visíveis daqui a duas ou três gerações? As políticas educativas encheram o caminho de obstáculos difíceis de ultrapassar?

Nota 6 - Blá, blá, blá. Os Amanhãs que Cantam...

É verdade: nas respostas a estas questões temos que dar o nosso acordo. Todavia, isso não invalida que, mesmo os mais cépticos, não reconheçam que as democracias europeias estão longe de poder inventar uma outra instituição pública capaz corresponder, com tanta eficácia, às demandas sociais, quanto o faz ainda hoje a escola pública de massas. Mesmo sabendo-se que há fenómenos, mais ou menos recentes, que colocam em causa os pressupostos dessa mesma escola pública, como o são o aumento da violência nas escolas e generalização do bullying (sobretudo o mais sagaz e traiçoeiro, que é o que utiliza a internet e as SMS), o abandono e o insucesso escolar, a reprodução das desigualdades dentro da comunidade educativa, a incapacidade de manter currículos que valorizem para a vida, a erosão das competências profissionais dos docentes, acompanhada pela perda de estatuto remuneratório e social.

Nota 7 - Não são as ideias da esquerda que estão erradas e que têm produzido a indisciplina e os péssimos resultados escolares. Não. O que perturba a chegada do amanhã que canta são os "fenómenos mais ou menos recentes que colocam em causa os pressupostos dessa mesma escola pública".

Infelizmente, hoje a vida nas escolas é muito menos atraente para quem nelas estuda e trabalha e a desmotivação dos professores e dos educadores acentuou-se com as medidas de política educativa que desvalorizaram a educação, que menorizaram a profissionalidade docente, e que, invariavelmente, conduziram à degradação das condições de trabalho de quem ensinava e de quem aprendia. Todos sabemos, ou julgamos saber, como deve ser e o que deve ter uma escola pública que promova a aprendizagem efectiva dos seus aprendentes e o bem-estar e a profissionalidade dos seus formadores.

Nota 8 - A escola pública só não tem promovido a "aprendizagem efectiva dos seus aprendentes" (SIC) por causa das más políticas educativas...

Todavia, há um grave problema que introduz toda a entropia nas escolas: é quando os governos se deitam a fazer contas sobre quanto custa garantir esses direitos. Sobretudo, quando a classe política sabe que o investimento em educação só produz efeitos a longo prazo, o que não se compagina com a gestão do calendário dos seus curtos ciclos eleitorais

Nota 9 - E por causa dos cortes feito pelos governos nos eurinhos disponíveis.

Não queremos uma escola que seja de baixa qualidade. Por isso, estamos com todos quantos defendem ser urgente relançar a defesa dos princípios fundadores da escola pública. Uma escola que seja exigente na valorização do conhecimento e promotora da autonomia pessoal. Uma escola pública, laica e gratuita, que não desista de uma forte cultura de motivação e de realização de todos os seus membros. Uma escola pública que, enfim, se assuma como um dos pilares da democracia e como um dos motores da construção de um país onde seja orgulhoso viver e conviver.

Nota 10 - Resumidamente: queremos uma escola de qualidade, uma escola de princípios, exigente na valorização do conhecimento e promotora de cidadãos. Ou queremos uma escola pública, laica e gratuita?

Formar a geração de amanhã não é tarefa fácil. Mas será certamente inconclusiva se avaliarmos a escola e o trabalho dos professores apenas segundo critérios meramente economicistas, baseados numa filosofia de desenvolvimento empresarial.

Nota 11 - A busca dos amanhãs que cantam não se compadece com trocos

A escola é muito mais que isso: é filha de um outro espaço social e de um outro tempo matricial. Defender a escola pública, nesta conjuntura de compreensível desilusão, é muito urgente. Por tudo isso, é importante que se continuem a exigir políticas públicas fortes, capazes de criar as condições para que essa escola democrática seja, de facto, universal, gratuita e gratificante, e que se assuma, sem tibiezas, que o direito ao sucesso de todos é um direito fundador da Democracia e do Estado de Direito".

Nota 12 - Gostei sobretudo da metáfora: a escola é filha de uma mãe social e de um pai matricial.


Reitor

segunda-feira, 29 de março de 2010

Na Escola Mandam Todos...

Boas Tolas
Portas, Crato, Helena Matos e o Director Residente
Disseram tudo:
É preciso distinguir faltas justificadas de injustificadas
As provas de recuperação são uma forma de as escolas iludirem os jovens
Quando há um facto grave a escola não o deve deixar passar em claro
Hoje em dia são exigidas à escola muitas competências que não são delas.
O primeiro dever das escolas é ensinar.
Há algumas bandeiras que estão por trás disto que urge discutir: a inclusão exige mais rigor e mais disciplina àqules que têm mais dificuldades
Os pais não têm uma hora para irem à escola? Estão na fila do desemprego!
As pessoas que defendem este ensino, dito inclusivo, põem os filhos no Privado (Boa Crato. Que lição à Viseu e à Mª João Alves)
A massificação não é sinónimo de degradação

João Munoz (do Privado)
Escola com autonomia; Escola com liderança; Possibilidade de escolha

Américo Baptista - Psicólogo clínico
Quem não vai à escola tem de ser responsabilizado
Se há algo de errado no comportamento dos alunos, eles têm de ser sancionados.


O cúmulo do eduquês:
Francisco Vitorino - Director
A autoridade não se impõe. Ganha-se.
O Paula defende uma escola hodierna

O cúmulo da mama:
Maria José Viseu - CNIP
Os pais têm como preocupação levar dinheiro para casa para comerem. Não se pode retirar-lhes o subsídio.
Eduardo, representante dos alunos:
Este estatuto é bom porque defende o "fenómeno" da inclusão

Cúmulo da ignorância:
Maria José Viseu - CNIP
Felizmente acabaram as provas de recuperação

A minha Courela
Maria João Alves
No meu agrupamento, quando Maomé não vai à montanha vai a montanha a Maomé

Director de Escola de Vagos e a Psicóloga de Beiriz
Uma conversa da família socialista. Muitos projectos: Épis, fénix, Ninhos e alguns passarões. Ou seja, na minha escola é que é

Alunos
Luís Encarnação
Pedro Feijó
Querem gerir as escolas. Pombos correios do Partido Comunista.

Bem aí o Vino:
O que faz falta é a autonomia das escolas...
É preciso mais dinheiro

Tebe palmas. Aí Vino.

domingo, 28 de março de 2010

As Escolas Privadas São Melhores Que As Públicas III

Sobre o "tratamento" da indisciplina e a violência nas escolas públicas e nas privadas, um extracto de um artigo do professor Alberto Pereira.

"...O pior destas situações é que os alunos mal comportados têm sempre uma desculpa para seus actos e os alunos normais, isto é, normalmente comportados, são esquecidos e colocados em segundo plano com prejuízo da sua aprendizagem pois toda a atenção vai para as situações perturbadoras.

Claro que estas situações apenas sucedem nas escolas públicas. No ensino privado, na hipótese, reduzida, de um destes alunos conseguir ser matriculado, rapidamente é expulso sem apelo nem agravo. Aqui há dois anos um colégio de Braga expulsou um aluno por mau comportamento. O pai moveu “céu e terra” e até levou o assunto aos tribunais mas não conseguiu a reentrada do filho. Isto porque o filho foi acusado, e provou-se, que além de se recusar a fazer alguns exercícios nas aulas de Educação Física costumava dar pontapés nas mochilas dos outros colegas! Imagine-se este rigor nas escolas públicas. Em algumas escolas pelo menos metade dos alunos eram expulsos logo no primeiro período!"

Reitor

Olha Que Não É Assim Tão Óbvio

Para o Paulo, é óbvio que a expulsão dos alunos das escolas, conforme o projecto de alteração ao Estatuto do Aluno do PSD, é inconstitucional no caso dos alunos que estão dentro da escolaridade obrigatória.
Não me parece que seja. Nos dias de hoje, é permitida a suspensão do aluno da escola até 10 dias úteis. Esta medida disciplinar afasta o aluno da escola durante um lapso de tempo, privando-o, de facto, durante o tempo da suspensão, do direito constitucional à educação.
Alguém diz que esta é uma regra inconstitucional? Não.
Um dos direitos fundamentais dos cidadãos é o direito à liberdade.
Quando um juiz aplica uma pena de prisão a um cidadão, privando-o do direito à liberdade, atenta contra a Constituição? Claro que não.
Portanto, basta que a lei proteja aluno prevaricador e lhe assegure uma defesa justa, para que o seu "direito constitucional" à educação fique assegurado.
Não há nenhum direito sem o correspondente dever. O direito de qualquer aluno à educação não há-de prevalecer ao seu dever de não impedir os outros alunos a essa mesma educação.
Vai sendo tempo de os cidadãos - crianças e adultos, cada um à sua medida - perceberem que os seus direitos não são ilimitados, que há deveres a respeitar e que o Estado (todos nós) é limitado na sua magnanimidade.
Reitor

quarta-feira, 24 de março de 2010

Uma Mão Lava A Outra E As Duas Lavam A Cara

AR pede auditoria jurídica sobre viagens de Inês de Medeiros


Inês de Medeiros, para além de ser uma belíssima mulher e uma consagrada artista, é também deputada do partido socialista. Ao contrário dos que dizem que a senhora é deputada porque uma mão lava a outra e as duas lavam a cara, eu acho que se trata apenas de um erro de casting.
O problema por que passa a Inês é um problema tipicamente português: inveja e dor de cotovelo.
A Inês vive em Paris e o povo português (digo sempre esta expressão com algum dramatismo e, naturalmente, pondo a mão no peito) elegeu-a, sem saber, deputada. Sua representante, portanto.
Qualquer mente de meridiana inteligência perceberia que a um deputado tem de se garantir a deslocação da sua residência para o Parlamento e vice-versa
O Parlamento português sabe isso muito bem e, consequentemente, paga as deslocações de todos os deputados. Assim como paga outros escandalosos e ilegítimos (que não ilegais) subsídios de que que não é o momento para se falar.
Qual é a dúvida então? Para quê uma auditoria?
A dúvida está no facto de a residência da Inês ficar em Paris - França.
E as viagens semanais ficarem muito caras.
E, na actual conjuntura, o povo poder achar mal que o obriguem a pagar deslocações semanais de cerca de 1400 euros (1.200 para avião + 200 para táxi e gorjetas), ou seja, 5.600 euros/mês só para viagens de uma deputada.
Acham os deputados que é um escândalo. Por isso, empurram a coisa pedindo uma auditoria jurídica.
Acontece, porém, que não é preciso ser jurista, nem economista, nem advogado, nem sequer deputado para se perceber que o Povo Português (ai o meu peito!) escolheu - expressão pertinente - como sua representante a Inês, sabendo que a mesma morava em Paris-França.
Portanto - e com este meu parecer poupam-se uns trocos à nação - o Povo Português só tem é que se chegar à frente e pagar os 5.600 euros por mês de viagens à actriz-deputada Inês de Saint-Maurice Esteves Victorino d'Almeida, mais conhecida por Inês de Medeiros, sua lídima representante.
Perceberam?

Reitor

O Incrível Coro




Reitor

Aqui Está a Explicação Para Tanto Insucesso e Tanto Atraso


Reitor

terça-feira, 23 de março de 2010

Cobardia, Silêncio, Cumplicidade, Irresponsabilidade

A direcção da escola EB 2, 3 de Cacia nunca informou o Ministério da Educação sobre o que se passava. A Direcção da escola nunca abriu um inquérito disciplinar para saber o que se passava com uma criança que ficou doente, com uma criança que passou a ser seguida por psicólogos e deixou de querer ir à escola. O caso está em tribunal.

Beatriz tem 14 anos. Desde Julho do ano passado foi ameaçada, perseguida, agredida por colegas de outra turma. Bia, como é tratada pelos amigos, não quer mudar de escola. Quer que o caso seja conhecido e que possa mudar mentalidades.
Beatriz foi agredida fortemente duas vezes, foi ao hospital, os pais fizeram inúmeras queixas na escola e na polícia. Beatriz foi perseguida, vítima de cyber-bullying. Exposta a sua vida e contactos no universo da internet. A Direcção da Escola Jorge Peixinho, no Montijo, nunca informou o Ministério da Educação sobre o que se passava. Fez um inquérito disciplinar. As agressoras, duas, viram o processo arquivado, outras duas levaram uma repreensão por escrito. O processo está em tribunal.
E Leandro. As buscas terminaram e da criança de 12 anos nunca mais houve notícia.
A associação de pais garante que a Escola Luciano Cordeiro, de Mirandela, foi das mais bem classificadas num ranking da DREN sobre Bullying mas não é esta a realidade que aqui se conta. Os pais garantem que se queixaram à escola vezes sem conta. A direcção da escola não informou das queixas.

Restam os silêncios. Da Direcção Regional de Ensino de Lisboa, e de Coimbra. Da Direcção da Escola EB 2, 3 de Cacia, em Aveiro. Da escola Luciano Cordeiro em Mirandela. Da Escola Secundária Jorge Peixinho no Montijo. Do Ministério da Educação. Um silêncio total em relação a estas vidas. E à Justiça que não lhes chega.

Reitor

Avaliação A Cinco Mãos

Dei uma vista de olhos ao Projecto de decreto que vai regular a avaliação dos professores (estou de cama com gripe) e digo-vos que isto está cada vez pior. Anormal é a palavra que melhor descreve a "coisa".
Já aqui me pareceu que não podia sair grande coelho da lura aberta pelos sindicatos e pelo Ministério da Educação.
Vamos recapitular algumas das originalidades do "projecto"
- Os professores vão ser avaliados por um colectivo de 5 pessoas, sendo que apenas uma delas acompanha directamente o seu trabalho.
- Daqui resulta que o professor não vai ser avaliado pelo seu desempenho real, efectivo, mas pelos papéis que, de alguma forma, evidênciam esse desempenho.
- Mais grave, a avaliação do "desempenho" de cada docente pode ser totalmente diferente (e contrária) da que é proposta pelo docente que o acompanhou directamente (Relator).
- Os professores serão os únicos funcionários públicos avaliados por pessoas que, com eles, não mantêm qualquer tipo de contacto funcional.
-Para obter a classificaçlão mínima positiva (BOM) o professor tem de dar, pelo menos 95% das aulas (o que não acontecia com o "velho" modelo, bem mais benevolente)
- A entrevista entre avaliador e avaliado parece que vai ser gravada (nº 2 do artigo 22º) ou aberta a terceiros pois, só assim, o Júri poderá vir a saber ao certo quais foram as questões "suscitadas pelo avaliado".

Vou tomar o pequeno almço...

Reitor

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Interruptor

Pobre papagaio que, nem na perspectiva de uma derrota histórica, deixou de fazer o frete ao Sócrates. Tal qual fez na questão da avaliação dos professores.


Reitor

Pinto da Costa aluga novo apartamento para a namorada

Lucidez. Ideias Simples. Visão Límpida.

Há uma perspectiva de educação pela positiva exagerada. A greve aos trabalhos de casa, em 2004, é um exemplo de como se está a ensinar as crianças a desobedecerem e a ficarem sem hábitos de trabalho. E as regras, por vezes, têm de ser impostas de forma repressiva. Sempre que um aluno tem um comportamento desadequado, este deve vir acompanhado de uma consequência desagradável. Não pode persistir a ideia de que as coisas acontecem sem esforço


Reitor

Asneira. Sabedoria ISCTEana. Cegueira

Os inquéritos internacionais revelam que cerca de 25 por cento dos alunos das escolas públicas portuguesas envolvem-se em situações de bullying, refere Susana Carvalhosa.

Reitor

"A Gente Tem De Viver Com Disparates"

Mas a maioria estava já podre. E o CDS não aceitava bem Santana Lopes. E isso percebia-se. Não eram só os disparates, a gente tem de viver com disparates, nestes últimos anos também houve muitos disparates, com certeza. Isso não é motivo para dissolver. Agora, percebia-se que era preciso uma nova Assembleia. O primeiro-ministro foi-se embora e, mesmo não sendo a nossa uma democracia de primeiro-ministro, foi escolhida uma pessoa que era muito controversa e, portanto, naturalmente o povo tinha de se pronunciar outra vez.

E com socialistas vaidosos disfarçados de anjinhos.

Reitor

sábado, 20 de março de 2010

Mais Uma Nuvem De Fumo

O Ministério da Educação está a concluir um programa de formação sobre bullying, para directores de escola e de turma, coordenadores de estabelecimento, auxiliares e pais. A ministra confirmou ainda o regresso da distinção entre faltas justificadas e injustificadas

Formação sobre bullying? Esta é boa. Vamos esperar até ver os formadores e formadoras...
Deixa cá ver se entendo: o ME foi totalmente incapaz de combater a indisciplina e a violência escolar. Com esta equipa está visto que também será incapaz. Ao invés de estabelecer normas que afastem da escola as crianças indisciplinadas e violentas, remetendo-as para junto dos progenitores, aproveitando para educar também estes com recurso à velha máxima: quem as criou que as ature, o ME vai fazer acções de formação sobre bullying. Com uns porpointes cheios de setinhas a explicar o que é, como evitar e como agir...

Tenho pena dos portugueses. São enganados todos os dias. O ME lança areia sobre todos eles e lava simplesmente as mãos dos problemas que cria. No caso da indisciplina e violência escolar, o ME vai manter os jovens e crianças indisciplinados e violentos à "guarda" das escolas e dos professores. A cumprir penas de lavar a loiça durante dois dias. O recado é óbvio: se os alunos são violentos e indisciplinados, que os aturem as escolas e os professores que até têm formação para isso. Intrujões.

E a Cristina Ribas ajuda à missa. Diz ela:

Mas a concepção de suspensão também pode ser mudada e, em minha opinião, deve!
Quando uma criança ou jovem é suspenso, significa que ele próprio se afastou do grupo em que está inserido, pelas atitudes e comportamentos que assumiu e escolheu. Não são os outros que o afastam mas ele mesmo por ter decidido
contra o grupo e não a favor dele
. ... Nesta perspectiva, a suspensão deve ser uma mais-valia para o processo – tempo de intervenção fora da escola e, por isso, tempo de crescimento para a criança ou jovem.

Até estou de acordo com o significado da suspensão para o aluno: é suspenso e afastado do grupo porque não sabe conviver em grupo, porque não quer respeitar as regras de convivência social. Mas não posso concordar que devamos incutir nos jovens suspensos da escola a ideia de que estão suspensos por se terem afastado do grupo, por terem decidido contra o grupo.

Esta ideia é errada. Errada não só porque não se suspende ninguém por "decidir" contra o grupo; errada, simplesmente, porque não responsabiliza os jovens. Antes pelo contrário. Ao dar a ideia de que cabe aos próprios a decisão de serem indisciplinados e/ou agressivos (decidirem contra o grupo) e, ainda, a decisão de se auto-suspenderem (são eles próprios que se afastam do grupo), centramos no infractor dois poderes: o poder de acção e o poder de regulação. O que, de facto, não só não acontece na realidade como, se acontecesse, seria errado.

Se queremos formar cidadãos livres e responsáveis, o caminho a seguir pelos políticos é o caminho da educação. Há que ensinar três simples coisas aos jovens e aos respectivos paizinhos. Tão simples quanto isto:

1 - No jovem reside a prerrogativa e a liberdade de poder fazer o mal (de cometer indisciplina e violência).

2 - A escola é uma comunidade no seio da sociedade. Assim sendo, na escola, tal como nas sociedades humanas ocidentais, não é permitida a violência nem a falta de respeito aos outros membros da comunidade.

3 - Na escola (tal como na sociedade) existem autoridades que chamarão à responsabilidade e punirão (termo exacto e politicamente indigesto) os jovens alunos sempre que forem indisciplinados ou violentos ou não respeitarem os outros.

Não tem nada que saber.

E que tipo de punição se pode aplicar a uma criança indisciplinada e/ou violenta?
As crianças e jovens que não respeitam os outros, que são indisciplinadas e violentas devem poder ser suspensas e afastadas da escola, por períodos mais curtos ou mais longos, consoante a infracção. E se, na Assembleia da República, os comunistas, os bloquistas e os especialistas em inducação acharem que não devem ser as famílias a resolver o problema e a tomar conta dos filhos indisciplinados e violentos, que cumprem pena (sim, pena) de suspensão da escola, então que os aturem eles durante um ou dois dias para ver se gostam. Afinal, o Parlamento é uma instituição pública como é a escola.

Reitor

Não Te Sentes Na Sanita Para Urinar

Existe hoje a tentação irreprimível de politizar a educação das nossas crianças, e o Sr. Albino Almeida é o arauto do politicamente correcto que defende na praça pública a politização daquilo que não pertence à política propriamente dita. Países como a Suécia demonstram cada vez mais a sua tendência para-totalitária quando politizam a educação; por exemplo, os meninos suecos são hoje obrigados a urinar sentados nas sanitas como o fazem naturalmente as meninas, para não sujar os bordos das sanitas da escola

A actividade do Sr. Albino Almeida insere-se nesta linha politicamente correcta de transformar a escola num instrumento político para-totalitário, em troca de prebendas, privilégios, viagens de avião a Lisboa e estadias em hotéis de luxo na capital (tudo pago à custa dos contribuintes) e a outorga de um estatuto pessoal que lhe permite cagar postas de pescada em tudo o que é comunicação social (vulgo “me®dia”). Orlando Braga


Reitor

O Ministério Da Rectificação

Governo recua em toda a linha com os professores

Recuou na avaliação, recuou no estatuto do pessoal docente, recuou nas aulas de substituição, recuou no estatuto do aluno...
De tanto rectificar e recuar, ainda cai ao precipício.

Reitor

De Como Uns Fabricadores De "Proj€ctos" Enfaixam Infantes, Promovendo-os A Galináceos Delatores

Num bonito artigo de opinião, que o seu pupilo trouxe à luz do dia, o Professor Joaquim Azevedo disserta sobre galinhas, facas e violência escolar, num feliz e propositado encadeamento que leva os seus leitores até à exemplar Escola de Beiriz.
O projecto "faixas verdes" é um brilhante exemplo de combate à violência escolar. E de fácil execução:
1 - põe-se a faixa verde (a cor é fundamental) em torno da cintura do aluno infante
2 - a faixa verde transforma o infante, enfaixado, em delator fardado
3 - Os restantes infantes - que não têm direito às faixas verdes -passam à condição de galinhas às espera que lhe passem o gume pelo pescoço.
Simples e eficaz.
Se bem compreendi a lição do professor Azevedo, este proj€cto abalizado científica e pedagogicamente pela Universidade Católica, constitui-se como a melhor forma de combater a violência escolar (tal com o Projecto F€nix combate o insucesso escolar).

Caso os alunos detentores das faixas verifiquem qualquer situação de conflitualidade/violência deverão participar imediatamente aos agentes escolares (funcionários, professores, Conselho Executivo, SPO), salvaguardando-se de agir por iniciativa própria;

Ao ler este trecho, não resisti, estendi o braço e cantei.

1.
Lá vamos, cantando e rindo
Levados, levados, sim
Pela voz de som tremendo
Das tubas, clamor sem fim.

2.
Lá vamos, que o sonho é lindo!
Torres e torres erguendo.
Rasgões, clareiras, abrindo!

3.
Alva da Luz imortal,
Roxas névoas despedaça
Doira o céu de Portugal!

4.
Querer! Querer! E lá vamos!
Tronco em flor, estende os ramos
À Mocidade que passa.

5.
Cale-se a voz que, turbada,
De si mesma se espanta,
Cesse dos ventos a insânia,
Ante a clara madrugada,
Em nossas almas nascida.
E, por nós, oh! Lusitânia,
-- Corpo de Amor, terra santa --
Pátria! Serás celebrada,
E por nós serás erguida,
Erguida ao alto da Vida!

(Repete: 1 a 4)

6.
Querer é a nossa divisa.
Querer, palavra que vem
Das mais profundas raízes.
Deslumbra a sombra indecisa
Transcende as nuvens de além...
Querer, palavra da Graça
Grito das almas felizes

7.
Querer! Querer! E lá vamos
Tronco em flor estende os ramos
À Mocidade que passa.


Reitor

quinta-feira, 18 de março de 2010

Socialistazinho Camuflado


Este era, até há bem pouco tempo, um caso pontual. E perdoável. O Biscaia estava, afinal, a salvar as crianças drogadas da Amadora.
O Paulo soltou uma franga ontem. E então, ficamos a saber que o Dr. José Augusto Ferreira Araújo, Vereador dos Recursos Humanos da Câmara Municipal de Guimarães, por delegação de competências, é a mesma pessoa que José Augusto Ferreira Araújo, Director da Escola das Taipas e homem de mão de Maria de Lurdes Rodrigues.
Podia ser tentado a censurar o homem. Mas não é justo.
Há algum político que não acumule?
O homem está a cuidar da vidinha dele. Deixem-no estar.
Acho melhor deixarmos o Dr. José e passarmos ao tiro ao prato. Eu explico.
Se até ao dia 14 de Março não conhecíamos nenhum director de Escola em acumulação de funções.
Se apareceu o salvador Biscaia e o Dr. José é bem possível haver mais acumuladores furtivos?
Que estão caladinhos a comer do prato do orçamento...
Percebem?

Reitor

Uma Medida Prenhe De Socialismo

Empresas fugidas ao fisco vão poder beneficiar de perdão fiscal




Reitor

quarta-feira, 17 de março de 2010

Insustentável Irresponsabilidade

Referindo-se aos últimos casos - o rapaz desaparecido no rio Tua , em Mirandela, e do professor que se suicidou em Fitares (Rio de Mouro, Sintra) -, Álvaro Almeida dos Santos considerou que se gerou um "alarmismo desnecessário, incapacitante do pensamento e prejudicial a todos".

"Não desvalorizando estes casos, que, obviamente, são dramáticos e preocupantes, o aproveitamento que se tem feito disso para o desmerecimento do trabalho das escolas é chocante", sustentou o responsável.

Perante a morte de uma criança e de um professor, num caso e noutro, por razões cujas raízes se encontram, alegadamente, no interior das escolas, vêm os directores das escolas falar de "alarmismo desnecesssário, incapacitante do pensamento e prejudicial a todos" e de "aproveitamento chocante".
Pois, acho que lhes fica bem e é condizente com o seu estatuto e responsabilidades.

Reitor

Por Que Te Ris, Mário? A Isabel Está a Assinar. A Seguir És Tu.


Sindicatos acusam Isabel Alçada de trair acordo


Segundo Mário Nogueira, «o documento é inacreditável porque é completamente diferente do que decorreu da negociação: acaba com concursos e tudo o que são formas de mobilidade é suprimido, apenas fica a mobilidade interna e a cedência por interesse público

Reitor

Esta Tá Boa


“O Conselho das Escolas defende um estatuto do aluno que seja mobilizador do trabalho, responsabilizador dos intervenientes – desde diretores, professores a alunos – e que seja um instrumento de gestão fácil”

Compreende-se. As escolas precisam de um Estatuto do Aluno que responsabilize ...Directores e Professores!

E de um Estatuto dos Professores e dos Directores que responsabilize também os alunos.

Apoiado. Ou há democracia ou comem todos.


Reitor

terça-feira, 16 de março de 2010

Que Dizes Francisco Assis?


O líder parlamentar do PS anunciou hoje que suscitará em plenário da Assembleia da República, na quarta-feira, o debate sobre a alteração estatutária do PSD que reforça as sanções para militantes que critiquem a sua direcção.

Só em Portugal, terra de mansa gente, se pode compreender e aceitar sem um levantamento cívico que um Partido Político queira puxar ao Parlamento a discussão sobre uma alteração aos estatutos do principal partido da oposição.

Mudança estatutária que, bem vistas as coisas, também se encontra plasmada nos estatutos do P.S.

Claro que o Santana Lopes, pela sua própria natureza, não podia sair do Congresso sem um ar da sua graça. Vai daí, no final do almoço, apresentou aos congressitas uma proposta avinhagrada, que, dada a hora, foi aprovada por maioria. Um peido, com licença, que ainda hoje cheira mal.

Mas, daí até querer levar a ventosidade ao parlamento, vai outro tanto. E só aos rotos socialistas lembraria criticarem os remendados PSDs.

Recomendo vivamente aos socialistas que puxem (com força) ao parlamento a discussão dos seguintes assuntos:

- O desaparecimento do processo de licenciamento da casa do Sócrates

- A destruição dos dossieres do caso "Cova da Beira", processo de corrupção passiva e branquamento de capitais em que estava envolvido o professor de Sócrates.

- A situação única desde que há memória em Portugal de sermos governados por um mentiroso que "mente tantas vezes que às vezes esquece-se que está a mentir"

- O "dossier Sócrates" relativo à Licenciatura do 1º ministro e que já vai na 2ª edição

- Ou então o caso que ficará agarrado para sempre ínclita geração socialista: o caso da pedófilia na Casa Pia

Estes é que seriam assuntos da ordem de grandeza do actual Parlamento Português. E, para o debate ser ainda mais elevado, só falta mesmo o Jorge Sampaio a presidir à República.

Reitor

Asneira Pegada

"Chumbo por faltas não garante que o absentismo diminua"

Não deve ser o número de faltas a ditar se o aluno deve ser retido ou não. Se avaliamos competências deve ser o seu nível de aquisição e a situação específica do aluno a fundamentar a decisão”, argumenta Daniel Rocha*, que coordena um programa, financiado pela Gulbenkian, contra o insucesso e o abandono escolar no agrupamento de escolas de Lourosa, em Felgueiras

Os especialistas em Educação, como o insigne professor socialista Domingos Fernandes, acham que o chumbo por faltas não garante a diminuição do absentismo. Concordo. E digo mais:
- O chumbo por faltas não diminui a taxa de alcoolismo entre os jovens.
- Nem as gravidezes precoces.
- Nem a violência escolar.

Se os chumbos por faltas diminuíssem o absentismo ou o abandono escolar ou a taxa de alcoolismo ou a gravidez precoce, seria eu o primeiro a defender que se chumbassem os alunos que faltam. Mas, como nada nos garante...

Como a chave para a diminuição do absentismo escolar está, apenas e só, nas mãos dos absentistas, talvez fosse melhor responsabilizá-los - a eles - pelo absentismo. A menos que se defenda uma sociedade vigiada em que cada aluno tenha um tutor que o obrigue a permanecer na sala de aula.

Tal como na vida real, a falta ao trabalho dá lugar a dispensa por justa causa. Os que não faltam ao trabalho (ou à escola) não são despedidos por causa do absentismo. Garantidamente.

Não é o despedimento (chumbo por faltas) que faz diminuir o absentismo. Não, não. É precisamente o contrário, o absentismo é que leva ao despedimento. O absentismo deve ser diminuído antes do despedimento.

De uma forma mais concisa: o absentismo escolar só se torna um problema da escola porque a escola (e a sociedade) quer tomar como seu um problema que deveria ser, antes de mais, de cada indivíduo.

Mais, a escola e a sociedade tinham a obrigação de ENSINAR a cada indivíduo que o absentismo e a falta às aulas é uma problema grave, que lhe trará prejuízos pessoais, que o impedirá de se tornar um cidadão pleno, realizado e útil à sociedade.

Ou seja, a Escola e a Sociedade deveriam ensinar os jovens a respeitarem as suas obrigações sociais, a serem assíduos à escola e ao trabalho, no fundo, a agradecerem todos os dias os benefícios sociais que o Estado (todos nós) pomos à sua disposição. E ensiná-los a libertarem-se do rendimento mínimo que está garantido a todos os mandriões, preguiçosos e parasitas da sociedade. Garantidamente.

Portanto, antes que queiram fazer de todos nós parvos, convém dizer aos especialistas socialistas e PSDs disfarçados de socialistas que a reprovação por excesso de faltas é corolário e consequência lógica para quem falta e não solução para combate ao absentismo.

Se o Estado e a sociedade quiserem combater o absentismo escolar, devem seguir outras vias.

Apresento aqui duas medidas anti-absentismo de que, muito me admira, os especialistas ainda não se lembraram:
1 - O Estado deve criar um subsídio para os jovens que vão às aulas. A cada aula (talvez de 45 minutos...) corresponderia um ponto. Por cada ponto que os alunos tivessem na sua caderneta, teriam um pequeno subsídio. Sugiro que o valor do subsídio seja estabelecido pela Comissão Parlamentar de Educação, sob parecer do professor bravo nico.
2 - Os jovens e adultos só podem receber o rendimento mínimo se e só se durante o seu percurso escolar não chumbarem mais de uma vez por faltas.
Voilá.

Assim, sim. Nunca mais ouviríamos falar de absentismo escolar.

Reitor

Nota de Rodapé
* Daniel Rocha precisa muito que o programa "contra o insucesso o abandono escolar" continue no terreno. E que nunca falte o ar à Gulbenkian, senão...

Bom Dia


Reitor

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Memórias esparsas do Luís"

O Luís era uma daquelas pessoas já raras, porque digna, guiado por princípios e valores, exigente consigo próprio, tímido e muito metido com ele (era difícil arrancar-lhe um sorriso). Aos 51 anos, "solteirão", ainda contratado - o professorado é a única profissão em Portugal onde isto ainda acontece! - veio até nós, no decurso da luta pela Profissionalização, contexto onde convivi com ele directamente durante cerca de três anos.

Portador de Habilitação Própria, foi eleito em Lisboa, em Plenário para a Comissão de Contratados, em 2004. Participou activamente em todos os protestos e acções reivindicativas da nossa Frente de Trabalho do SPGL, que levaram à conquista do Despacho nº 6365/2205 (profissionalização em serviço em ESE's e Faculdades).

Era conhecido entre nós pelo ”freelancer" (alusão à sua segunda ocupação de jornalista eventual). Dotado de forte sensibilidade em relação ao mundo da informação e da comunicação social, propôs e pedia frequentemente, nas nossas reuniões, que os sindicatos encarassem esta frente (relações públicas) com outros olhos, mais eficazmente. A partir de 2006, não se recandidatou mais à nossa comissão de contratados.

Encontrei-o mais tarde nas mega-manifestações de professores: estava na Escola EB 2,3 Ruy Belo, e achei-o disposto a não entregar os Objectivos Individuais, um verdadeiro problema de consciência moral, para ele.

Depois disso, mais uma ou duas vezes, espaçadamente. Soube que tinha sido colocado na EB2,3 de Fitares, mas pouco mais.

No passado dia 11 de Fevereiro, revi-o pela última vez, em Oeiras, já deitado no caixão na capela mortuária. Conversei longamente com a mãe, a irmã, a empregada doméstica. Vêm-me à memória as palavras do pai, militar aposentado: "o Luís era bom moço, quis ser bom até ao fim, só que não aguentou o inferno das escolas de hoje... Vocês têm que fazer qualquer coisa!"

O Luís nos, últimos tempos, já tinha tomado friamente a decisão, inabalável. Por isso, não creio que nesse período, tenha pedido ajuda a ninguém. Segundo me disseram familiares, no velório, pela consulta do histórico do seu PC, ele, um mês antes e se lançar da ponte, consultava sites sobre suicídio, na internet. Escolheu o dia da sua morte coincidindo com a data de aniversário do pai, com o qual, aliás, se dava bem.

O ambiente no velório foi impressionante, pela dignidade, revolta interior e tristeza da cerimónia, com alguns professores presentes, num silêncio de cortar à faca, só rasgado por frases em surdina, de justo ódio, visando os políticos responsáveis pela situação a que nos últimos anos chegou o Ensino Público. Foi, sem dúvida, dos velórios mais tocantes em que estive até hoje, mesmo estando já habituado a duras perdas, e tendo estado na semana anterior, noutro, de um familiar directo. Quando escrevi no livro de condolências o que me ia no espírito, tive dificuldade em o fazer, a cortina de lágrimas teimava em desfocar-me as letras.

Pessoalmente, decidi manter silêncio durante um mês, por respeito ao pesado luto da família, só o quebrando depois da irmã dele (nossa colega, também) o ter feito, decorridos cerca de trinta dias, com a divulgação da notícia à comunicação social, para assim tentar evitar que outros casos se repitam, colocar toda a verdadeira dimensão das depressões e suicídios profissionais à luz do dia, rasgar o manto hipócrita dos silêncios assassinos e
abalar as consciências de toda a sociedade.

Paulo Ambrósio- membro da Comissão de Professores Contratados e da Frente de Professores e Educadores Desempregados do SPGL desde 1999


Vacuidades Célebres

“o aluno não é uma coisa, é uma pessoa”, Manuel Agostinho Sousa Gomes


Reitor

As Escolas Privadas São Melhores Que As Públicas II

Cada vez há mais portugueses a preferirem educar os seus filhos nas Escolas Privadas. As Escolas Públicas estão a ficar menos atractivas que as Privadas.
A quebra contínua da procura e o decréscimo de competitividade das escolas públicas ser-lhes-á fatal a médio prazo.
E como o Estado não poderá manter, por muitos mais anos o monopólio da Educação, lá chegará o dia em que os apoios estatais e os custos com a educação dos portugueses serão determinados, não tanto pela extensão ou complexidade da rede pública de escolas, mas mais pelas escolhas dos cidadãos.
Como aliás acontece com os apoios estatais à saúde dos funcionários públicos: na esmagadora maioria dos cuidados de saúde, os funcionários públicos recorrem ao sector privado com acordos com a ADSE. A despesa pública com a saúde dos funcionários públicos já é determinada, hoje, pela liberdade que estes têm de escolher os serviços de saúde.

Por que é que os portugueses preferem as escolas privadas?
Que factores condicionam as suas escolhas e essa preferência?

Um dos factores que mais pesa na escolha dos portugueses é o factor "segurança".
Os portugueses consideram que a Escola Pública não é segura. Ou, mais exactamente, consideram que a Escola Privada é mais segura que a escola Pública.
E os casos recentes de alunos alvo de bullying, de alunos que lançam cadeiras a professores, que lhes chamam nomes e que fazem deles e dos contínuos gato-sapato, sem qualquer hipótese ou vontade de responsabilização e de punição, mais descredibilizam a Escola Pública.
As imagens das escolas públicas que passam nas televisões e nos jornais são medonhas: pavilhões e contentores a caírem aos pedaços, telhados, paredes e fachadas decrépitas e totalmente grafitadas, recreios esconsos sujos e feios, portas escancaradas e vidros partidos, apenas servem para minar a confiança das famílias na segurança da escola.
Não há "qualidade de ensino" que resista a este "contexto educativo".
E os pais e as famílias com crianças em idade escolar são muito sensíveis às questões de segurança, não apenas às questões "materias" da segurança, mas também à dimensão "psicológica" da segurança.
As imagens que as famílias vêem todos os dias das escolas públicas portuguesas só podem corroer a sua confiança na escola e na segurança que esta pode oferecer aos seus filhos.
Nas escolas privadas a segurança dos alunos é a principal preocupação da administração.
Em muitas escolas privadas, os alunos nunca saem das instalações excepto quando os pais os vão buscar: estudam na escola, almoçam na escola, têm o apoio na escola e as actividades extra-curriculares são organizadas pela e à responsabilidade da escola.

Não há educação nem ensino de qualidade numa escola em que os alunos não estão ou não se sintam em segurança. E quem disser o contrário ou é pedragogo ou mentiroso.

As administrações das escolas públicas que queiram sobreviver no mercado concorrencial da educação têm de dar prioridade ao investimento na segurança dos alunos.
Reitor

sábado, 13 de março de 2010

Manual Das Más Práticas Pedagógicas

E há manual de instruções para isso? Há soluções. A primeira é fazer um "contrato pedagógico" na primeira aula, em que professor e alunos acertam as regras. Que são para manter ao longo do ano e lembrar quando esquecidas. Depois, o docente tem que deixar claro que não é o inimigo, nem agente da autoridade, mas sim o líder de um trabalho em equipa que exige "empatia", sem ser preciso "serem amigos". Mas adoptar uma atitude hostil perante a indisciplina é errado, diz Márcia Melo: os alunos fazem o mesmo e o problema irá em crescendo. Márcia Melo, call center da "linha" dos Professores

A Escola Pública portuguesa está uma lástima por causa de muitas márciasmelos deste país. Bem, na verdade, não é só por elas, mais aussi à cause des matacons pédagogiques.
Bem lá no fundo, não se deve responsabilizar Márcia Melo pelos maus conselhos que dá aos professores. Quem deve ser respopnjsabilizado é quem lhe dá voz. O responsável é o Grancho, o presidente do call center onde trabalha a Márcia, que já se esqueceu do que é ser professor.
Mas, a Márcia, por si própria ou por interposto Grancho presenteia-nos com um manual de más práticas educativas que tenho de denunciar.

"O Contrato Pedagógico" - Alguma vez um professor que se preze faz um "contrato pedagógico" na primeira aula com os seus alunos?

Já agora, o contrato é assinado? E no caso de os alunos serem menores, a assinatura vale? Ou são os pais que assinam? E se não quiserem assinar, quem os obriga?
Não se fie, Márcia, o contrato pedagógico é uma peta que alguns professores, incapazes de manter a disciplina na sala de aula, difundem pelos outros.
Vejo que você já foi escolarizada pelas patacoadas pédagogiques que alguns marretas vão incutindo nas mentes jovens mas, Márcia, pergunte lá ao seu paizinho se os professores dele fizeram algum contrato com ele e os colegas da turma. Verá que os professores do seu paizinho (e do Grancho) não se auto-flagelaram a assinar contratos pedagógicos com as crianças.
Pelo contrário, na primeira aula ditaram - leu bem, leu - ditaram aos alunos as regras básicas a respeitar dentro da sala de aula. Eu ainda me lembro de algumas que os meus queridos - sim, queridos - professores me impunham logo no primeiro dia de aulas:
1ª Regra - Quem manda é o professor.
2ª Regra - Os alunos obedecem às orientações do professor e só podem falar durante a aula se o professor lhes der a palavra.
3ª Regra - Os alunos estão devidamente sentados nos seus lugares e apenas se podem levantar se o professor os autorizar.
4ª - Qualquer falta de respeito aos colegas e ao professor é punida - justa palavra esta - é punida com a expulsão da sala e participação ao Director.
O "contrato" era este, Márcia. Respeitinho nas aulas e na escola porque as faltas valiam, as reprovações eram a sério, as participações tinham consequências familiares, especialmente paternas. Enfim, havia consequências para o incumprimento de normas básicas de relacionamento em sociedade e numa organização pública. Sim, é verdade, quem não estudava e não aproveitava a autêntica benesse que era - e deveria ser - a educação pública, ia para pedreiro ou para as obras. Limpinho. Agora vão todos para funcionários públicos e amesendam-se com o Rendimento de Inserção.

"O Agente da Autoridade" - Se um professor não é "agente da autoridade" dentro de uma sala de aula, quem é?

Vá lá, Márcia, peça ao Granchinho que lhe explique isto:
- Se os professores não são agentes de autoridade dentro de uma sala de aula, serão os alunos os agentes da autoridade ?
- Ou não haverá agentes de autoridade dentro de uma sala de aula?
- E autoridade? Será que é necessário haver autoridade dentro de uma sala de aula, mesmo que não haja nenhum agente no seu interior?
Claro que, Márcia, nenhum professor que se preze deixará de ser uma agente da autoridade dentro da sala de aula. E deve intervir com autoridade sempre que seja necessário. E não deve ter medo - sim, medo - de utilizar a autoridade que o Estado lhe outorga no exercício da profissão docente.

"Adoptar uma atitude hostil perante a indisciplina é errado" - Algum professor digno da profissão pode contemporizar, tolerar ou compreender a indisciplina no interior de uma sala de aula?

Todos os professores devem adoptar uma atitude de hostilidade perante a indisciplina e a violência escolares. A indisciplina escolar deve ser verberada e combatida por todos os meios, não só pela escola e pelos seus agentes, mas também pelas famílias e pelo Governo e demais autoridades.
Não há "empatia" possível com a indisciplina.
A indisciplina é sempre uma falta de respeito pela regras e pelos outros e, muita vezes, uma falha de carácter que urge sublinhar, combater e corrigir.
A empatia só pode ter lugar em momento posterior ao da assunção de responsabilidades e cumprimento das penas disciplinares.

E se lhe disserem o contrário, Márcia, não acredite. Antes, responsabilize-os pelo estado a que chegou a educação em Portugal, em resultado da violência e da indisciplina em meio escolar, como agora se diz.

Reitor

sexta-feira, 12 de março de 2010

Mostrem As 7 Participações Que O Professor Entregou À Direcção

Pais e professores indignados com associação entre suícidio e indisciplina

Assim todos poderíamos saber se podia haver alguma ligação entre a indisciplina dos alunos do 9ºB que, alegadamente, chamavam "cão" ao professor ou se estaremos perante um caso de indignação colectiva.

Mostrem!

Reitor

Por Que Se Ri o Director Regional?

Não é pela tragédia que aconteceu ao Leandro e que, certamente, lhe está a causar algumas insónias e muitas preocupações.

Por que será então que se ri o senhor?

O director regional pede "tranquilidade" para que o inquérito possa

"ser feito com a rapidez necessária, para respeitando a dor daqueles pais, daquela comunidade, podermos chegar às conclusões que nos permitam actuar a partir daí"

"actuar a partir daí?". Aqui está a expressão mágica que pode explicar o sorriso com que ontem o director regional se apresentou na RTP1 a falar do caso (dez dias depois de o mesmo ter ocorrido).

Vamos lá ver:

A partir do desaparecimento da criança a escola já cerrou os portões. Antes tinha-os abertos.

A partir do desparecimento da criança, deixou de se ouvir o Director da escola. Antes ouvia-se bem.

A partir do desaparecimento da criança, passou a haver muitos fenómenos de bullying na escola de Mirandela. Antes ninguém os via.

A partir do inquérito passou a haver uma boa desculpa para se disfarçarem responsabilidades com silêncios estridentes:
- Antes o caso não existia,
- Agora está a decorrer um inquérito e
- " a partir daí" vai-se actuar não se apurando responsabilidade antes de aí. Não se iludam: ninguém será responsabilizado. Ou melhor, a responsabilidade recairá sobre entes virtuais, circunstâncias fortuitas, e outros entes que o inquérito congemina com "tranquilidade».

O sorriso do senhor director regional, aliado ao silêncio cúmplice dos responsáveis pela escola, talvez queira dizer isso mesmo: as coisas estão a correr bem. O tempo corre a nosso favor. Vamo-nos safar desta.


Reitor

quarta-feira, 10 de março de 2010

Hum? Não. Penso Que Não.

No JN
Reitor

Mentiroso! Mentiroso, Mentiroso...

Governo esmaga classe média

Teixeira dos Santos anuncia cortes nas deduções de Educação e Saúde. Baixa real de salários até 2013.
A classe média e e os pensionistas serão fortemente penalizados com as medidas inscritas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) anunciadas ontem por Teixeira dos Santos. A limitação dos benefícios fiscais e das deduções com despesas de Educação e Saúde em IRS (utilizadas por mais de quatro milhões de famílias) e o alinhamento da dedução específica de IRS dos reformados (6000 euros) para pensões acima dos 22 500 euros/ano, com a dedução dos trabalhadores dependentes (4050 euros) vão trazer um aumento da carga fiscal para milhares de famílias. De acordo com dados do próprio Ministério das Finanças, em média o impacto pode variar entre os 100 e os 700 euros por ano para cada contribuinte. Isto significa que quem ganhar mais de 518 euros brutos por mês vai pagar mais impostos. Para os que têm salários mensais brutos acima dos 4615 euros o agravamento fiscal será de 700 euros/ano.




Reitor

Uma Resposta Ao Guinote Que Anda Há Uns Dias A Afiar O Dente



Reitor

segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma Boa Forma De Se Comemorar O Dia Da Mulher

Kathryn Bigelow é a primeira mulher a ser galardoada com um Óscar para melhor realização.
Em 82 anos de Óscares esta foi a primeira vez que uma mulher arrebatou a estatueta para melhor realizador.

Reitor

As Escolas Privadas São Melhores Que As Públicas

Não que não haja escolas públicas de qualidade; não que todas as escolas privadas sejam de qualidade. Há escolas públicas de qualidade e algumas escolas privadas são escolas de vão-de-escada.
Mas, de um modo geral, as Escolas Privadas são de melhor qualidade que as Escolas Públicas.
E não são necessários elaborados estudos nem indicadores especiais para sustentar esta tese. Basta este simples facto: o número de alunos que frequentam as escolas privadas tem vindo a aumentar à custa de uma diminuição do número dos que frequentam a escola pública. A velha lei da oferta e da procura.
E este aumento da procura de escolas privadas não é um fenómeno conjuntural, antes pelo contrário, é um fenómeno intencional, sustentado e permanente.
E as pessoas não procuram as escolas privadas por questões financeiras, antes pelo contrário, procuram-nas mesmo sendo elas mais caras. A procura das escolas privadas ainda não é maior que a procura das públicas porque aquelas cobram propinas demasiado elevadas para os bolsos da maioria dos portugueses. Apenas por isso.
Repare-se que, mesmo em época de aperto financeiro e crise económica, a procura das escolas privadas não cessou de aumentar. Mesmo com muitas dificuldades, há famílias que colocam os filhos nas escolas privadas quando os poderiam colocar, quase "gratuitamente", nas públicas ao lado de casa.
"Quase gratuitamente" é uma expressão situacionista: de facto não há educação grátis nem "quase" grátis. A educação, tal como a saúde e a justiça, é um serviço dispendioso. Dispendioso pela "estrutura" que a sustenta: edifícios escolares, pessoal docente, pessoal não docente, equipamentos, serviços centrais e regionais, enfim, uma miríade de preocupações, de custos de funcionamento e de custos sociais que tornam o serviço "Escola Pública" muito caro. Muito mais caro do que o mesmo serviço prestado por uma escola privada.
Não acreditam? Pois, há cerca de 7 anos, um organismo central do ME entregou a um Secretário de Estado um relatório no qual se comparavam os custos da educação por por aluno e por ano lectivo nas escolas públicas e nas privadas. Hélas! A educação de um jovem numa escola privada, por exemplo no colégio Luso-Francês, em qualquer ano de escolaridade, ficava, à data, mais barata que a educação do mesmo jovem numa boa escola pública, por exemplo no Liceu Camões. Claro que no primeiro caso a despesa é toda suportada directamente pelas famílias e no segundo as famílias suportam cerca de 5% dos encargos e os nossos impostos suportam os restantes 95%.
A família que hoje coloca um jovem no Colégio Luso-francês paga a respectiva propina (cerca de €500) e comparticipa nas propinas dos que frequentam a escola pública. Justo não?
Lá chegará o dia em que Portugal se há-de tornar um Estado de Direito e, então sim, as famílias poderão escolher a escola que bem entendem para os seus filhos porque o Estado, que será de direito, há pagar, de igual forma e em igual montante, a educação de todos os portugueses e não apenas daqueles que frequentam as escolas públicas ou com contrato de associação ou com qualquer outro estatuto especial qualquer.
Porque é que as pessoas, cada vez em maior número, preferem as escolas privadas às públicas?
Reitor

sábado, 6 de março de 2010

Na Desgraça, A Oportunidade

Aconteceu uma desgraça em Mirandela. O pequeno Leandro despiu-se e, de acordo com as notícias, lançou-se ao Tua para fugir às agressões de outros colegas.
O corpo do Leandro ainda não foi encontrado.
Os familiares ainda não tiveram uma palavra de conforto da direcção da escola.
Ainda não se apuraram as responsabilidades (e nunca se vão apurar, tal é a velocidade de fuga dos mais próximos do acontecimento).

E dois iluminados Directores de escolas já vieram a terreiro.
Para confortar a família? Não!
Para apontar responsáveis? Não!
Para apontar e esclarecer as razões da tragédia? Não!
Aliás, nenhum aponta causas para esta tragédia, mas ambos apontam soluções para o problema do bullying. A sério!

O Presidente de uma Associação de Directores, espertalhaço e a lembrar o João Jardim, veio pedir a solidariedade do Governo: Mais psicólogos para as escolas, assistentes sociais e médicos.
As escolas querem equipas de psicólogos, assistentes sociais e médicos para poder responder a problemas como o bullying. A ideia é defendida pelo presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Pedro Araújo
O outro é o graxista que preside ao Conselho das Escolas. No meio da desgraça, o que vem pedir este "Inimigo da Escola Pública" para combater o bullying e se evitarem tragédias como a morte do Leandro? Vem pedir papéis. É com um "livrinho" que se vai combater a peste.

Já para o presidente do Conselho das Escolas a criação e distribuição de um manual antibullying é uma medida que pode ajudar a lidar e a prevenir as situações de bullying. Deste guia deviam constar "medidas concretas de abordagem para as vítimas e agressores dirigidas aos pais, a adoptar em todas as escolas", explica ao DN Álvaro dos Santos

Não. Não pensem que o tipo é asno ou desmiolado.
Ele está é a pensar no Futuro Prometido. Já deve ter o "livrinho" quase quase no prelo, hem! Será que o vai publicar com o apoio da EPIS e da Porto Editora?

Reitor

Perdeste Todo O Crédito. Vai-te Embora.


A suspeita mais grave de todas não é, porém, nenhuma destas.
A suspeita mais grave, que é muito difícil o procurador explicar, é a seguinte: ele sabe há muito tempo que os suspeitos foram avisados de que estavam sob escuta – e que, a partir de 24 de Junho de 2009, as conversas não merecem credibilidade.
Pois bem: Pinto Monteiro, no despacho que fez sobre o caso, enfatiza especialmente uma escuta de 25 de Junho que ‘iliba’ o primeiro-ministro no caso da TVI – escuta essa em que se diz, pela boca de um boy (o impagável, embora bem pago, Rui Pedro Soares), que Sócrates não foi avisado do negócio e está contra ele.
Para proteger o primeiro-ministro, o PGR valorizou, pois, uma conversa que sabe não merecer crédito (e que, com toda a probabilidade, foi forjada).
É a história do gato escondido com o rabo de fora.
Como irá Pinto Monteiro explicar isto – que parece constituir a prova definitiva de que agiu conscientemente para encobrir o chefe do Governo?


«...a coincidência entre a reunião na Procuradoria e a alteração do teor das conversas é inquietante. Não porque faça recair exclusivamente sobre a PGR a suspeita, mas porque quem quer que protagonizou a fuga de informação só o fez depois dessa reunião, e não sabemos por que motivos. O que significa que levar informação delicada ao procurador implica um risco que nenhum magistrado hoje consegue avaliar em toda a sua dimensão»

Figura triste a de Pinto Monteiro.
Entrou para a PGR com uma aura de homem sério e corajoso, sem medo de incomodar os "poderes" e muito independente. Vai sair salpicado com a lama socialista.
Reitor

Inadmissível Insensibilidade

O presidente do conselho directivo da escola, José Carlos Azevedo, continua a negar-se a prestar quaisquer esclarecimentos. A morte de Leandro tornou-se mesmo um assunto quase proibido na escola. Toda a direcção mantém o silêncio, até mesmo para com a família. Ainda não dirigiu uma palavra de conforto, e ontem, durante as buscas, em que estiveram presentes membros da direcção, ninguém se aproximou dos familiares, que num choro convulsivo atiravam flores ao rio onde Leandro decidiu pôr fim à sua dor.

Os fenómenos de violência escolar são da responsabilidade de todos nós, como ontem disse o Guinote numa prosa de antologia.
Mesmo subscrevendo esta afirmação, acho que alguns de nós hão-de ser mais culpados que outros.
Veja-se este triste caso do Leandro: os responsáveis pela escola - os tais que escondem números e fazem desaparecer as queixas - ainda não falaram à comunidade nem, muito menos, deixaram uma palavra de conforto aos familiares da criança desaparecida. Uma vergonha e uma escandalosa falta de responsabilidade que só pode ser limpa com o afastamento dos cargos que ocupam.

Reitor

sexta-feira, 5 de março de 2010

Abre o Rego Bino Que o Ventura, Logo, Logo, Lança a Semente

A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) entregou, na quinta-feira, no Ministério da Educação uma proposta para incluir na revisão do estatuto do aluno medidas que penalizem os pais cujos filhos se envolvam em actos de violência nas escolas. Em declarações à TSF, o presidente da CONFAP, Albino Almeida defendeu penas como o fim dos apoios sociais que as famílias possam estar a receber

A confap entregou uma quê? Uma proposta?
Tss! Tss! Não entregou proposta nenhuma. A "proposta" da confap é areia fina lançada ao vento.
O pai Bino está novamente, perdoem-me as senhoras, a " fazer um bico" ao ME, no caso ao senhor SE Ventura, pois que o outro é invisível.

O Pai Bino continua a fazer o papel de João Baptista do Governo. As suas mais recentes declarações são o anúncio de uma medida que o ME sabe ser justa e útil ao país, mas que não tem nem terá força e capacidade para a implementar.
Como se trata de uma medida polémica, no quadro de uma país subdesenvolvido onde mais de 50% da população vive da esmola do Estado, há que atirar primeiro o barro à parede, utilizando o servente Bino.

A penalização dos pais pelos comportamentos dos filhos é uma medida óbvia, que só não existe neste país porque os políticos têm estado mais interessados em implementar políticas paternalistas e geradoras de dependência económica do que em implementar políticas que valorizem a responsabilização individual e o desenvolvimento da cidadania. Por isso é que o país continua atrasado e a maioria dos portugueses aceita (prefere!) ser governada por um mentiroso.
No dia em que cada cidadão passar a ser responsabilizado pelos seus actos e omissões (e essa responsabilização deveria começar logo pela escola), dificilmente conviveremos com intrujões, com vigaristas e com mentirosos.

Portanto, acho que o sobressalto da CONFAP, de que fala o Paulo, não é exactamente um sobressalto mas mais uma mudança de posição do Bino. Estava a fazer o serviço de joelhos e passou a fazê-lo sentado para poupar os rótulas.

Reitor

quinta-feira, 4 de março de 2010

Brilhante! Mais Uma Linha De Rumo Para a Educação

«Culpados? Somos praticamente todos.
Vamos lá, por uma ordem que talvez vá do geral para o particular.

Uma sociedade imbuída de uma ideologia que proclama e não pratica valores éticos ou quaisquer que seja, Dominada por varas, ruispedros depois dos outros se terem servido na década anterior. Uma ideologia servida à mesa por aqueles pseudo-libertários herdeiros de 68 que, na maior parte, só queriam ser eles a mandar e que mandam relativizar porque sabem que o seu trajecto não suportaria análise apurada. Proclamam-se inclusivos para que eles se possam incluir. De forma vitalícia.

Um modelo de escola dita inclusiva que passou a misturar tudo e nada, servindo a todos e a ninguém, numa indiferenciação cheia de matizes burocráticos que nada distinguem, apenas servindo de corredores para um sucesso certificado. Uma escola onde se faz desaguar tudo, não percebendo que para isso são necessários espaços e pessoal técnico que não se pode resumir a funcionários e professores, mais um psicólogo para 1500 ou 2000 crianças e tomem lá um ou dois docentes do chamado Ensino Especial para se desenrascarem. Uma escola onde os professores são obrigados a fazer tudo e onde os directores são avaliados como excelenetes se fizerem
funcionar um par de CEF medíocres. Um modelo de escola que não tem fronteiras
com nada, onde tudo cabe.

Um número assinalável de responsáveis pela gestão da escola que mascaram activamente os números de ocorrências graves nas escolas para não terem problemas para cima. Que para isso são capazes de convencer docentes a não apresentarem queixas, a não as passarem a escrito, ou que as fazem desaparecer depois de apresentadas. Que preferem o diálogo, ou que têm a distinta lata de negar as evidências ou então de afirmar que não há provas. As provas que eles fazem o favor de filtrar para um ME que daí lava as suas mãos. Tudo com cobertura açucarada de especialistas em depurar estatísticas em nome da dificuldade em categorizar comportamentos ou aploicar conceitos.

Um grupo alargado de docentes que, para sua própria defesa, muitas vezes optam por sobreviver no trajecto entre a sala dos professores e a sala de aulas ignorando o que se passa em seu redor, falando quantas vezes entre si, olhando-se nos rostos, para evitarem o mundo ao redor, para poderem dizer que não se aperceberam. Que muitas vezes já procuram sobreviver ele(a)s mesmo(a)s até à aula seguinte, ao dia seguinte, ao fim de semana. É a verdade num número muito vasto de escolas, não vale a pena mascararmos os factos reais com representações oficiais, feitas de números filtrados em vários patamares da cadeia de comando.

Mas não esqueçamos as sacrossantas famílias ou o que resta delas, enredadas numa vida dura, igualmente sem grandes referenciais, mas que não justifica o absentismo moral ou ético na educação dos seus filhos. Que não pode revelar-se apenas quando um professor ou director de turma toma uma atitude mais firme. E não falemos apenas das chamadas classes perigosas de outros tempos. Há muito bom e aperaltado burguesinho que é tão ou mais besta quadrada quanto aqueloutro que ele despreza quando se cruza na rua. O que dizer daqueles que só aparecem na escola quando se levanta um processo disciplinar, em defesa do seu rebento que nada fez, de certeza que não foi ele, que a culpa é de tudo menos da educação e valores que não soube transmitir. O que dizer das famílias que têm como representante máximo alguém que nem tem filhos no ensino público, mas depois tem paradigmas para distribuir sempre que lhe colocam uma câmara ou microfone à frente?

E depois os miúdos nem se queixam? Claro que não se queixam. Eles são os primeiros a sentir na pele o medo e a inutilidade da denúncia.
Ahhhh… ia-me esquecendo: e tempo culpa a comunicação social quando só faz parangonas quando há mortes ou filmes. Aí já se fazem Prós e Contras e debates vespertinos para apelar ao sentimento. No resto do tempo, associa-se para o lado e enfileiram-se números ou casos dramáticos singulares».

Paulo Guinote, Ler tudo aqui.

Fico caladinho para não perturbar a perturbadora lição do general.
E junto-a às excelentes prosas no rodapé deste blogue
Reitor