terça-feira, 16 de março de 2010

Asneira Pegada

"Chumbo por faltas não garante que o absentismo diminua"

Não deve ser o número de faltas a ditar se o aluno deve ser retido ou não. Se avaliamos competências deve ser o seu nível de aquisição e a situação específica do aluno a fundamentar a decisão”, argumenta Daniel Rocha*, que coordena um programa, financiado pela Gulbenkian, contra o insucesso e o abandono escolar no agrupamento de escolas de Lourosa, em Felgueiras

Os especialistas em Educação, como o insigne professor socialista Domingos Fernandes, acham que o chumbo por faltas não garante a diminuição do absentismo. Concordo. E digo mais:
- O chumbo por faltas não diminui a taxa de alcoolismo entre os jovens.
- Nem as gravidezes precoces.
- Nem a violência escolar.

Se os chumbos por faltas diminuíssem o absentismo ou o abandono escolar ou a taxa de alcoolismo ou a gravidez precoce, seria eu o primeiro a defender que se chumbassem os alunos que faltam. Mas, como nada nos garante...

Como a chave para a diminuição do absentismo escolar está, apenas e só, nas mãos dos absentistas, talvez fosse melhor responsabilizá-los - a eles - pelo absentismo. A menos que se defenda uma sociedade vigiada em que cada aluno tenha um tutor que o obrigue a permanecer na sala de aula.

Tal como na vida real, a falta ao trabalho dá lugar a dispensa por justa causa. Os que não faltam ao trabalho (ou à escola) não são despedidos por causa do absentismo. Garantidamente.

Não é o despedimento (chumbo por faltas) que faz diminuir o absentismo. Não, não. É precisamente o contrário, o absentismo é que leva ao despedimento. O absentismo deve ser diminuído antes do despedimento.

De uma forma mais concisa: o absentismo escolar só se torna um problema da escola porque a escola (e a sociedade) quer tomar como seu um problema que deveria ser, antes de mais, de cada indivíduo.

Mais, a escola e a sociedade tinham a obrigação de ENSINAR a cada indivíduo que o absentismo e a falta às aulas é uma problema grave, que lhe trará prejuízos pessoais, que o impedirá de se tornar um cidadão pleno, realizado e útil à sociedade.

Ou seja, a Escola e a Sociedade deveriam ensinar os jovens a respeitarem as suas obrigações sociais, a serem assíduos à escola e ao trabalho, no fundo, a agradecerem todos os dias os benefícios sociais que o Estado (todos nós) pomos à sua disposição. E ensiná-los a libertarem-se do rendimento mínimo que está garantido a todos os mandriões, preguiçosos e parasitas da sociedade. Garantidamente.

Portanto, antes que queiram fazer de todos nós parvos, convém dizer aos especialistas socialistas e PSDs disfarçados de socialistas que a reprovação por excesso de faltas é corolário e consequência lógica para quem falta e não solução para combate ao absentismo.

Se o Estado e a sociedade quiserem combater o absentismo escolar, devem seguir outras vias.

Apresento aqui duas medidas anti-absentismo de que, muito me admira, os especialistas ainda não se lembraram:
1 - O Estado deve criar um subsídio para os jovens que vão às aulas. A cada aula (talvez de 45 minutos...) corresponderia um ponto. Por cada ponto que os alunos tivessem na sua caderneta, teriam um pequeno subsídio. Sugiro que o valor do subsídio seja estabelecido pela Comissão Parlamentar de Educação, sob parecer do professor bravo nico.
2 - Os jovens e adultos só podem receber o rendimento mínimo se e só se durante o seu percurso escolar não chumbarem mais de uma vez por faltas.
Voilá.

Assim, sim. Nunca mais ouviríamos falar de absentismo escolar.

Reitor

Nota de Rodapé
* Daniel Rocha precisa muito que o programa "contra o insucesso o abandono escolar" continue no terreno. E que nunca falte o ar à Gulbenkian, senão...

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