A Escola Pública portuguesa está uma lástima por causa de muitas márciasmelos deste país. Bem, na verdade, não é só por elas, mais aussi à cause des matacons pédagogiques.
Bem lá no fundo, não se deve responsabilizar Márcia Melo pelos maus conselhos que dá aos professores. Quem deve ser respopnjsabilizado é quem lhe dá voz. O responsável é o Grancho, o presidente do call center onde trabalha a Márcia, que já se esqueceu do que é ser professor.
Mas, a Márcia, por si própria ou por interposto Grancho presenteia-nos com um manual de más práticas educativas que tenho de denunciar.
"O Contrato Pedagógico" - Alguma vez um professor que se preze faz um "contrato pedagógico" na primeira aula com os seus alunos?
Já agora, o contrato é assinado? E no caso de os alunos serem menores, a assinatura vale? Ou são os pais que assinam? E se não quiserem assinar, quem os obriga?
Não se fie, Márcia, o contrato pedagógico é uma peta que alguns professores, incapazes de manter a disciplina na sala de aula, difundem pelos outros.
Vejo que você já foi escolarizada pelas patacoadas pédagogiques que alguns marretas vão incutindo nas mentes jovens mas, Márcia, pergunte lá ao seu paizinho se os professores dele fizeram algum contrato com ele e os colegas da turma. Verá que os professores do seu paizinho (e do Grancho) não se auto-flagelaram a assinar contratos pedagógicos com as crianças.
Pelo contrário, na primeira aula ditaram - leu bem, leu - ditaram aos alunos as regras básicas a respeitar dentro da sala de aula. Eu ainda me lembro de algumas que os meus queridos - sim, queridos - professores me impunham logo no primeiro dia de aulas:
1ª Regra - Quem manda é o professor.
2ª Regra - Os alunos obedecem às orientações do professor e só podem falar durante a aula se o professor lhes der a palavra.
3ª Regra - Os alunos estão devidamente sentados nos seus lugares e apenas se podem levantar se o professor os autorizar.
4ª - Qualquer falta de respeito aos colegas e ao professor é punida - justa palavra esta - é punida com a expulsão da sala e participação ao Director.
O "contrato" era este, Márcia. Respeitinho nas aulas e na escola porque as faltas valiam, as reprovações eram a sério, as participações tinham consequências familiares, especialmente paternas. Enfim, havia consequências para o incumprimento de normas básicas de relacionamento em sociedade e numa organização pública. Sim, é verdade, quem não estudava e não aproveitava a autêntica benesse que era - e deveria ser - a educação pública, ia para pedreiro ou para as obras. Limpinho. Agora vão todos para funcionários públicos e amesendam-se com o Rendimento de Inserção.
"O Agente da Autoridade" - Se um professor não é "agente da autoridade" dentro de uma sala de aula, quem é?
Vá lá, Márcia, peça ao Granchinho que lhe explique isto:
- Se os professores não são agentes de autoridade dentro de uma sala de aula, serão os alunos os agentes da autoridade ?
- Ou não haverá agentes de autoridade dentro de uma sala de aula?
- E autoridade? Será que é necessário haver autoridade dentro de uma sala de aula, mesmo que não haja nenhum agente no seu interior?
Claro que, Márcia, nenhum professor que se preze deixará de ser uma agente da autoridade dentro da sala de aula. E deve intervir com autoridade sempre que seja necessário. E não deve ter medo - sim, medo - de utilizar a autoridade que o Estado lhe outorga no exercício da profissão docente.
"Adoptar uma atitude hostil perante a indisciplina é errado" - Algum professor digno da profissão pode contemporizar, tolerar ou compreender a indisciplina no interior de uma sala de aula?
Todos os professores devem adoptar uma atitude de hostilidade perante a indisciplina e a violência escolares. A indisciplina escolar deve ser verberada e combatida por todos os meios, não só pela escola e pelos seus agentes, mas também pelas famílias e pelo Governo e demais autoridades.
Não há "empatia" possível com a indisciplina.
A indisciplina é sempre uma falta de respeito pela regras e pelos outros e, muita vezes, uma falha de carácter que urge sublinhar, combater e corrigir.
A empatia só pode ter lugar em momento posterior ao da assunção de responsabilidades e cumprimento das penas disciplinares.
E se lhe disserem o contrário, Márcia, não acredite. Antes, responsabilize-os pelo estado a que chegou a educação em Portugal, em resultado da violência e da indisciplina em meio escolar, como agora se diz.
Reitor
anda tanta gente a pensar qual será a solução para a situação degradante a que chega a educação (com minúscula!) no nosso país, mas ela é bastante simples: são as 4 regas que estão neste post!!
ResponderEliminarparabéns pelo texto! pelo menos ainda há alguém que consegue pensar comom deve ser!
Caro Reitor,
ResponderEliminarTomei a liberdade de surripiar parte deste post e publiquei-o no meu blog.
Espero que não fique chateado com tal liberdade.
Abraço ;)
O Grancho tem há anos um ganda gancho. São todos detacados pelo desgoverno para esse tacho. O sr Gancho era professor do 1º ciclo e o pouso conhecido era a escola da Ponte.
ResponderEliminarConsta que, como houve desentendimentos e não chegou a director da école da tanga, criou um tacho pago por nós para ter "palco" e estar refastelado sem fazer ponta dum corno!
A.
Só sugiro uma 5ª regra (que uma das mais competentes e bem sucedidas mães de alunos que conheci me disse que aplicava lá em casa):
ResponderEliminarNesta sala não são admitidos adolescentes. Quem não quiser ser adulto é criança.
Saberá a Márcia Melo a fúria que desperta em muitos dos que a leram? Terá esta inocente criatura a noção do mal que anda a pregar? Contrato? Quererá a senhora dizer que os jovens alunos poderão andar aos pontapés às pessoas na rua porque não têm contrato com elas? Quererá ela dizer que os assaltantes de bancos os assaltam porque não há um contrato assinado entre as partes? Quererá ela dizer que muitos vândalos destroem contentores de lixo porque os contentores não são capazes de assinar contratos com eles? Quererá ela dizer que os meninos podem atirar o prato da sopa à cara dos pais se não houver um contrato entre eles e os filhos que proíba essa agressão? Quererá ela dizer que em casa os pais estão proibidos de educar os filhos se não houver um contrato assinado? Quererá ela dizer que o aluno só saberá que tem deveres para com os outros se tiver um contrato assinado? Quererá ela dizer que se o contrato não prever a agressão do aluno ao professor é porque o aluno pode passar a vias de facto? Quererá ela dizer que muitos alunos têm comportamento miseráveis por falta de um contrato? Quererá ela dizer que o aluno é igual ao professor no que diz respeito à autoridade dentro da aula e que tem de negociar com ele o comportamento na sala? Quererá ela dizer que sempre que há contratos os problemas ficam resolvidos?
ResponderEliminarE vai continuar a ser possível dizer o que a senhora disse sem qualquer penalização?
O contrato do aluno com a escola faz-se no acto da matrícula. Uma das suas cláusulas é que a disciplina é inegociável. Os contratos pedagógicos estão na moda mas são a coisa mais anti-pedagógica que é possível conceber: a mensagem que transmitem é que o aluno poderá, no futuro, provocar pelo uso da força a renegociação permanente dos contratos que subscreva.
ResponderEliminarUma boa educação para um futuro mafioso, mas péssima para uma futura pessoa de bem.
Caro Reitor,
ResponderEliminarCompletamente de acordo. E acrescento outra moda: a mediação de conflitos. Cada vez que há um problema mais grave de indisciplina, e algum professor mais corajoso a denuncia, não demora muito até que a psicóloga da escola se venha oferecer para "mediar" o conflito entre professor e aluno.
Esta gente não percebe que professor e aluno não estão ao mesmo nível e que não há nada para negociar com alunos indisciplinados. Negociar o quê?: "o stor deixa-me gritar nas aulas e eu não lhe furo os pneus do carro." Será esta a negociação?
Em outubro de 2006 publiquei isto no meu blogue:
ResponderEliminar"Pretende-se que adoremos estatutos, regulamentos. Tenta treinar-se esta adoração logo cedo na escola. Nas primeiras aulas de cada disciplina vai de definir as regras. E para cada disciplina se vão acumulando regras registadas de modo mais ou menos artístico - cartolinas, papel de cenário, tintas brilhantes de cores variadas. E os cachopos, que agora são mansos, lá vão aturando aquilo. Não, nunca consegui entrar nisto. Registam no primeiro dia no caderno - material principal, a cabeça com o respectivo recheio; regra, respeito por si e pelos outros. Não sou eu a definir a regra, eles chegam lá sozinhos. Isto basta-me para todas as situações."
Muitas das práticas correntes nas escolas infantilizam os alunos. Infantilizam e desresponsabilizam. Alunos de 10, 11 anos são tratados como crianças pequenas (para não dizer como atrasados mentais). Alguns acabam por adoptar a pose que lhes é proposta.
Entrar para a escola dos mais crescidos e ser recebido em todas as aulas com a cena dos contratos e das regras - não insulto os colegas, não atiro papeis, não cuspo para o chão, não risco a mesa/ se atirar um papel escrevo 50 vezes não devo atirar papeis para o chão (vi há dias um "contrato" assim!)que sentido lhes dá para o que ali vão fazer?
Se quando aos 10 anos fui para o liceu, me tivessem pregado uma partida destas, acho que deixaria de lá pôr os pés.
O professor e o aluno não estão ao mesmo nível. O professor é a autoridade e o responsável pelo que acontece na aula. Não é amigo dos alunos, nem tem que ser, é um profissional que aplica os seus conhecimentos para que os alunos aprendam. Nos colégios privados não há indisciplina, o menino u a menina são convidados a sair.Há instituições para tratar doenças psiqiátricas, hiperactivismo e problemas hormanais de adolescente.
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