terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vai-te Liberdade Que Ficas Cara

Pelo que se lê na esquerda moderada, parece que o grande óbice à liberdade de escolha em educação tem natureza económica/financeira. Havendo crise, não há cheque e lá se vai a liberdade....
A liberdade de escolha está para a educação como as taxas moderadoras estão para a saúde. Depende do rendimento do "utente". Baixa o rendimento, diminui a taxa moderadora, aumenta a liberdade de escolha.
A lógica destes pensadores é a seguinte: utentes com menores rendimentos terão menos liberdade de escolha. Para democratizar a liberdade de escolha, haverá que canalizar apoios (€) do Estado aos que mais necessitam (de massa, que não de liberdade, presume-se).
A conclusão é canhestra: para termos maior liberdade de escolha precisamos de pagar mais impostos porque a educação ficará mais cara.

Podiam ser ainda mais demagógicos? Poder podiam, mas notava-se muito.
Fiquemo-nos pelo Bush:
"...I believe that parents are their children's first teachers. Parents, not bureaucrats, know what's best for their children. Parents, not the bureaucrats, know what's best for their children. Parents, not the Government, should choose their children's schools. For too long we've shielded schools from competition, allowed them a damaging monopoly power over our children. This monopoly turns students into statistics and parents into pawns.

Let's be clear about who's hurt most by the present system. It's not the wealthy; they can already afford to send their children to whichever school they choose. The "GI bill" for children will give low- and middle-income families more of those choices. Whether it's the public school down the street or across town, whether it's a parochial or Yeshiva or Bible school, parents should be able to decide which school will provide the best education for their kids. By injecting competition into our education system, by allowing parents to choose their children's schools, we can break the monopoly, provide the catalyst to open up opportunities for our kids and create genuine change in our schools...".
George Bush, Radio Address to the Nation on a "GI Bill" for Children


Reitor

2 comentários:

  1. Caríssimo Reitor, quando falta de leituras sobre o tema.
    Recomendaria, até por estar no Google Books, a leitura das páginas 2-3 do School Voucher de um dos seus maiores defensores, Terry Moe, que estabelece uma clara ligação entre o movimento voucher e o conservadorismo religioso. Ou mesmo outros autores que claramente defendem que os vouchers não devem ser atribuídos de forma universal. A GI Bill for Children assenta mesmo nessa não universalidade.
    E os programas com maior sucesso nos states seguem a mesma lógica.
    pena que em matéria de citações se fique pelos onlines.

    Abraço,

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  2. Meu caro, está-me a parecer que estás mais preocupado em mostrar que lês muito (parabéns) do que em discutir a liberdade de escolha.
    Liberdade que não se alcança somente pelos vouchers, como queres, à viva força, levar a crer.
    O GI Bill For Children não se dirigia a todos, mas beneficiava a maioria. Pelo menos uma imensa maioria.
    De qualquer forma, meu caro, não te deves ficar apenas pelas leituras.
    ficarás mais erudito, certamente, mas também corres o risco de não perceberes que a luta pela liberdade é uma luta cidadão a cidadão.
    A mim basta-me que o número de cidadãos obrigados a colocar os filhos nas escolas que o Estado lhes escolhe diminua de dia para dia. Um por dia que seja.
    Abraço

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