Mortífero manifesto anti-socialista dos nossos dias, anti-socretista, anti-almeidasantista e anti-oportunista."Depois de em Outubro ter morto o casamento gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido.
Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nitezsche. A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado.
Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro. Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida. O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer. Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã. E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade.
São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos". Mário Crespo, JN
Palavras justas. Palavras com senso que deveriam ser cartilha de todos os professores.
Ferrete para todos aqueles que, irresponsavelmente, se armam em inginheiros sociais. É preferível que continuem a desenhar casas sobre vacarias...
Reitor
Acho que deveria ser instituida a eutanásia para alguns políticos que andam p'ra aí...moribundos...
ResponderEliminarÓ senhor reitor, casamento e acasalamento são coisas diferentes. O casamento é um contrato (aí com dois séculos de existência) e está tão em crise quanto a CRISE ou a COISA. Seria até bom avisar os homossexuais disto. Os coitados querem celebrar um contrato que está caduco. Até o Oliveira e Costa se divorciou que lhe deu muito jeito p'rós negócios (e conheço muitos outros). Mas não vejo por que não hão de fazer o contrato. Repare que o assunto até é consensual. Quando o Sócrates veio agora com a moção o comum dos cidadãos (da direita e da esquerda, seja isto o que seja) ignorou. E este é que foi o problema. Os spins pretendiam ter aqui um cavalo de batalha para dar ao homem um ar de modernaço de esquerda que lhe valesse uns votos dessa banda. Mas o assunto estava a morrer ali. Então acho que tiveram que encomendar a uns sacristães de terceira linha ( o fazedor de santos e outro que ninguém nunca viu ou ouviu) acolitados pela dona Fátima do prós/prós que agitassem o assunto para tentar obter os resultados que queriam (os obscuros objetivos).
ResponderEliminarAcho que tenho razão - ouvi agora que hoje na quadratura do círculo o António Costa vai defender que se discuta imenso este magno assunto. É-lhes preciso agitar agora esta bandeira, esperam votos.
ResponderEliminarBah, que quem quiser casar-se, se case!
Qual é o problema? Mais contrato, menos contrato...
Não setora. Não é "mais contrato, menos contrato...". O casamento não é um contrato como outro qualquer, obviamente. Nem se parece nada com um contrato de compra e venda, só para dar um exemplo.
ResponderEliminarÓ Reitor, às vezes o que não parece é. Não estou nada a ver o "obviamente".
ResponderEliminarE não é o casamento que garante a procriação, pois não? Olhe, eu desconfio que os meus netos vão ser todos filhos de pais e mães solteiros. E bem vindos que eles são! Acho que nunca perguntei a ninguém qual era o seu estado civil. Quero lá saber!
Isto digo eu que há mais de 30 anos fui assinar o papel porque me era indiferente assina-lo ou não e não estive para travar essa batalha com as famílias respetivas. Mas hoje o meu sogro, que tem 93 anos, não se incomoda nada com o descasamento dos netos. Gosta deles e dos respetivos companheiros/as. Chega-lhe isso.
Cara setora.
ResponderEliminarProcriação? Pais e mães solteiros?
Estado civil? Descasamento?
São muitos assuntos para tratar de uma só penada...
Quanto ao assunto que estavamos a discutir - o casamento - sublinho que, embora lhe fosse "indiferente", vocês casou.
Fico-me por aqui
:-)
Quando havia outros combates que se consideravam mais importantes, esse não merecia batalha. Era coisa menor. Vivíamos juntos mas a decisão de ter filhos de pais solteiros, à época mal aceite, obrigaria a desnecessários gastos de energia. Foi divertido porque o meu pai,conhecendo-me bem, quando lhe pedi que me tratasse da papelada no Porto, quis assegurar-se de que eu não estava doente! E assinei, assinei e não me custou nada. Era-me indiferente. Não tencionava vender nem comprar nada a não ser tranquilidade "social" para as crianças. Com uns sogros hipercatólicos já foi heresia suficiente ir só assinar o papel. Mas é o mesmo sogro hipercatólico que, aos 93 anos e bem de cabeça, dá de barato tudo isso. O tempo que passa conduz a que se dê importância às pessoas, os papeis perdem sentido.
ResponderEliminarSuspeito que os homossexuais não querem casar-se, querem apenas poder casar-se. Pois que se lhes dê esse "poder" anacrónico.