O presidente do conselho executivo da escola, Carlos Rocha, desvaloriza o caso e assegura que a aluna é que tem "dificuldade em se relacionar com a turma". E acrescenta: "Foi desencadeado um processo de investigação e dessa averiguação não se confirma nenhum desses factos". Já António Leite, director regional adjunto da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), confirmou ao JN que só agirá "se tiver dados da escola que confirmem a queixa".
Um segundo funcionário público que só age se o caso for parar à TV, enfim..
Um eloquente exemplo de como dois funcionários públicos, responsáveis pela gestão de serviços públicos, não souberam, não quiseram ou ambas, proteger uma, apenas uma, jovem cidadã portuguesa que, coitadinha, frequentava a escola que o patrão Estado a obrigava a frequentar. Estranho este Estado que a todos quer defender e proteger por "igual" mas, no final de contas, não consegue proteger uma criança portuguesa alvo de "bullying".
Alguns ideólogos de uma esquerda ligeiramente démodé, ainda nos atiram com os papões privados sempre que algum político fala em dar aos portugueses a possibilidade de escolher o seu médico, a sua escola, os seus serviços. Atiram com papões, mas não conseguem inverter o curso do futuro.
Claro que o seu estatuto social, os seus conhecimentos, a segurança no emprego, impede-os de poder conceber, ainda que hipoteticamente, que os seus filhos ou pais pudessem passar pelos calvários, estatais, por que passam os portugueses simples: meses ou anos à espera de uma cirurgia, horas na fila das unidades de saúde estatais à espera de um médico, filhos a frequentar uma escola indesejada; filhos que são alvo de agressão na escola pública de frequência compulsiva e, não só não os podem mudar de escola, como têm de ouvir desaforo daqueles que os deviam proteger. Seria inconcebível, não é verdade?
Reitor
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