Victor Marques (VM) diz no Porta-Fólio dele, comungando da opinião do Presidente do Conselho das Escolas, que as acusações de facilitismo nas provas de aferição e nos exames, desvalorizam o esforço feito pelas escolas e professores e põem em causa o profissionalismo dos docentes deste país.
Diz também que há muitos a escreverem e a dizerem NADA.
De facto, concordo com VM. Há muitos que escrevem para dizer NADA. Não é o caso do Victor, obviamente.
VM diz alguma coisa. E, como diz, às vezes também diz asneiras.
A afirmação de que o mérito das melhores classificações dos alunos nas provas e exames se deve ao esforço e profissionalismo dos professores é uma asneira pegada.
Obviamente, a melhoria das notas nas provas e exames (50% e mais) devem-se à diminuição do grau de exigência das provas e não a um maior esforço e profissionalismo dos docentes: nem de cada um em particular, nem de todos em conjunto. Esta afirmação é correcta e só defende os professores.
Aliás, só por desrespeito aos professores e às escolas: aos professores e às escolas de hoje e de ontem, é que se pode admitir que venha alguém dizer que os professores foram tão profissionais e fizeram um esforço tão meritório em 2007/2008 que, por via disso, os alunos melhoraram significativamente os ses resultados.
Seria uma imensa falta de respeito pelas dezenas de milhar de professores que, desde tempos imemoriais, formaram milhões de alunos no país. E muitos milhares com excelentes notas em exame.
Seria ver nesta equipa ministerial dotes de governo da educação que, obviamente, não têm; Seria admitir que, antes deste governo, tinha sido o caos;
Seria passar um atestado de incompetência a todos os dirigentes escolares que, desde o 25 de Abril, têm conseguido formar alunos mau grado as barreiras, os contra-sensos, a indefinição, os avanços e recuos, enfim, mau grado o inenarrável, estúpido e ingerível sistema educativo que temos;
Afirmar que foi por mérito dos alunos, dos professores, das escolas ou das políticas educativas que as notas subiram mais de 50% de um ano para o outro é uma profunda falta de respeito para os milhares de alunos que, no ano passado e em cada uma dos anos passados, obtiveram notas de 20 valores ou nível 5 nos exames e provas que realizaram.
Admitir, enfim, que os professores e as escolas tiveram alguma coisa a ver com esta fraude educativa seria uma falácia sem nome. Uma impostura intelectual. Uma enorme mentira.
Reitor
Excelente post. Concordo 100%. Os Pê Ésses andam tão cegos com o fascínio do poder que não enxergam a realidade.
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