sábado, 6 de agosto de 2011

Coronel Extintor


Vital Moreira, em mais um artigo de opinião, vem defender a extinção de três organismos públicos. Não, nenhum deles é o partidochuchalista.
Vital defende a extinção de três excelentes escolas ligadas às forças armadas: o Colégio Militar, os Pupilos do Exército e a Escola de Odivelas. Não por não terem alunos em número suficiente (são grandes as listas de pretendentes), que os têm, mas sim, diz este coronel sem medo, porque "não faz nenhum sentido ... a existência de escolas oficiais para alunos oriundos de determinada classe ou corporação profissional". Portanto, extingam-se.
E depois discorre sobre princípios e valores constitucionais - da mesma Constituição que ajudou a criar - para justificar a extinção destas escolas. Em suma:
Não é missão dos militares ministrar ensino básico e secundário aos seus filhos

Por este vital  argumento, percebe-se que os militares não podem ministrar ensino básico e secundário aos seus próprios filhos, mas podem fazê-lo aos filhos dos outros. Sendo assim, o doutorVital, deveria exigir do Governo que os militares passassem a cumprir o CPA e fossem impedidos de leccionar aos próprios filhos.

Não faz sentido hoje a existência de segregação escolar com base em coporações do sector público

Este argumento é vital para a democracia. A segregação escolar deveria ser considerada "crime público"  e o Estado e os seus agentes levados a tribunal por a promover. força professor Vital. Estou consigo!
São escolas "exóticas" pois pertecem ao sector público, ministram ensino público mas não têm o mesmo estatuto que as restantes escolas públicas.
Este argumento carece de vitalidade e a sua debilidade está no carácter das escolas e no respectivo "estatuto".
Vital defende que as boas escolas portuguesas - como indiscutivelmente são as escolas que quer extinguir - são "exóticas", por oposição óbvia às restantes escolas públicas que - sendo quase invariavelmente  piores que as das forças armadas - quer manter por força da "normalidadade".
Mas não chega. Vital ainda se socorreu de um argumento mais original: as escolas das forças armadas devem ser extintas pois, pertencendo ao sector público, não se admite que tenham um "estatuto" diferente das restantes escolas públicas.
Podia ter-lhe ocorrido mudar o "estatuto" das escolas das forças armadas mas não lembrou. Lembrou mais depressa o remédio que os ex-camaradas soviéticos aplicaram às "igrejas exóticas" que existiam na Europa central e de leste.

No fundo, este coronel no activo defende que se extingam as boas escolas, exemplares exóticos do serviço público de educação, e se mantenham as escolas "satisfaz menos", "satifaz" e "satisfaz mais", que constituem a generaldiade  das escolas de Portugal.


Reitor

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