Mas hoje trata-se “disto” e daqui. De dar nota do meu pasmo face à manipulação que vem da governação que nos coube em sorte e não em voto, e nos vende gato por lebre: nas enganadoras conclusões económico- financeiras que tira das más decisões politicas que toma, nas prioridades que elege, nas escolhas que faz, nos valores civilizacionais que vai assassinando criteriosamente. E de uma certa forma de fraude que é para a esquerda radical essa coisa que devia ser tão comum como a água nas torneiras que é a liberdade. Mas ela não corre nem escorre como essa água, os canos da esquerda estão muitas vezes convenientemente entupidos. Sim, repito, nada disto pode acabar bem, já se percebeu, mas não será a curto prazo. A grande redistribuição em curso precisa de tempo e ainda estamos na época dela, como nas épocas das cerejas ou das castanhas. Agora ainda estamos na saison dos “r”: redistribuir muito e a eito, por um lado; e reverter tudo o que outros fizeram, por outro. De bom ou de mau, tanto faz. Não só é preciso acabar com a (boa) herança deixada pela coligação PSD/CDS como sobretudo corromper o prestigio dessa memória. Um dois em um: desfazer o património, apagar a sua memória. Está em curso. Convinha talvez que não se olhasse para essa delapidação com um olhar tão plácido. Tão quieto.
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