domingo, 24 de julho de 2011

Ajuda Desinteressada a Uma Directora Aflita

Ao pôr os olhos no Umbigo do Guinote, a banhos com toda a certeza, dei com esta posta que se refere a uma carta da Directora da Escola Secundária de Alberto Sampaio de Braga ao Ministro da Educação, Professor Doutor Nuno Crato.
E, porque sinto hoje um chamamento altruísta, não posso deixar de fazer o que Secretário de Estado e a Ministra da Educação não fizeram até agora: esclarecer a directora da Escola Alberto Sampaio e todos os outros que estão com dificuldades em colocar o telhado neste edifício à burocracia e à estupidez, que é a avaliação dos professores, criado pelo senhor doutor Alexandre Ventura com o silêncio cúmplice do Sr. professor Mário Nogueira.

Notas prévias
1 - A directora da ESAS sabe muito bem que pedir uma audiência à anterior ME - mestra Isabel Vilar - para esclarecer dúvidas sobre a add, seria visto como uma ofensa à senhora pois que, sabe a directora e sabemos todos, a mestra Isabel Veiga não percebia népia do assunto. Pedir-lhe uma audiência para tratar de add foi o mesmo que pedir-lhe para dar uma aula de chinês. Nem respondeu.
2 - Um pedido de esclarecimento sobre add efectuado, ao que tudo indica, no mês de Julho não credibiliza a Directora da ESAS nem dos directores das escolas de Braga, em nome dos quais a senhora se apresenta.
Com efeito, se a add está no fim - como já dizem os xicoexpertos do PSD e do CDS pensando que se safam do epíteto de "mentirosos" que vem a caminho - como pode haver directores que ainda não sabem todas as linhas com que a mesma se cose?
  • Ou não sabem e, à revelia de uma acção competente e do profissional, iniciaram um processo de que depende a vida de centenas de professores sem saber como terminá-lo.
  • Ou sabem e estão a arranjar desculpas e a querer adiar e empurrar para cima uma tomada de decisão que lhes vai causar amargos de boca.
O Ministro não é destituído e, consequentemente, não vai esclarecer nenhuma das dúvidas levantadas sobre um processo que está no fim. Se o fizesse abriria uma porta para esclarecimentos de mais dúvidas, acabando por colocar em causa um processo que, tudo indica, quer deixar chegar ao fim (esta será a linha de resposta dos spin)

Mas, eu não tenho a responsabilidades de um Ministro.
Por isso proponho-me ajudar a aflita Directora, esclarecendo-a sobre a operacionalização do modelo

Capítulo I - Esclarecimentos à directora

1 - Quem avalia, formalmente, é o juri de avaliação e não os relatores ou a ccad.
2 - Quem avalia, de facto, são os elementos da ccad que validam o cumprimento das quotas e as avaliações negativas.
3 - A ccad faz parte de todos os júris, ou melhor, os quatro elementos da ccad avaliam todos os professores da escola.
4 - Assim sendo, a ccad conhece previamente todas as propostas de avaliação.
5 - Dos cinco elementos de cada júri apenas um não conhece as propostas de avaliação de todos os professores da escola. Apenas conhece a dos professores que acompanhou. Em bom rigor o júri de avaliação é uma ficção que justifica a existência de relator e que, ao colectivizar o avaliador, ajudou a calar os sindicatos.
6 - Antes da primeira reunião do primeiro júri de avaliação, já quatro elementos dos cinco que constituem essse júri têm conhecimento de todas as propostas que irão surgir para avaliarem.
7 - Ou seja, antes da primeira reunião do primeiro júri, a ccad já sabe se as propostas de avaliação de muito bom ou excelente ultrapassam as quotas ou não.
8 - Se não ultrapassam, o júri apenas terá de se preocupar se aceita ou não alguma das propostas de mb ou ex que lhe apresentam (não por causa das quotas, mas sim por causa do mérito da proposta, ou do professor).
9 - Se ultrapassam, o júri, em bom rigor, os quatro elementos do juri que constituem a ccad ficam logo a saber quantas não podem validar. Sabendo quantas, há que saber quais. Para isso têm os quatro elementos da ccad, antes das reuniões do júris, de apreciar todas as propostas de mb e ex para determinarem qual ou quais vai/vão ser rejeitadas (não validadas).
10 - Os "critérios de desempate" surgem como forma de a ccad/júri atirar para os relatores a decisão sobre os mb e ex a atribuir. Ou seja, os que inventaram os "critérios de desempate" - que são uma invenção - querem transferir para os relatores o ónus da decisão de não atribuir mb ou ex a um professor.
11 -  Os "critérios de desempate" vão servir para "ordenar administrativamente" as propostas dos relatores e sustentar a não atribuição de mb ou ex com base no critério administrativo da  ordenação quantitativa das propostas dos relatores. Note-se: tudo se prepara para que a avaliação dos professsores com mb ou ex não dependa de qualquer critério de mérito, mas sim de um critério exclusivamente administrativo e exterior ao júri de avaliação.
12 - Em bom rigor, não há mal que todos os relatores atribuam classificações de 10 valores porque a ccad tem uns critérios de desempate que resolvem as questões de mérito. Os "critérios de desempate" contrariam a letra e o espírito da add. Funcionam para este modelo de add como a antiguidade funcionava para o anterior. E nada me admiraria se a idade do professor entrasse como critério para desempate...

Capítulo II - Orientações técnicas para os professores manterem a add em banho-maria

1 - Após tomarem conhecimento da proposta de add, todos os professores das escolas de Braga (e do país) devem pedir a entrevista com o relator
2 - Após serem notificados da classificação final, todos os professores devem reclamar para o júri de avaliação
3 - Após decisão da reclamação, todos devem interpor recurso ao júri especial de recurso


Com os protestos da minha consideração
(Não precisa de agradecer)


Reitor

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