sábado, 19 de fevereiro de 2011

Os Saqueadores

Gostava de ter escrito esta brilhante peça, mas não fui que a escrevi, foi o Paulo Guinote.

A geração de MLR (nascida em 1956) não construiu a democracia, apenas colheu os seus frutos. A geração de MLR é a verdadeira geração grisalha que beneficiou das conquistas de Abril, delas tem usufruído em pleno desde que se apropriou do aparelho de Estado para se reproduzir nos seus vários patamares, gabinetes e corredores, deixando para os que vêm a seguir os destrossos [sic, é mesmo assim que os quero grafar] da carne tenra que souberam comer antes que esturricasse. Mais importante, souberam acautelar-se para um futuro que se encarregaram de negar aos outros. Clamam-se pela igualdade e equidade, mas destruíram-na. Dizem que promoveram a qualificação e o mérito, mas em troca ofereceram nada.

A geração de MLR é aquela que, alimentada pela ideologia anti-poder dos anos 60, mal deitou mão ao poder, nunca dele se separou, mesmo quando é ocasionalmente obrigada a ficar mais discreta. Quando incomodam, vão para Londres, Paris, Nova Iorque, fazer estágios de cosmopolitismo, enquanto não ensaiam um regresso. Nesse aspecto, a constelação PS é particularmente pródiga (vejam-se os carrilhos, os cravinhos, os ferros). Quando se portam bem, são encaminhados para as empresas, institutos ou fundações onde os interesses do Estado ou do próprio País são usurpados por cliques e facções.

Reitor

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