segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ainda Sobre As Tácticas...

Não é que as tácticazecas que aqui apontei mereceram a atenção de uns amigalhaços, especialistas em educação e em luta de massas.
O Paulo tem melhores tácticas, obviamente. Tem até uma arma secreta para salvar os professores deste modelo de avaliação. Quando for o momento, lançará o ataque mortal à ADD. Aguardemos, pois.

O Octávio, mesmo não querendo escalpelizar as minhas tácticas, lá lhes foi dando umas beliscadelas de amizade.
Como tenho mais tempo do que ele, vou dar-me ao trabalho de escalpelizar o que este amigo diz.

1 - Não senhor, as 10 tácticas não entroncam numa "estratégia de resistência passiva" mas sim numa estratégia de resistência activa. Os professores em vez de se zangarem uns com os outros e de competirem desenfreadamente pelo mérito - que é o que pretende o Governo - devem fazer o único jogo que os poderá salvar (se quiserem aacabar com esta ADD) se as outras vias não deitarem abaixo o coiso: na falta de outras armas e para que não venha a ser levada a sério, a ADD deve ser combatida pelo ridículo.
2 - Não senhor. Para que esta estratégia resultasse e presumindo que seria do interesse dos professores (porque se não for do interesse dos professores, não vale a pena combater a ADD) apenas se tornava necessário que todos os relatores estivessem concordantes com as tácticas e nenhum deles alterasse uma única das classificações máximas que apresentasse.
3 - Sim senhor, as quotas, a serem preenchidas, sê-lo-ão pelos docentes que pediram observação de aulas. Independentemente de qualquer táctica.
4 - Neste caso, a injustiça é como a gravidez: ou a ADD é injusta ou não é. Se o é, nada do que os professores façam poderá alterar esse facto. Por isso é que os desempates serão sempre feitos com base em trivialidades ou ...no tempo de serviço.
5 - Nenhum professor poderá transformar um modelo que não é sério numa coisa séria, quer o leve a sério quer faça de conta. Os professores vão sempre ocupar-se com uma farsa (para além da de Inês Pereira), inevitavelmente, como verás.
6 - Defendo a luta nas ruas e por todos os meios possíveis e imaginários. O meu poste não bate aí. Precisamente, porque penso que a luta dos professores só terá hipóteses de sucesso se se desenvolver em vários tabuleiros e a vários níveis, apresento mais um tabuleiro para se jogar este jogo.
7 - A Escola Pública não se degrada, nem nunca se degradará, pela observação de aulas. Antes pelo contrário, a observação de aulas poderá melhorá-la.
8 - Gostei de ler esta, que subscrevo quase inteiramente:
"...a escola pública deve concorrer com a escola privada, na base de um ensino de qualidade e de exigência, que não condene à imobilidade social os mais desfavorecidos da sociedade"
Mesmo sendo indisfarçável a ironia, trata-se de uma asserção bastante liberal para um intelectual como tu.
Deves é corrigir a tese: a base da concorrência público/privado é a liberdade e a livre iniciativa e não o" ensino de qualidade e de exigência". Estes serão sim consequências da concorrência livre entre escolas públicas e privadas.
De qualquer forma, descansem. A luta é vossa e de todos os professores. Vocês hão-de ter melhores ideias para a vencer.
Reitor

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