quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sinais Comprometedores

Estive a ler o Acordo de Princípios para a Revisão do ECD e do Modelo de Avaliação dos professores. Já tinha escrito sobre o assunto aqui.
Os sindicatos, os políticos, os movimentos de professores e os bloggers têm andado numa lufa-lufa (não confundir com fufa-fufa, p.f.). Os primeiro em "negociações", os segundos a ameaçar o Governo, tipo "segurem-me, se não bato-lhe", os restantes no contra. Contra o modelo que mantém as quotas, contra os objectivos individuais, contra as barreiras no acesso aos últimos escalões, contra a "casta" de avaliadores, contra os sorrisos ocos, enfim, tanta concordância antes das eleições e agora ninguém se entende...

No meio de todo este ruído, três sinais já não se conseguem disfarçar:
O primeiro, óbvio, é que a FNE vai assinar um acordo logo à tarde. O João Dias da Silva já põe aquele sorriso de confiança quando:
- defende a valorização da "negociação até ao último momento" (fazendo antever até a existência um acordo secreto ME/FNE),
- aceita que os professores que obtiverem BOM possam chegar ao topo mais lentamente (coisa diferente de se admitir que os Excelentes e os Muito Bom possam lá chegar mais depressa)
- puxa para esta discussão as questões relativas aos horários e ao tempo de trabalho (nítidas moedas de troca).
Para mim, o acordo já está assinado. Oxalá me engane.
O segundo, óbvio, é que a FENPROF, os Movimentos de Professores e os Bloggers não vão aceitar este "Acordo de Princípios" e dificilmente aceitarão qualquer modelo de avaliação que exceda o "Relatório de Auto-avaliação".
O terceiro, verdadeiramente admirável neste Governo sucratico, é que os professores correm mesmo o risco de serem avaliados por toda a gente menos pelos directores das escolas onde trabalham, tal como acontece, por exemplo, no Burkina Faso.
Aguardemos mais umas horas...
Reitor

6 comentários:

  1. O 1.º falhou (parece que a FNE não assinou).

    0 2.º falha na substância.

    O 3.º era o que de melhor poderia acontecer aos Directores das escolas. Que necessidade têm eles de verem a sua incompetência assim exposta?

    Reitor, o modelo não era viável, estava mal concebido, etc., etc.. Mas quem lhe deu a machadada final foram os Directores e acólitos que o desacreditaram e o descredibilizaram.

    Depois desta falha clamorosa, com avaliações que causam espanto e pasmo, pensa que haverá alguém que aceite ser avaliado por estas pessoas, se para essa avaliação contribuir o trabalho e empenho e se se puserem de lado o favoritismo e as amizades?

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  2. Mas o busílis está e só na Gestão unipessoal, autocrática e anti-democrática de que ninguém fala e aceita tacitamente. Enquanto esta se mantiver: ADD, ECD e demais... será para motivo de "negociações" ou popularmente: "adeus ó linda"!

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  3. Só há uma forma justa dos professores serem avaliados: tendo em conta a relação entre as notas que deram aos alunos e as notas que estes obtiverem em exames nacionais exigentes e bem feitos. Mas para isso precisávamos de mais exames a mais disciplinas.

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  4. Resumindo, Vera, precisavamos de outro Governo.
    Também acho.

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  5. A "Mestre de Boston" aprendeu com o "injinheiro de domingo"

    http://psitasideo.blogspot.com/2010/01/isabel-alcada-mestre-de-boston.html

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  6. Para a Vera Silva,

    e como é que no meio disso, ficam os meus euros, os quais pago a "Academias" para o meu filho ter explicações? e não é tão pouco quanto isso...

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