sábado, 13 de dezembro de 2008

Um dos Coveiros da Democracia

O Dr. Almeida Santos, advogado de sucesso na ditadura, político de sucesso na democracia e reformado activo do Partido chuchalista, veio dizer à TSF umas baboseiras que, não fizessem escola junto de muitos políticos do regime, dariam uma barrigada de riso.

As suas tristes palavras são o espelho do Estado de "Direito Democrático" que ele próprio - ilustre e rico advogado no tempo da outra senhora, ajudou a fundar. Estado moldado pelas suas mãos, à sua imagem e à imagem daquilo que defende.

Diz o insígne ex-jurista, ex-político e reformado no activo:

«Os deputados têm a sua vida profissional, não se paga aos deputados o suficiente para eles serem todos apenas deputados, sobretudo quando são profissionais do Direito ou fora do Direito. Um advogado que tem um julgamento, não pode não pode estar na Assembleia e no julgamento ao mesmo tempo. Há justificações para as faltas».

Para aqueles que não alcançam o fundo pensamento do Dr. Santos, o que o ex-presidente da Assembleia da República defende é que os deputados deveriam ganhar mais, faltar quando quisessem e, ainda por cima, justificar essas faltas, trabalhar menos, acumular as funções públicas de deputado com as funções privadas de advogado, enfim, advogar enquanto representam o Povo e representar o Povo enquanto advogam.

Foi este o regime político amassado pelo Dr. Almeida Santos: um regime em que teriam lugar, apenas, os eleitos do costume. A casta.

Mas, o ilustre socialista rico disse mais:

«Talvez esteja errado é que as votações sejam à sexta-feira, é preciso arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que, normalmente, é mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República».

À sexta-feira é muito difícil e penoso trabalhar. E, como os deputados "são humanos, não são máquinas" à sexta-feira nunca havia votações para que os deputados, extenuados, pudessem faltar ao trabalho, antecipando em um dia o fim-de-semana. Inteligente este dr.

Porque o trabalho político era intenso, até acontecia de os deputados chegarem ao Parlamento na 2ª feira ao final da tardinha e regressarem aos seus círculos à quinta-feira uma vez que à 6ª feira não se trabalhava por antecipação do fim-de-semana.

À terça descansavam até ao meio-dia por causa do desconforto da longa viagem e, após um reconfortante banho e uma energética almoçarada, deslocavam-se ao Parlamento para representarem o Povo. Após uma ou duas horas de conversa com outros deputados, lá se sentavam nos cadeirões do hemiciclo. Quando acordavam da sesta participavam activamente nas votações.

À quarta-feira sim. O trabalho era intenso. Trabalhava-se de manhã e à tarde, excepto se houvesse necessidade de realizar trabalho político.

Por isso, Almeida Santos defende que, para além do fim dos plenários à sexta-feira, deveria haver

"ainda um aumento de salário para os deputados para melhorar a imagem dos mesmos e credibilizar a classe política portuguesa".

Se houvesse vergonha e respeito pelo POVO...

Reitor

8 comentários:

  1. As declarações desse sr. são inenaráveis e quero acreditar que se devem apenas ao seu avançado estado de senilidade ... ou talvez não!!
    O mais incrivel é o povinho, exibindo os seus garbosos diplomas das NO, com um personal computer com ligação à internet debaixo do braço, achar isto normal e aplaudir de bancada quando vai a correr para a fila para receber mais um "subsídio" que este generoso estado, cada vez mais estalinista, lhe dá à custa do trabalhador honesto!
    Que cansaço deste país!

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  2. Já agora, deixaríamos de dar aulas às 6ª feiras!
    Aproveitava-se para fazer um fim de semana prolongado e na 2ª feira, cansados do fim de semana prolongado, também não dariamos aulas.
    Dava-se aulas apenas na 4ª feira. Finalmente, na 5ª feira justificava-se a ausência de aulas alegando a necessidade de preparação do fim de semana prolongado.
    ACHO QUE É JUSTO!!
    DEPOIS DO QUE O ALMEIDA SANTOS DISSE, NÃO ME REPUGNA NADA FAZER ISTO.
    E ASSIM,COM O MESMO ESPÍRITO DO GOVERNO, SERIAMOS TODOS MUUUUUUIIIITO FELIZES!!!

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  3. Há coisas estranhas a acontecer em Portugal.
    Por exemplo...
    Falta saber como fica a história dos votos mal contados no Parlamento.

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  4. A votação?
    Ficará EXACTMENTE como está

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  5. Se não fosse a imagem tristíssima que dá de si próprio, dos deputados, políticos e do país, só uma gargalhada seria a boa resposta a estas palavras que ouvi, pasmada...mas a miséria dessas palavras que mostra a miséria e pobreza de espírito dos que se acham acima da lei e nos querem continuar a governar...

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  6. bravo, bravíssimo, era a resposta que essas palavras arrogantes precisavam.
    Quando as ouvi ontém, na rádio, tive um sentimento de nausea moral.
    MB

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  7. Parece que entrámos na 5ª dimensão. Isto é um insulto a todos nós!

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  8. Quem te viu, quem te vê!!!
    País à beira-mar plantado... onde estás???
    Nunca assisti a tanta maluquice!!!
    Gostaria muito de saber quem é que está acima da lei, neste nosso país tão bonito mas tão empobrecido com tantos desgovernos e aldrabices... Que pena!
    Votos mal contados?!
    No Parlamento?? ESPANTOSO!!!
    Também gostava de saber como vai ser resolvido tal "falhanço".
    Afinal o Parlamento tb tem de ser avaliado!!!! ahahhahahahahah
    Que tal o modelo de avaliação dos professores???
    Estamos todos fartos!!!

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