E deu uma interessante entrevista ao jornal "O Interior". Uma pérola que merece ser conhecida e analisada.
Vamos às partes que mais interessam.
P – Que significado tem para si o Prémio de Mérito Liderança atribuído pelo Ministério da Educação?
R – Em primeiro lugar, é uma honra receber um prémio desta natureza, porque é o reconhecimento de um trabalho feito ao longo de mais de uma década. Por outro, tem um significado ainda maior por resultar da vontade de um colectivo, pois não somos nós que nos candidatamos, mas é a comunidade escolar que organiza todo o processo... É graças a este esforço conjunto que esta escola tem sido aquilo que é e tem conseguido atingir determinados objectivos.
Ensinamento: a escola tem sido aquilo que é e tem conseguido atingir “determinados” objectivos
2 - “A escola do paradigma humano”: muito humanizada
P – Essencialmente, o que diferencia esta a escola das Palmeiras das outras?
R – É, acima de tudo, uma escola que assenta no paradigma humano. É muito humanizada, colocando o cerne da educação no aluno como pessoa. O que caracteriza esta escola é o seu bom clima e a vontade de querer produzir aprendizagens de qualidade e a vontade de todos para que se construa um ensino e uma escola pública de qualidade.
P – Qual a taxa de insucesso e abandono escolar da escola?
R – É muito reduzida. Felizmente, a taxa de sucesso real é elevada. O que nos interessa é que se construam aprendizagens de qualidade, daí que o sucesso do aluno se traduza com o adquirir de competências.
P – Como vê a actual polémica do sistema de avaliação dos professores?
R – O que posso dizer é apelar para que haja consenso para que se encontrem soluções que têm que passar por um clima de estabilidade nas escolas. Gosto que se encontrem soluções de consenso e de estabilidade.
Ensinamento: Os alunos são mais e mais imprevisíveis que os professoresP – E em relação aos protestos dos alunos?
R – Vivemos num estado democrático e acho saudável a partilha, reflexão e a expressão das diferentes opiniões. Penso que deve discutir-se e analisar-se estas situações e depois tomarem-se determinadas opções. Mas, acima de tudo, deve imperar o bom senso e encontrarem-se soluções, porque só assim poderemos construir uma escola melhor e andar para a frente.
Das respostas do prof. João Paulo pode-se traçar o perfil do "líder" das escolas portuguesas, por certo muito aproximado à realidade.
– Profissional apreciado, de preferência premiado, pelo Ministério da Educação
– Profissional com “determinados” objectivos para a escola
– Profissional que ajude a “humanizar” a escola
– Profissional preocupado em obter elevadas taxas de sucesso “real”, mesmo que o sucesso escolar se fique pelo meio da tabela
– Profissional que resolve os problemas consensualmente e, perante os ataques infligidos àqueles que dirige, diga pouco, seja cauteloso e dialogante com o opressor
– Profissional que veja bem e que saiba contar (será necessário saber quem tem o pau e quantos paus estão em jogo)
João Paulo Mineiro é líder.
ResponderEliminarSão traços de um líder:
- o reconhecimento de um trabalho que é colectivo conjunto, colaborativo e colegial, o que é condição de uma escola aprendente;
- a demonstração da confiança na alteração das condições da escola,
- a visão estratégica das grandes tendências educativas e a capacidade responder às expectativas dos stakeholders e interagir com eles.
Isto dizem Eunice Góis, Conceição Gonçalves, B. J. Caldwell, B. MacGilchrist, K. Myers, J. REED.
Lêem-se bem estes traços na entrevista.
Não foi o prémio que lhe deu liderança. É líder de mérito próprio.
Xiça e foi preciso citar bibliografia consagrada e tudo ... Para mim bastava dizer que este senhor navega nas águas quentes do PS da Covilhã !!
ResponderEliminarMas isso não interessa para nada, até porque "resultou da vontade de um colectivo, pois não somos nós que nos candidatamos, mas é a comunidade escolar que organiza todo o processo..." Não é verdade!?
O que eu gostava de saber era o que eram os skateholders
ResponderEliminarA palavra correcta é stakeholder.
ResponderEliminarDe dificílima tradução em português.
O mais próximo que se consegue é grupo de interesse - instituição, organização, indivíduo - internos ou externos.
Veja-se como esse 'líder' se vangloria de ter criado raízes na cadeira do poder: mais de 10 anos?
ResponderEliminarPois, espelha a realidade, sim. Tudo muito democrático. A ministra bem sabe onde estão os 'cavalos de Tróia'.
Caro Anónimo das 20h15.
ResponderEliminarAfirma peremptoriamente que o Prof. João Mineiro é um líder, como se eu tivesse dito o contrário...
Veja bem: João Mineiro é tão líder, tão líder que até o Ministério da Educação o premiou.
Você não tem dúvidas, pois não?
Há quem (o conheça) diga que ele errou a profissão, que devia ser "engraxador"!
ResponderEliminarConfrangedor... Lugares-comuns, afirmações vácuas e um discurso mal estruturado. Como pode alguém que se exprime assim ser um líder? Mesmo nas actuais circunstâncias, não haverá ninguém nas fileiras do professorado p.s. que pareça credível? Confrangedor, de facto.
ResponderEliminarSoledade