A reunião do Conselho Executivo da Escola Secundária do Cerco do Porto com os alunos que apontaram, alegadamente numa brincadeira, uma pistola de plástico a uma professora, terminou com a decisão de abrir um inquérito ao sucedido. Ficou também decido, esta sexta-feira, que todas as partes envolvidas serão ouvidos num inquérito a dirigir por alguém imparcial.
Pasme-se! A reunião terminou com a decisão de abrir um inquérito? Isto quer dizer o quê? Que, eventualmente, poderia não haver inquérito depois de toda a gente ver o que viu? Abrir um inquérito é um acto mais do que óbvio. Não me digam que se os meninos tivessem chorado mais um bocadinho, se os pais prometessem que durante duas horas lhes retirariam as consolas de jogos, ainda poderia haver uma hipótese de não haver inquérito? Brincamos?!!!
Essa do "alguém imparcial" também tem piada. As pessoas da escola não são confiáveis? Esteve na mesa a hipótese de ser um aluno a dirigir o inquérito? Algum professor poderá estragar a pistola de plástico que deverá ser devolvida em bom estado? Poderá existir algum torcionário na escola que arranque uma confissão aos alunos obrigando-os a confessar uma coisa que não fizeram como, por exemplo, apontar uma pistola à cabeça de um ser humano?
Se assim é, de facto, não estão reunidas as condições para que a escola garanta a imparcialidade de um processo de averiguações.
Já agora uma pergunta? Há enquadramento legal para se ultrapassar o Estatuto do Aluno e ir procurar alguém fora da escola para levar para a frente o inquérito? Ou esse "alguém imparcial" será a Inspecção Geral de Ensino, e então não se compreende a razão pela qual não foi logo apontada, ou então não se vê como é que a Escola do Cerco vai dar a volta à sua incompetência declarada e impor uma "personalidade imparcial"? Será um precedente interessante. As escolas enquanto organizações, mesmo no âmbito das competências que lhes são atribuídas por lei, dizem-se incapazes, incompetentes, ou seja lá o que for, para não dirimirem os conflitos gerados no seu seio. Poupa-se trabalho à escola, manda-se às malvas a perspectiva pedagógica das medidas disciplinares, aparece aí um juiz-de-fora (porque não o Roy Bean, himself?), as Associações de Pais até podem patrocinar uns out-sourcings para chamar os marshall's... Eh pá, porreiro.
Porque é que ninguém se lembrou disto, antes?
Director-geral
Nas cóboiadas vale tudo. A Associação de Pais do Cerco não confia no CE para fazer o inquérito e impõe as suas condições.
ResponderEliminarAinda vão chamar o Juiz Pedro Henriques para ver as coisas ao contrário e os putos safam-se com uma expulsão da prof de Psicologia.
A RTP transmitia uma série "Alentejo sem lei",no presente caso temos "O Cerco sem lei". Eu quero ver quando a pistola não for de plástico e por acaso disparar o que irá dizer a senhora directora da DREN?
ResponderEliminarAo estado a que isto chegou.
O enquadramento legal é "a lei de margarida moreira". Também podes encontrar enquadraqmento legal na autonomia das escolas, Director-geral.
ResponderEliminarNão há discurso nenhum sobre a Escola Pública portuguesa em que os governantes e dirigentes do ME não de falem de autonomia.
A autonomia é isto mesmo: uma escola que convive pacificamente - na brincadeira - com a violência e a indisciplina; dirigida por uma Directora tão incompetente que não abriu processo disciplinar aos alunos mal soube do sucedido; uma escola comandada à distância por uma directora regional abaixo de incompetente e que acha normal a violência nos últimos dias de aula.
Em que país do mundo civilizado, as autoridades reunem com os prevaricadores e criminosos para "decidirem" abrir um inquérito ao sucedido?
Num país socialista, em que se confunde Estado com Governo (e Partido); Bem Público com Bem do Estado; Banco Público com Banco do Governo (e do Partido); Funcionário Público com Funcionário do Governo (e do Partido) Educação Pública com Escola Pública.
Nota que o Natal foi há dois dias atrás e nem uma nem outra foram ainda demitidas...
The Law West Of The Pecos
Neste caso,recorre-se ao "exterior" para se assegurar a imparcialidade no processo!
ResponderEliminarQuanto à avaliação dos professores, como se assegura a imparcialidade entre pares?! Ah, que lapso o meu!!, na avaliação não se corre esse risco de "imparcialidade"!! :)
Neste caso,recorre-se ao "exterior" para se assegurar a imparcialidade no processo!
ResponderEliminarQuanto à avaliação dos professores, como se assegura a imparcialidade entre pares?! Ah, que lapso o meu!!, na avaliação não se corre esse risco de "imparcialidade"!! :)