O mistério, a paixão, a violência, o sexo...
Numa Novela bem Desgraçada como você tanto gosta!
Cenas do último episódio: Marilú apercebe-se, finalmente, que a menina dos seus olhos, o monstro (ADD) criado com tanto amor, se afundava, enquanto via Albino, O Almeida, e o Álvaro “Graxal” Santos rasparem-se de mansinho. Há que fazer alguma coisa.
HOJE
A INFANTARIA NUNCA RECUA. Dá meia-volta e avança.
Marilú recolhe aos seus aposentos pensativa quando é interrompida pelo contínuo Antunes:
- Dá licença? Tá lá fora o sr. Andione, p’ra uma palavrinha com a D. Marilú.
Marilú pensou rápido: Andione? Itália? Tu queres ver que é um consiglieri daqueles que sabe lidar com os sindicatos? Não como aqueles traditore (traidor) do CE. E para o Antunes:
- Ó Antunes. Que entre… entre…
O homem entra, com la guitarra en mano, tipo Ak47, e sem mais aquela, dispara tronitruante:
- A mi não me gustan las medusas! Sólo de las merlusas…
Marilú não percebeu mas porque tinha recebido instruções para abrir a boca o menos possível, limitou-se a apontar para uma cadeira, e ouvir o que o outro tinha para dizer.
Quando acabou, Marilú não deixou de comentar:
- Ó sr. Andioni , isso é muito bonito mas essa história dos maestros, dos currículos da música é lá com o Walther “Chumbado por Faltas” Lemos…
- Andione, um par de huevos! Me lhaman Andión. Patxi Andión.
- Puxa vida! Não me fale de huevos que me lembro logo de quando me sujaram a furgonete…
- Coño! Huevos quiere decir cojones y maestro quiere decir enseñante, professor… Te digo que basta ya.
Marilú ficou atordoada. As palavras de Andión mexiam com ela quase tanto como as do Primeiro quando, a ela a ao Walther, lhes telefonou.
Decide convocar o seu estafe maravilha: Walther “Chumbado por Faltas” Lemos, Jorge “Sinistro” Pedreira, Margarida “Bufa” Moreira e mais três estarolas, colegas desta, para fazer o ponto da situação. Após o brain storming, em que fingiam pensar, como sempre, é o Walther, quem apresenta a solução:
- Já sei. Vejam lá se me acompanham: o Primeiro não quer que falemos, certo? O Andion anda por aí, certo? A nossa causa é chilena, certo? Os professores nunca entendem a nossa língua, certo?
- CERTO.
- Então, a partir de agora só falaremos na língua de Cervantes. O Primeiro só nos proibiu de falar mas é lícito supor que a proibição só se referia à Língua Portuguesa, certo? O Andión ficará confuso por não saber se está em Portugal ou em Espanha. Quanto à causa, os originais são sempre melhores que as imitações, certo? E os professorzecos mais uma vez serão acusados de nada perceberem, certo?
- POR SUPUESTO! responderam todos, menos a Margarida a quem, de resto, ninguém ligou. Y VIVA ESPAGNA.
- Mas, quem raio é o Cervantes? pergunta a Margarida.
Walther estava delirante e respondeu-lhe:
- É o Camões español. E trauteando: Perón, péron, péron pon pêro, péron, péron. Y salamanca es Portugal!
- Ó Walther, também não é preciso tanto! diz o Pedreira, e além disso, não é Salamanca mas Olivença.
- A mi me gustan las malagueñas, diz o colega alentejano da Margarida.
E logo a Margarida:
- Yo también hablo espanhuel: HODER, HODER… HOSTIAS, ME CAGO EN DIOS, HIJO DE…
- Basta ya! Basta. Pedreira estava um bocado chateado por não saber como dizer o seu nome quando se lhe dirigissem nas reuniões: Pedriera? Pedraza? Pedrosa? Raio de ideia a do Walther.
- A Albino, El Almieda, cuando venga, yo le voy mandar al carajo! anunció Marilú. - Nunca está com nosotros en estas ocasiones… y después siempre sigue embromado…
- Entonces, amigos, à la guerra! Unidos venceremos. Adelante…
Cenas dos próximos episódios:
Quem sairá vitorioso deste combate?
Marilú encontrará, por fim a felicidade ao lado de Álvaro?
Agradecimentos ao nosso inspirador e logo patrocinador e personagem da novela (jingle): GRAXAL, GRAXAL (pianissimo) GRAXAAAAL (em crescendo), GRA (pausa) XAAAAAAL (final empolgante).
Narração de: Director-geral
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