domingo, 23 de novembro de 2008

A Caixinha de Pandora

Por modéstia, designei-a como "anúncio publicitário" embora, na altura, me parecesse mais que isso. Uma encomenda. Ontem o Paulo voltou a falar do assunto, noutro registo: deu voz à denúncia de alguns professores da escola de Beiriz.
Enfim, exigências de um blog com mais de 4.000.000 de visitantes, a todos os títulos notável.
No caso do Educação S.A., embora sérios (a) não temos pretensões a nenhum título, nem ranking.
Depois de ter escrito sobre a reportagem do PÚBLICO, também recebi vários e-mails com denúncias de fazer cair os queixos. Não sei se são verdadeiras ou falsas ou assim-assim. Para o caso, isso pouco importa. O "caso" aqui é o de sabermos até que ponto a realidade-real é diferente da realidade-comunicação social. Ou, simplesmente, até que ponto é que a realidade virtual é, ela própria, a realidade?
A comunicação social pode fazer e desfazer mitos sobre a escola, fazer e desfazer exemplos de boas e más escolas, de bons e maus líderes, vender Presidentes da República, enfim, a realidade construída pela comunicação social é uma evidência que não podemos ignorar.
No caso da Escola de Beiriz, retirando os adjectivos e ficando com os factos, parece que:
- As abóboras, os nabos e outros legumes com que a PCE recebe as autoridades políticas - dizendo-lhes que são artigos que os alunos trazem de casa tal é a vontade de participarem na vida da escola – são, afinal, colocadas na escola por um agricultor a pedido da PCE;
- E o pão com que se alimentam as crianças e os adultos é fabricado numa padaria local e não pelos alunos do curso de panificação nas instalações da escola, como se diz na reportagem;
- E, segundo consta, o Estatuto de Aluno não é aplicado, tal como consta do diploma, na escola de Beiriz;
- E os professores sentem um ambiente de trabalho de tanta liberdade e democracia que nem sequer se lhes ouve um pio de contestação à avaliação: seja para fazerem uma RGP ou aprovarem qualquer moção ou documento, muito menos para participarem em manifs;
- As aulas de substituição não existem na escola de Beiriz;
- Os alunos não têm acesso aos apoios previstos no Despacho nº 50/2005, tal como lá estão previstos.
- O Decreto-Regulamentar nº 2/2008 - avaliação dos professores - não se aplica na escola de Beiriz;
- Nem a legislação sobre horários e distribuição de serviço docente, nem a legislação sobre avaliação de funcionários - SIADAP são cumpridas como prevê a legislação.

Enfim, tirando o facto de me dizerem que nenhuma lei se aplica, de fio a pavio, na Escola de Beiriz, porque a Directora as interpreta todas de forma a adaptá-las à realidade da escola, dizem-me que a Escola de Beiriz é uma escola como as outras, nuns casos melhor e noutros, pior…

Quanto aos resultados dos alunos, o sucesso é tal que se estuda já a hipótese de haver algum factor natural, sei lá, uma espécie de micro-clima ou um outro factor geológico que esteja a tornar Beiriz num caso único a nível nacional.
O professor responsável por este estudo é o nosso conhecido José “A Favor-Contra-Mais ou Menos-Assim-Assim, o Processo de Avaliação dos Professores” Matias Alves, como se pode deduzir pelo desejo, sede e procura do conhecimento .
Reitor

1 comentário:

  1. http://www.ps.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=843&Itemid=26

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