sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Hipocrisia, Falsidade, Simulação

"Tenho que reconhecer que não demos às escolas todas as condições para fazer bem. Mas estamos a tempo de dar essas condições", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues. Negando alguma vez ter dito que o excesso de burocracia é culpa das escolas, a ministra admitiu que "uma parte" desse problema deve-se "aos próprios instrumentos que o ministério produziu".

Bom, se MLR demorou cerca de 1 ano a reconhecer as insuficiências do modelo, então é lícito pensar que MLR esteja novamente enganada. E que ainda não estarão criadas nem foram dadas às escolas todas as condições necessárias para se fazer bem a avaliação dos professores.
Por outro lado, se "uma [pequena] parte" do problema da burocracia se deve "aos próprios modelos que o ministério produziu" podemos admitir que outra parte se deve às escolas.
Ou seja, nem agora que se viu obrigada a recuar, reconhece que o seu modelo de avaliação era impraticável. Mesmo agora, depois de pedir desculpas aos professores e colocar próximo da gaveta a sua mais marcante medida política (e não me venham falar do modelo de gestão que isso é desviar as atenções, porque a medida política que deixaria marca era esta, a avaliação dos professores), mesmo agora, as suas declarações os seus sorrisos forçados e o seu ar de quem sofre uma permanente obstipação, não conseguem disfarçar uma intolerável e hipócrita reserva mental: Maria de Lurdes Rodrigues pensa, no seu íntimo, que está certa, que o modelo de avaliação é bom, que as escolas não sabem interpretar, que as escolas não querem fazer, que são as escolas que estão a fomentar a contestação e que os professores não querem ser avaliados.
Nunca lhe passou pelo cérebro que cometeu erros políticos básicos como o de não chamar a si os professores; nunca lhe passou pela moina que o seu comportamento arrogante, presunçoso e falsamente, muito falsamente, humilde era perceptível por todos aqueles que a viam e ouviam, como ontem na TV. Não. Nem pensar. Eu marcho certo, a restante companhia é que marcha ao contrário, pensou ela.
É deixá-la marchar.
Reitor

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