quinta-feira, 10 de abril de 2008

Lavagem ao cérebro

Ontem, no Porto, houve uma reunião dos Conselhos Executivos com a equipa ministerial -toda- para tratar de uma extensa ordem de trabalhos, cujo ponto mais luminoso era relativo à avaliação dos professores. Nem se falou sobre a implementação do modelo de avaliação nem sequer se cumpriu a ordem de trabalhos, tendo a reunião sido interrompida de forma inopinada...
O relato de alguns amigos que tiveram a amabilidade de me enviar as suas impressões é claríssimo: o ME foi ao Porto fazer uma lavagem ao cérebro dos CEs. Tratá-los como lacaios a quem se manda fazer um trabalho sujo e, o próprio ME, não sabe como o fazer. Como não sabe como se deve fazer a avaliação, aliás, como o ME já percebeu que as escolas estão a fazer de conta que vão avaliar os professores, faz umas reuniões alargadas para fazer propaganda política sobre as virtudes do modelo e para tentar atenuar a falta de respeito que sempre teve com os professores. Em vez de receberem esclarecimentos e orientações claras sobre a aplicação do modelo de avaliação, o CEs foram receber, pela enésima vez, uma banhada política de lavagem ao cérebro que lhes permitiu vez, desta vez, as virtudes, a bondade, a articulação, a fundamentação, a estruturação, e a exequibilidade do modelo de avaliação, contestado por todos os seus professores. Ontem, no Porto, deixou de existir um péssimo modelo de avalição e surgiu, por arte do ME, um modelo que vai ser a salvação dos professores, dos bons professores. Um excelente instrumento de gestão das escolas que, por sinal, desconheciam que estava ali, tão perto, tão à mão de semear... Aleluia.
Dizem-me que aos discursos, todos políticos, os CEs responderam à altura: com o silêncio dos justos e dos ponderados. Fizeram bem.
Reitor

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