Por
isso, neste momento dramático para as escolas portuguesas valeria a pena pensar
seriamente no recurso à disponibilidade manifestada por João Lobo Antunes para
mediar este conflito. Além de lúcida, a proposta tem o peso de vir da boca do
ex-mandatário nacional de Cavaco Silva, que já deu sinais de estar muito
preocupado com a situação. Uma arbitragem participada e aceite pelas partes em
conflito permitiria aos professores porem em cima da mesa as suas propostas (até
agora desconhecidas) relativamente aos temas mais quentes, como a avaliação, a
gestão das escolas e o estatuto da carreira docente. Chegou a hora de a ministra
ouvir e explicar e de os professores demonstrarem que estão interessados em
melhorar o nosso sistema educativo e não em atirar a sua luta para um perigoso
beco sem saída.
Não duvido que JLB tenha disponibilidade e peso para mediar conflitos. Deve ter. O problema é que uma das partes já não aceita negociar com a outra. Quem esteve ontem no Terreiro do Paço percebeu, definitivamente, que o trio maravilha já não tem margem para negociar o que quer que seja, seja com quem for.
Curiosamente, defende-se neste editorial, vá lá, apenas ligeiramente favorável ao Governo, que "chegou a hora da ministra ouvir e explicar".
Mas ouvir quem? Explicar a quem?
Ontem a ministra ouviu o que tinha a ouvir de 100.000 gargantas: tá na hora, tá na hora tá na hora da ministra ir embora. E explicou na entrevista à SIC “não ser relevante” a participação de 100 mil professores na Marcha da Indignação, este sábado em Lisboa. Mais explicou que compreendia “muito bem as razões da manifestação”.
Os professores também compreendem e, neste ponto, todos estão de acordo com a ministra. Portanto, não deve haver nada a explicar, digo eu! A menos que, quais coelhos saídos da cartola, um Albino Almeida, um acelerado Director ou uns cordeiros pascais se ponham a jeito para ouvir explicações e falar in the name of da people.
Reitor
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