A pedido de um freguês.
"Os resultados de 6 anos de governação socialista estão à vista: um país de mão estendida, sem soberania e disposto a pagar o que for preciso por mais uns anos de vida a crédito.
O nosso primeiro-ministro entretém os portugueses com circo (de fabrico próprio) na mesma proporção em que os empobrece. Em finais de Fevereiro de 2011, marcava o ponto em todos os telejornais nacionais, para dizer com o sorriso e a inconsciência que o caracterizam: “somos os campeões da execução orçamental”, “vamos no bom caminho”… Em meados de Março surge com o PEC-IV. Mas por essa hora, Sócrates, o campeão da auto-apregoada “responsabilidade” esquece-se (ironia) que estava em minoria na Assembleia da República. A oposição ameaça chumbar o PEC IV e Sócrates comuta para o modo terrorista: “ou aprovam o PEC IV ou eu demito-me!”. Ou o “PEC IV ou o FMI”. No dia da discussão do PEC IV (na Assembleia da República), Sócrates vira costas aos parlamentares logo no início dos trabalhos, denotando mais uma vez aquela responsabilidade que só ele entende. Mas para onde corria? Se os parlamentares não lhe mereceram grande consideração, o Presidente da República, com o qual passou uns breves 15 minutos, também não! A preparação do circo da demissão/recandidatura, no horário nobre das TV falava mais alto e o nosso maior artista não teve tempo a perder nessa tarde de 23 de Março. Nem Alberto João Jardim, que tinha ensaiado há poucos anos o mesmo número artístico, o fez melhor!
De seguida entra de novo em modo terrorista: “Não estou disponível para governar com o FMI” e “ou EU ou o FMI» … Alguns dias depois já cá estava o FMI e o FEEF e lá entra Sócrates de novo no modo circo, a subir ao púlpito e anunciar outra grande vitória: um extraordinário acordo com o FMI, libertando-nos daquelas medidas aterradoras que alguém (quem terá sido?) ventilou para os OCS durante a passagem da troika.Mas alguém consegue entender porque é um Primeiro-Ministro se demite para se voltar a candidatar, num momento tão delicado como o que atravessamos? A demissão de Sócrates marca a agenda da crise política, lançando o país numas eleições tão inoportunas como indesejadas. O presidente foi mais um figurante neste circo da demissão/recandidatura. Será que não lhe passou pela cabeça que ao aceitar a demissão de Sócrates estava a colaborar no adensar da crise política? E que destas eleições poderia não resultar qualquer solução governativa diferente da de então? Seja qual for o resultado de 5 de Junho, o PS de Sócrates parece indispensável para a formação de uma maioria parlamentar. Com tantos anti-corpos que tem gerado à sua volta, não vislumbro qualquer solução governativa que envolva Sócrates. E como ele já demonstrou que não sai nem com benzina, parece-me provável que a situação do pais de deteriore após as eleições de 5 de Junho.Convém ressalvar que chegámos aqui por nós próprios, enquanto o país legítima com o seu voto (ou a sua abstenção) este triste espectáculo, cava alegremente o seu fosso em direcção à miséria!
Manuel Costa, 27 Maio 2011
Reitor