domingo, 1 de maio de 2011

Em Terra De Cegos Quem Tem Olho é Rei

Uma maioria de direita lançaria as escolas no caminho da municipalização e privatização (o objectivo final do mandato de Maria de Lurdes Rodrigues), coisa muito pior do que aquilo que temos.
Donde muito corporativamente (que também não tenho vergonha disso) ou se vota à esquerda, ou se vota para pior, se já não vos basta assim.

O professor Cardoso do aventar veio pedir aos professores para votarem no BE ou na CDU, como ele próprio irá fazer.
E os argumentos do professor Cardoso são categóricos:
a) No PS não se pode votar porque o sócrates é um ex-JSD.
b) No PSD (e no CDS) não se pode votar porque os tipos privatizariam as escolas ou, na melhor das hipóteses, ofereciam-nas às gestão dos sobas camarários.

Com argumentos tão fortes, os professores portugueses devem votar nos partidos de extrema esquerda, centralistas e estatistas q.b. e com a solução para os problemas da educação e, enfim, do próprio país.
Solução que, na cabecinha dos professores cardosos deste país se pode resumir nesta curta frase:  
O ESTADO PAGA.
E o credo destes intelectuais, cuja educação foi paga pelo Estado, é tão forte que não se inibem nem se envergonham de agitar o espantalho da privatização para induzirem o voto, note-se, em professores como eles, uma boa parte com os filhos a frequentar as escolas privadas. Como se fossem todos ceguinhos.
O professor Cardoso agita o espantalho da privatização porque sabe o que assusta muitos docentes e que o professor Ramiro Marques tão bem explicou neste poste: "Por que razão os professoes portugueses são tão socialistas":
Os professores portugueses sabem que o Estado paga salários mais elevados do que os patrões dos colégios particulares.
E sabem que os professores do ensino público no final da carreira ganham consideravelmente mais do que os colegas do privado
Os professores do público, uma vez com nomeação definitiva, não receiam perder o emprego. Os colegas do privado estão acostumados a perdê-lo com alguma facilidade.
As ideologias socialistas olham para a educação como um assunto do Estado. As escolas privadas são vistas como suplementares: existem enquanto o Estado não for capaz de levar a educação a todos os lugares e a todos os alunos. Esta visão monopolizadora do Estado é atraente porque cria emprego público e este é mais seguro e paga melhor do que o emprego privado nos colégios.  
A maioria dos professores do público está na faixa etária dos 45 aos 55 anos de idade. É uma população algo envelhecida. A maioria frequentou a Universidade e os Politécnicos nas décadas de 80 e 90, duas décadas muito marcadas pela hegemonia de uma formação de professores ideologicamente condicionada pelas ideologias socialistas.

Reitor

3 comentários:

  1. Obrigado pela referência. Eu até tenho visto professores que votam habitualmente BE que dizem ir votar PS com medo do papão da privatização. São, com certeza, burros. Mas isto é mesmo assim: até na profissão docente há gente pouco inteligente.

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  2. Viva.

    Se continuarem a insistir neste tipo de argumentos, até os professores das privadas (a maioria, claro) deixam de votar nos partidos da direita (este PS incluído).

    Cá por mim, não há qualquer problema. Apenas, e de forma conjuntural, até me arrepio só de pensar que Sócrates pode ganhar as próximas legislativas e não estou com muita vontade de imigrar.

    Abraço :)

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  3. Viva.

    O anónimo anterior é o Paulo Prudêncio. Desculpem, mas estou sem paciência para registos google.

    Abraço :)

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