«pode um professor ser exigente, numa escola pública, quando alguns pais e a sua associação chantageiam a escola com a ameaça que se não forem atribuídas classificações elevadas (não reclamavam ensino exigente e aprendizagens efectivas, mas apenas classificações de "dezanove" e "vinte"), retiram os seus filhos e os colocam em escolas privadas, onde essas notas, ao longo do ano, estão garantidas?»
O professor Octávio Gonçalves normalmente tem razão. E, justiça lhe seja feita, tem sempre uma argumentação firme e inteligente.
Acontece, porém, que é no melhor pano que continua a cair a nódoa.
Desta vez cometeu um erro de palmatória ou, melhor, dois erros: por um lado, esquecendo os ensinamentos de Popper, tenta confirmar a sua tese com a verificação de um facto; por outro toma a árvore pela floresta, confundindo o carriço com milhafre.
Bem. Primeiro: mesmo que houvesse um pai, ou mil pais, ou associações de pais, a"exigir" melhores notas dos professores, esse facto por si só não punha em causa a sua autoridade. A autoridade do professor é legitimada pela lei e pela sua acção profissional e não pela acção dos "outros".
Segundo: mas então, se o Governo não consegue garantir que nenhum aluno obtenha vantagens de notas de favor, esse facto afecta a autoridade dos professores? É culpa das escolas privadas? E nas escolas públicas não há notas de favor?
Reitor
Caro Reitor,
ResponderEliminarObrigado pela parte relativa ao elogio.
Quanto aos contra-argumentos (fraquinhos), amanhã (os afazeres profissionais não me permitem, hoje, dispor do tempo para a resposta que se impõe ) procurarei usar o respectivo tira-nódoas.
Abraço!