"...A mais elementar sensatez, prudência e economia chega para ver que a proposta é um enorme disparate educativo, social, administrativo e económico.
Como pode tal dislate passar pela cabeça dos responsáveis, para mais no meio da grave emergência nacional? A resposta é simples: pelo poder. A partir de agora as escolas privadas andam de trela curta, sempre sujeitas aos caprichos administrativos. Burocratas da Direcção Regional de Educação, políticos da câmara municipal ou simplesmente caciques locais têm os responsáveis escolares no bolso.
O vício vem da própria estrutura do sector. O ministério tem duas funções. A primeira consiste em regular o sistema de ensino. Essa é a sua missão pública, que pouco lhe interessa, porque o melhor dos seus esforços e preocupações dirige-se ao fornecimento de instrução. A senhora ministra raramente é ministra, sendo sobretudo gestora da escola pública.
O Estado tem a função decisiva de vigiar a qualidade escolar. Mas não há razão para se envolver no negócio das aulas. Para quê meter-se entre pais e professores, cobrando impostos aos primeiros para pagar salários aos segundos? Para quê o Estado proporcionar ensino aparentemente de borla, que fica caríssimo pelas distorções e desperdícios que causa? Pior, depois de arruinar múltiplas escolas com concorrência desleal, ainda se finge magnânimo apoiando alguns colégios nos contratos de associação, anomalia a eliminar logo que a escola pública seja universal". A ler tudo aqui sobre a "Sofreguidão do Poder"
Reitor
Perdão, não serão "As vacas para os bois"?
ResponderEliminarOh! Reitor
ResponderEliminar"Para quê meter-se entre pais e professores, cobrando impostos aos primeiros para pagar salários aos segundos?"
Isto é pergunta que se faça? Então há alguém que trabalha de borla?
Está tudo endoidado, do pólo norte ao pólo sul. Qualquer dia põem em dúvida a existência de Deus!
Por amor de deus! Este texto até dá náuseas a ler quanto mais a comentar!
ResponderEliminarQuem quiser escolas privadas, pague-as! Eu já escrevi isto no ProfBlog, mas repito: no meu tempo de estudante de liceu - 1958/1965 - só havia liceus nas cidades capitais de Distrito e esses não chegavam para abarcar a (pouca) procura. Quem não morava na cidade, que era o meu caso, que morava em Sintra,e queria estudar, tinha de se sujeitar a ir para um colégio e os pais é que pagavam - não havia subsídios do Estado e esse tempo - do seu muito admirado Salazar - era de crise permanente para as classes baixa e média.
Boa noite Carol.
ResponderEliminarPortanto, você quer que se mantenham as mesmas condições que existiam no tempo do Salazar: os pais que paguem a educação dos filhos.
Acontece, porém, Carol que, entretanto e mesmo que você não tivesse dado por isso, objectivamente, o mundo deu umas voltas e, veja lá:
1 - Nem todos os pais têm o dinheiro que tinham os seus. Muito menos têm dinheiro para pagar os estudos dos filhos nas escolas privadas e os estudos dos filhos dos outros nas escolas públicas.
2 - Em 25/04/1974 deu-se uma revolução para, declaradamente, nos dar a liberdade que o Salazar nos havia tirado. Afinal, depois da revolução nós ficamos mais pobres e menos livres que os seus pais: nem podemos escolher a escola dos filhos nem temos massa para lhes dar a educação que o seu pai lhe deu a si.
Obviamente, não preciso de nenhum concurso nacional para ver que o Salazar é mais respeitado pelo povo simples que o seu admirado Sócas. Ou Louça ou Jerónimo.
Você também deve ser das que estão bem empregadas...
Oh! Reitor
ResponderEliminarOu é muito novo, ou não analisou a história recente.
No tempo do Salazar, a maioria dos nossos pais eram pobres (como o meu) e pagavam-nos os estudos, no ensino público, com sacrifícios diários e foi assim que a grande maioria de Doutores que agora vagueiam por aí, fizeram-se assim. Só os filhos dos ricos é que estudavam em colégios e muitos nem estudavam, mas vingaram na vida com o FACTOR C...
Não podemos escolher a escola dos filhos? Faz ideia das escolas que havia no tempo de Salazar e as que se implantaram depois do 25? Não faz! Agora é só escolher entre 3 e 4 por concelho.
Não temos massa para lhes dar a educação que os nossos pais nos deram? Então não lê ou ouve o António Barreto? O Reitor tem menos dinheiro do que tinha o seu pai?
Queria que todos os pais tivessem dinheiro para pagar os estudos dos filhos nas escolas privadas (se fossem melhores) e os estudos dos filhos dos outros nas escolas públicas? Era bom, era, mas o que o Reitor defende desde há tempos, é que os pais menos ricos, desde que paguem impostos pagassem os colégios aos pais mais ricos!
Não está a falar a sério!
Pronto, está desculpado!