sábado, 11 de julho de 2009

Novas Oportunidades Pagas Em Dobro Pelo Outros

Já se disse bastante deste estudo sobre o Programa Novas Oportunidades. O Paulo e o Ramiro já desfizeram parte da propaganda que, por si só, teria bastado para envenenar o programa.

Mas, há duas alfinetadas que ainda quero dar:
1 - O programa Novas Oportunidades está a ser, para dezenas de milhar de portugueses, um autêntico rendimento mínimo acrescido: muitas famílias portuguesas estão a frequentar este programa apenas e só porque recebem subsídio de alimentação e deslocação para frequentarem as "aulas".
Este, aliás, é um factor de descrédito do programa e das "qualificações" que produz.
Não se pode dar crédito a um sistema de qualificações em que o Estado, não só oferece as instalações, os suportes materiais e os professores como também comparticipa os educandos, que são maiores e vacinados.
Para se saber se o programa NO interessa à educação/formação dos portugueses e se os próprios acham que o mesmo é útil para a sua vida profissional e para a melhoria das condições de trabalho, os formandos não poderiam ser pessoalmente subsidiados. É que há muitas pessoas a frequentar as NO apenas porque recebem mais um subsídio.

2 - O Programa NO estará para a qualificação dos portugueses tal qual esteve o FSE para as acções de formação profissional nos anos oitenta e noventa ou os subsídios aos agricultores. A Agência Nacional para a Qualificação fará pior papel que fez o Instituto de Gestão do FSE. Daqui a uns anos se verá que nunca, na história de Portugal, se deitou fora tanto dinheiro em tão pouco tempo. Uma autêntica desbunda...
Para nada... excepto para os "ganhos do eu”. Os portugueses da classe média pagam duas vezes a educação dos portugueses moinas: a primeira vez para os obrigar a "andar" na escola até ao 9º Ano, mesmo que à força e contra-vontade. A segunda vez, pagam para elevar-lhes a auto-estima e os "ganhos do eu".

O exemplo vem sempre de cima: licenciados à pressão em universidades manhosas, cursos tirados ao domingo, por fax e da responsabilidade de apenas dois professores: um que é amigo e dependente na hierarquia do Estado, outro a depender das amizades dos governantes para que a sua "universidade" mantivesse as portas abertas. Assim não custa nada...
Reitor

3 comentários:

  1. Já fiz o processo RVCC e nem um centimo recebi do estado, pelos vistos calha sempre aos mesmos. Mas acho muito bem que o Estado comparticipe com alguma ajuda ou é só descontar no final do mês?Quando andamos uma vida inteira a pagar para os meninos andarem a passear livros e a gastarem dinheiros que nem sempre os pais têm aí nimguem se importa porque não se podem cortar as pernas aos jovens, mas quando se trata de pessoas adultas que não tiveram oportunidade de estudar porque tiveram que trabalhar para ajudar na casa aí toda a gente se manifesta e protesta, meus senhores entendam-se nem toda a gente tem a mesma sorte e quando ela aparece há que aproveitá-la que é o que estão a fazer os formandos que estão nos processos RVCC. Pessoalmente acho que é uma experiência muito enriquecedora de partilha de saberes , de interesses , histórias de vida que muitos dos que são formados dificilmente algum compreenderão. Obrigada.

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  2. Compreendo bem o que diz, Maria.
    Compreendo até que o o processo RVCC "...seja uma experiência muito enriquecedora de partilha de saberes, de interesses, histórias de vida..."
    Só ainda não compreendi bem foi porque carga d´água tenho (temos todos) de pagar as suas trocas de experiências, partilhas de saber, interesses e, ainda por cima, histórias de vida!?
    Não acha estranho eu ter de lhe pagar isso?
    Boa noite

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  3. O programa novas oportunidades é muito eriquecedor para quem o frequenta mas por outro lado já não é muito motivador andar lá porque nem todos recebem subsídio de alimentação como ao que parece eu e os colegas da minha turma que estamos lá sem receber um cêntimo e ainda tivemos que pagar 150 euros por um computador cada um e mais 15 euros de internet por mês durante 1 ano para utilizar durante as aulas.Ora vejam lá se isto não é discriminação,há uns a receber e outros não e isto passa-se na escola em Vieira do Minho.

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