segunda-feira, 23 de março de 2009

Estranha Coincidência, Estratégia Bacoca ou Submarino Pouco Stealth

Ontem deixei aqui um poste sobre a reunião dos 180 PCEs.
E disse que via sinais que mostravam uma sensível alteração estratégica no posicionamento destes PCES: não só têm vindo a recuar, indiscutivelmente, com têm alterado o seu posicionamento.
Custa-me criticar os PCEs que se têm erguido contra as estapafúrdias e bacocas medidas educativas socialistas. Alguns deles não merecem a crítica, antes pelo contrário, merecem o meu aplauso e o aplauso de todos os professores do país. No entanto…
Vejam bem o que diz, ou não diz, a declaração de Lisboa, aprovada por unanimidade:
1 - Os PCEs manifestam-se preocupados com a escola pública
Uma não preocupação, uma redundância subscrita pela esmagadora maioria dos portugueses

2- Acham que, nesta legislatura, é capaz de não ser possível construir um [novo] modelo de avaliação.
Obviamente, qualquer aluno do 2º ciclo sabe isso

3- Confirmam-se as objecções e reservas que levantaram em relação ao modelo e ADD.
Apenas objecções e reservas? Mas, então, os PCEs não estavam contra o modelo de ADD? Parece que estão a passar de uma posição de rejeição para uma posição de aceitação com reservas e objecções. E, nestas coisas, o que parece é.

4- Pelo que interpretam, a lei não os obriga a aplicar medidas arbitrárias que possam, de alguma forma, prejudicar os docentes. Significa isto que, se as DRENES deste país enviarem um oficiozeco ou o Valter assinar mais um despacho, bem, aí… Bem, aí já haverá lei, já estará preto no branco. E, neste caso, já se podem aplicar medidas arbitrárias que possam penalizar os professores? É isto que querem dizer?
E que medidas arbitrárias? Não contagem do tempo de serviço? Não progressão na carreira? Perda de ordenado? Processo disciplinar? Demissão? Ou será que entendem como medida arbitrária a obrigação de se vestirem de entrudos no Carnaval de 2010? Ou a arbitrariedade está em apartar jovens consoante a raça?
Porque não dizem ao que vão? Porque se põem com estas coisinhas murchas?
Até parece que estão a dar margem ao ME para pôr na lei as medidas que se vão lançando no DN e no JN, através de simpáticas entrevistas… E, na educação, o que parece é.

5- Estão disponíveis (totalmente!) para contruir um novo modelo de avaliação!
Bem, os professores vão precisar de uma novo inimigo a partir de Setembro. Porque não os PCEs?

Mas, há mais um dado curioso. Vejam que os porta-vozes também têm mudado de encontro para encontro: primeiro foi a Rosário “Alegre” Gama (estilo bulldozer), depois apareceu uma senhora professora de Santarém (british style), depois a girassa da Escola Rainha D. Amélia (voz melodiosa, de embalar) e agora foi o professor Fernando Elias, PCE do agrupamento de Escolas de Colmeias (Sim, esse mesmo, o das refeições macrobióticas, de que já aqui falamos).
Nada mal, dirão as senhoras PCE. O sujeito também tem bom aspecto.
No entanto, objectivamente, o Governo não tem perdido com a alteração dos porta-vozes destes PCEs. Antes pelo contrário.
Que sinal é este? Que nos querem dizer os PCEs ao escolherem para porta-voz um homem que publica livros sobre a aplicação deste ADD e que é membro do CCAP produzindo recomendações para as escolas – para os PCEs presentes – aplicarem ESTE modelo de ADD?
Neste mar de PCEs ainda não se vê nenhum periscópio mas até parece que...
Deve ser apenas um enorme erro de casting. ..
Só espero que os PCEs não escolham para seu porta-voz o distinto Álvaro Almeida, Presidente do Conselho das Escolas...



Reitor

1 comentário:

  1. Muito bem visto, como sempre... se tivessem muita vontade de acabar com isto, estes srs tinham a faca e o queijo na mão... mas agora parece que , em vez do queijo, é manteiga...

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