segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Totalitarismo Educativo

Numa curta (e infeliz) intervenção pública, ontem na TSF, Maria de Lurdes Rodrigues sintetizou o seu pensamento (e o pensamento socialista) sobre a educação em Portugal.
O tema eram as explicações e as avultadas verbas que, segundo um estudo da UA, as famílias portuguesas gastam por mês em explicadores.
O estudo vale o que vale. Deixemo-lo em paz.

Disse a Ministra:


Ora, todos sabemos que os países do 3º mundo andam às voltas com as profundas desigualdades sociais, com a fome, com a criminalidade e com a falta democracia e de liberdade. Não consta que se preocupem com as explicações?!

A Ministra sabe bem que, nos países de 3º mundo, as famílias preocupam-se com a sopa e não com a escola. E nem a propaganda tecnológica com que os líderes bombardeiam os seus povos pode esconder estas realidades.

Mas não bastava a falta de rigor científico...

Sempre a descer, MLR, censurou os portugueses que procuram explicações, criticou a escola privada como se fosse ministra da Escola Pública e não Ministra da Educação e aproveitou para elogiar o Governo:

«Há uma escola pública de manhã e uma privada à tarde, quando os alunos têm explicações e isso não é aceitável», garante Maria de Lurdes Rodrigues que frisou as medidas tomadas por este Governo para que a aprendizagem dos alunos seja feita na escola"

A necessidade do auto-elogio foi tal que a fez tropeçar na propaganda, desdizendo-se e desmentindo o 1º Ministro: quando lhe convém, elogia (-se) o Governo por ter acabado com a escola a meio tempo. Com a escola só de manhã. Agora vem dizer que os alunos têm escola só de manhã e explicações à tarde. Mas, este Governo não tinha acabado com a escola a meio tempo? Será que os alunos faltam às actividades para ir às explicações?

E, já no fundo, remata com uma tirada de demagógico e cínico totalitarismo, típico daqueles que tomam o Estado por pai e o Governo por tutor:

«Entendo que o país não se pode conformar com a dependência que as famílias têm o mercado de explicações para o êxito escolar», afirmou, acrescentando que «o estudo acompanhado, as aulas de recuperação e de substituição» devem permitir que os jovens façam a sua aprendizagem dentro da escola"

Sra. Ministra, que interessa ao país o recurso das famílias aos explicadores? Que tem o país ou o governo a ver com isso? Em Portugal, no século XXI, as famílias NÃO são livres de escolher a escola dos filhos. Mas são livres de escolher os explicadores!" Ou também não?

Só por afastamento da realidade, por cegueira educativa e propaganda política se pode afirmar que o "Estudo Acompanhado" e as "aulas de substituição" permitem que os jovens aprendam!

Só num país de 3º mundo, bastante atrasado, é que os cidadãos permitem que os seus governantes se arroguem do direito de os censurar por fazerem as suas opções na educação dos filhos!

Só um povo a quem ainda não deixaram atingir a maioridade pode permitir que os seus governantes se atrevam a dizer-lhes como hão-se educar os filhos.

Mas o nosso país há-de emancipar-se.

Talvez os nossos netos sejam capazes de escolher governantes que não se intrometam nas suas vidas e que não tentem passar por ser aquilo que não são...

Reitor

1 comentário:

  1. Eu diria que nem no Terceiro Mundo há ministras como esta...

    Um Professorzeco

    ResponderEliminar