O tema eram as explicações e as avultadas verbas que, segundo um estudo da UA, as famílias portuguesas gastam por mês em explicadores.
O estudo vale o que vale. Deixemo-lo em paz.
Disse a Ministra:
A dependência das explicações em Portugal «é uma situação muito antiga, que só acontece em países de Terceiro Mundo».
Ora, todos sabemos que os países do 3º mundo andam às voltas com as profundas desigualdades sociais, com a fome, com a criminalidade e com a falta democracia e de liberdade. Não consta que se preocupem com as explicações?!
A Ministra sabe bem que, nos países de 3º mundo, as famílias preocupam-se com a sopa e não com a escola. E nem a propaganda tecnológica com que os líderes bombardeiam os seus povos pode esconder estas realidades.
Mas não bastava a falta de rigor científico...
Sempre a descer, MLR, censurou os portugueses que procuram explicações, criticou a escola privada como se fosse ministra da Escola Pública e não Ministra da Educação e aproveitou para elogiar o Governo:
«Há uma escola pública de manhã e uma privada à tarde, quando os alunos têm explicações e isso não é aceitável», garante Maria de Lurdes Rodrigues que frisou as medidas tomadas por este Governo para que a aprendizagem dos alunos seja feita na escola"
A necessidade do auto-elogio foi tal que a fez tropeçar na propaganda, desdizendo-se e desmentindo o 1º Ministro: quando lhe convém, elogia (-se) o Governo por ter acabado com a escola a meio tempo. Com a escola só de manhã. Agora vem dizer que os alunos têm escola só de manhã e explicações à tarde. Mas, este Governo não tinha acabado com a escola a meio tempo? Será que os alunos faltam às actividades para ir às explicações?
E, já no fundo, remata com uma tirada de demagógico e cínico totalitarismo, típico daqueles que tomam o Estado por pai e o Governo por tutor:
«Entendo que o país não se pode conformar com a dependência que as famílias têm o mercado de explicações para o êxito escolar», afirmou, acrescentando que «o estudo acompanhado, as aulas de recuperação e de substituição» devem permitir que os jovens façam a sua aprendizagem dentro da escola"
Sra. Ministra, que interessa ao país o recurso das famílias aos explicadores? Que tem o país ou o governo a ver com isso? Em Portugal, no século XXI, as famílias NÃO são livres de escolher a escola dos filhos. Mas são livres de escolher os explicadores!" Ou também não?
Só por afastamento da realidade, por cegueira educativa e propaganda política se pode afirmar que o "Estudo Acompanhado" e as "aulas de substituição" permitem que os jovens aprendam!
Só num país de 3º mundo, bastante atrasado, é que os cidadãos permitem que os seus governantes se arroguem do direito de os censurar por fazerem as suas opções na educação dos filhos!
Só um povo a quem ainda não deixaram atingir a maioridade pode permitir que os seus governantes se atrevam a dizer-lhes como hão-se educar os filhos.
Mas o nosso país há-de emancipar-se.
Talvez os nossos netos sejam capazes de escolher governantes que não se intrometam nas suas vidas e que não tentem passar por ser aquilo que não são...
Reitor
Eu diria que nem no Terceiro Mundo há ministras como esta...
ResponderEliminarUm Professorzeco