"Não há nada de mais patético do que ouvir figuras relevantes da nossa comunidade a verberar contra um imaginário neoliberalismo que, segundo eles, teria destruído a economia e atirado o mundo ocidental para a mais vil desgraça.
Um dos exemplos em voga é a Irlanda.
Vale tudo para pôr em causa um modelo de desenvolvimento assente numa fortíssima aposta na educação, na livre iniciativa, baixos impostos, limitado intervencionismo estatal e flexibilidade laboral, que fez com que os irlandeses atingissem um padrão de vida único na sua história.
Mas a desonestidade intelectual chega a limites impensáveis: a culpa da crise em Portugal é por causa da conjuntura internacional. A culpa dos problemas irlandeses é o seu modelo de desenvolvimento.
Mas, sejamos justos, não falta, em Portugal, gente que consegue ver as garras desse tal de neoliberalismo.
Aí a desonestidade intelectual é substituída pela cegueira ou pior, pela ignorância. Como é que se pode ver o que quer que seja de liberalismo num país onde mais de metade da criação de riqueza está, directa ou indirectamente, ligada ao Estado? Onde os media dependem da publicidade estatal ou de empresas ligadas, directa ou indirectamente, ao Estado? Onde uma palavra de um ministro faz com que uma empresa prospere ou definhe?
No país onde vivemos a burocracia emperra, de forma decisiva, a produtividade; a carga fiscal sobre as pessoas e as empresas desincentiva o investimento; as leis laborais prejudicam a criação de emprego; a liberdade de escolher a educação para os nossos filhos e a protecção na doença é apenas para os ricos.
Tudo, em Portugal, está desenhado para que o Estado tudo ocupe e tudo controle: os impostos não descem porque o Estado precisa do dinheiro para pouco providenciar.
Pergunta-se: onde está o neoliberalismo?"
Pedro Marques Lopes às vezes acerta. Ler tudo aqui.
Reitor
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