sábado, 18 de outubro de 2008

Histórica Reunião

Mãos amigas fizeram-me chegar esta acta, encontrada por mero acaso num bar da 24 de Julho, que relata fielmente a reunião realizada na passada 3ª feira entre a FENPROF e a ME.
ACTA

Aos catorze dias do mês de Outubro de 2008, pelas dez horas, nas instalações do Ministério da Educação, na Av. 5 de Outubro, em Lisboa, reuniu a delegação sindical da FENPROF com a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) tendo integrado, além do secretário-geral da FENPROF, os dirigentes António Avelãs e Óscar Soares (SPGL), Abel Macedo (SPN), Anabela Sotaia (SPRC) e Joaquim Páscoa (SPZS).

A Ministra da Inducação, digo Educação, MLR começou por çaudar, digo, saudar os presentes que se encontravam com cara de poucos amigos. De seguida, vendo Mário "Estaline" Nogueira tão amarelo, MLR perguntou-lhe se estava doente, ao que o cavaleiro respondeu que não podia estar sob pena de ser mal avaliado no item "Empenho para a realização das aulas previstas".
Óscar Soares, com um sorriso entre o amarelo e o verde alface, disse que a culpa do seu estado de saúde era a manif marcada para 15 de Novembro por uns professores de direita que, auto-intitulando-se de independentes, estavam a fazer aquilo que a FENPROF já deveria ter feito há muito. Mário "Estaline", num aparte audível e dirigindo-se a Óscar Soares, exclamou: chiu, cala-te Soares, não nos coles às manifs da direita.
Quando reparou que todos os presentes tinham houvido, digo, ouvido a sua exclamação sussurrada, Mário corou e deixou sair bem alto um "pois, é como te digo Óscar, isto é obra da direita". Empertigou-se o Abel "Cunhal" Macedo para, falando para os presentes, lançar um aviso que, todos perceberem, tinha destinatária certa: afirmou ele que os professores não aguentavam tanta pressão e que, mais dia menos dia, vinham protestar para a rua com enorme gáudio para os alunos e óbvios prejuízos para as famílias. A culpa não poderia ser atribuída aos sindicatos e muito menos à FENPROF que, de cócoras desde Abril, ainda não se tinha conseguido erguer.

Preparava-se para continuar a discorrer sobre cócoras e calças descidas quando, inopinadamente, os camaradas Páscoa e Sotaia lhe deram um safanão simultâneo, pela esquerda e pela direita, ouvindo-se apenas um “ai carago”.
Já recomposto, tomou a palavra Mário "Estaline" Nogueira para, cordatamente, em ameaça mal disfarçada, dizer a Sexa., a Ministra da Inducação, digo, Ministra da Educação, que os professores consideram a avaliação muito injusta, muito burocrática, cheia de ilegalidades e vícios, uma autêntica perda de tempo. Temia que os professores engrossassem a manif de 15/11 e viessem a exigir dos sindicatos a marcação de uma greve na última semana de aulas do 1º período.

Sexa, a Ministra da Educação, em tom sereno e ligeiramente enfastiado, perguntou ao sindicalista Mário se as suas palavras significavam que pretendia suspender o memorando de entendimento assinado em 12 de Abril passado, entre a Plataforma e ela própria.
Hum! Ah! Mas, Pois, Acho que! Não, não, respondeu açertivamente, digo assertivamente, o Mário “Estaline” Nogueira. Os acordos são para cumprir, mas…
Sem tirar fora, continuou a Menistra, digo Ministra, lembrando ao jurássico grupo de representantes dos professores que a palavra dada tem muito valor; que os acordos são para respeitar; que todos devem dar o exemplo e nunca por nunca, rasgar um acordo firmado de boa-fé; que, como representantes dos professores, deveriam ser os primeiros a afastar qualquer sinal de contestação que pudesse pôr em causa o acordo livremente assinado por todos nós; que…

Tss! Atchim! Atchim! Cof, cof., interrompeu a secretária da reunião a quem deu um ataque de tosse que fez voar a papelada da mesa.
Suspensa a reunião por cinco minutos, na volta, a Secretária explicou que se encontrava constipada em virtude de ter apanhado chuva, ontem mesmo, enquanto esperava que a Ministra lhe entregasse o diploma do 12º Ano, do curso de Novas Oportunidades que tinha tirado na Câmara de Lisboa.

Continuou a reunião, pegando na palavra Mário “Estaline” Nogueira que, dirigindo-se a Sexa., a Ministra, reconheceu que queria respeitar o memorando de entendimento mas que os professores não perceberiam que ele e o sindicato lhes voltassem as costas num momento tão difícil. Que gostaria de ver encontrada uma solução que lhe permitisse enfrentar os sócios e os professores sem pôr em causa o memorando.
O Soares ainda levantou o dedo, mas o olhar do Mário foi suficiente para que desengatilhasse a arma.
Mansamente, o Abel “Cunhal” Macedo apontou para o ar, bolçando uma ideia que deixou todos silenciosos por 0,05 segundos. Mário, disse ele, e se marcássemos uma manifestação para a semana anterior? Esvaziávamos a do dia 15 e dávamos um ar de sindicalismo sério e preocupado com os profissionais da educação, respondeu antes que o Mário abrisse a matraca, digo a boca. Continuou: os professores não nos poderiam acusar de estarmos amarrados ao entendimento e a Senhora Ministra não podia dizer que faltamos ao nosso compromisso. E depois do dia 15? Que faremos nós, Abel, lançou o Mário.

Pegou na palavra a Ministra da Educação que sugeriu aos presentes que se antecipasse para Dezembro a reunião da Comissão de Acompanhamento prevista para Julho de 2009, de forma a sossegar os professores e a mostrar a abertura do Ministério para discutir as preocupações dos professores.
Olharam uns para os outros e, balbuciando, o Mário “Estaline” Nogueira concordou com a ideia, no que foi seguido pela jurássica malta, tendo ficado acertado entre todos que assim se faria.
E nada mais havendo a tratar Sexa., a Ministra da Educação encerrou a reunião cuja acta depois de lida foi aprovada e vai se assassinada, digo, assinada pelos entendidos que estiveram presentes e também por mim, Cátia Vanessa que a secretarie
i.

E foi assim que tudo se passou.
Reitor

4 comentários:

  1. Olha, um texto que até eu gostava de ter escrito! Que clareza!

    Só acho que a Cátia Vanessa trocou o apelido do Óscar. Não pode ser Lopes.
    Chamemos-lhe Cunegundes, por exemplo. O Óscar Lopes foi meu professor, muito aprendi com ele. É sábio.Tenho por ele enorme respeito.

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  2. Claro que troquei de nomes stora. Vou pedir ao Reitor que faça uma correcção à acta.
    :)

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  3. Com este humor canino os da manif do Zeferino não vão longe.
    Além de revelarem que não sabem nada das pessoas em questão, se soubessem podiam fazer a caricatura...
    Boa sorte

    Milita

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