quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O Anteprojecto: contributos para o debate e algumas notas explicativas

A Fenprof apresentou um anteprojecto para avaliação do desempenho dos professores.
Uma "alternativa credível dos professores para a escola portuguesa", diz a dinossaúrica malta.
Acreditamos que sim! Pena é que venha com 9 meses de atraso...
E que não consiga ser muito melhor do que o do ME...
E que tenha de ser explicado para ser compreendido pelo comum dos mortais.

Veja-se a riqueza, a variedade e a originalidade dos conceitos e procedimentos previstos:

1º PASSO AUTO-AVALIAÇÃO
(a encarnado, as explicações necessárias à boa compreensão da coisa)

Toda a avaliação deverá ser transparente (tal qual as cortinas que se põem na janela para atenuar a luz) e partir do próprio avaliado (é o avaliado que dá início à avaliação. Não dando, não parte). Nesta perspectiva, todos os critérios e vectores (para além dos itens e parâmetros...) de avaliação têm de ser controlados pelo avaliado. A impossibilidade desse controlo inviabiliza um critério enquanto tal (dando origem a uma nova preocupação, naturalmente). O trabalho de auto-análise não é só importante, ele é indispensável a um modelo eficaz que pretenda reflectir o desempenho real, pelo que o processo deverá contemplar a auto-avaliação.

A auto-avaliação desenvolve-se de forma permanente (antes, durante e depois das aulas), durante cada ano lectivo, sendo objecto de discussão partilhada (ou seja, a avaliação de cada um é discutida entre todos), com especial ênfase no final de cada ano lectivo. No final de cada escalão todo o processo anterior deverá conduzir à apresentação de uma proposta de menção qualitativa (dito de outra forma: a avaliação de cada um é discutida e combinada entre todos. De seguida, decide-se da menção a atribuir, por consenso ou recorrendo à votação. Neste último caso, o escrutínio será feito por recurso a voto secreto).

Como instrumentos (Ah! Aqui estão eles! Ainda faltam as grelhas) de suporte a todo este processo podem considerar-se várias hipóteses de registo, entre as quais, a elaboração de um portefólio de registos, relatórios críticos da actividade docente, ou outros que as escolas considerem relevantes (nomeadamente através de uma aplicação na internet).

Como referentes de avaliação deverão ser considerados os critérios (critérios ou referentes? Hum! Alguém falhou no copy paste) nacionais e os decorrentes dos projectos educativos e curriculares de escola.

Em final de escalão o docente elabora uma proposta fundamentada de menção qualitativa que será entregue às estruturas pedagógicas em que o docente está envolvido (Nota: não é obrigatório qualquer envolvimento! A proposta também pode ser entregue à colega que tenha as pernas mais compridas...).

Continua...

Reitor

1 comentário:

  1. Cada vez percebo menos como é que estes tipos ainda sobrevivem... Isto é uma raça maldita... E nas escolas são os piores, agarram-se ao poderzinho com mais força do que as lapas. Noutro dia dei com um avaliador desses, isto é a sério, a instruir o seu avaliado de dentro de um 'reservado', discorrendo bitaites, enquanto o otário, de pasta na mão, ia acenando que sim para a porta... Um obrava, por cima e por baixo, e o outro escutava e cheirava o que o avaliador frenprof ia fazendo...
    Isto é verídico...

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