O Jornal PÚBLICO, na edição de hoje traz uma interessante entrevista ao socialista Daniel Bessa.
Retenho sobretudo estas partes, que subscrevo:
Público (P)- Mas cortar [a despesa] onde?
Daniel Bessa (DB) - Não há verdadeira redução da despesa que não passe pela privatização de alguns serviços. Porque as outras alternativas é mandar funcionários públicos embora ou reduzir nominalmente os salários. Os países que enfrentaram esta questão de frente com bons resultados fizeram-no privatizando.
P - O quê concretamente?
DB - Escolas e hospitais. As escolas continuariam de pé e os hospitais também, mas o Estado sai e os particulares vão ter de pagar, com políticas de apoio para os mais baixos rendimentos.
P - E a qualidade dos serviços não se ressentiria?
DB - Não estou muito convencido disso. Tem efeitos reais no que diz respeito às pessoas. É evidente que custa menos mandar os filhos para os hospitais e escolas públicas. Agora, não estou convencido de que a qualidade dos serviços públicos seja melhor.
Ler o resto aquiDaniel Bessa, cuja única mácula que lhe conheço é ter feito parte de um Governo socialista, do saudoso Eng. Guterres, vem dizer com algum desassombro aquilo que é óbvio: o Estado português precisa de emagrecer. E só o consegue de duas formas: ou despedindo as pessoas a quem os políticos, alarvemente, foram dando emprego público, ou transferindo serviços públicos (a maioria) para o sector privado. Com esta última medida não se aumentaria a taxa de desemprego e melhorar-se-ia a qualidade dos serviços prestados. Todos os serviços que hoje são públicos, nomeadamente a educação, a cultura, a saúde e o sector empresarial do Estado, melhorariam a sua qualidade [e ficariam mais baratos ao país] se fossem transferidos para o sector privado, ficando o Estado, "apenas", com a obrigação de os fiscalizar e controlar.
Se dependesse de mim, não seria tão radical como o Daniel Bessa. Bastava que se abrissem os serviços públicos à concorrência - entre eles e entre eles e os mesmos serviços prestados por privados. Seria um autêntico 25 de Abril.
Reitor
E porque não começam por baixar os salários gordos dos ministros e dos deputados? É sempre o elo mais fraco (função pública/professores) que paga? Haja decoro!
ResponderEliminarAinda está por demonstrar que os serviços prestados por privados na educação e saúde são melhores que o público (a competirem em condições de igualdade, note-se)!
ResponderEliminarHá uma campanha para denegrir tudo quanto é público e que o privado é que salva!
Para os mais distraídos até parece que a crise internacional foi resultado da intervenção estatal!
Mas quando os privados se viram "apertados" com a "bronca" que armaram foi um "ai Jesus" (não tem nada a ver com o Benfica) a correrem para debaixo do guarda-chuva do estado!
É a máxima: "Privatizem-se os lucros, socializem-se os prejuízos". Assim até eu sou investidor!
Caro touaki.
ResponderEliminarTá tudo provado. E aqueles que acham que ainda faltam provas devem defender a abertura dos serviços públicos à concorrência, entre eles primeiro, e depois entre eles e os privados. O país não precisava de mais nada, nem de incentivos à qualidade e à produção, nem de prémios, de nada. A qualidade apareceria a todos os níveis.
Obviamente, se a concorrência fosse sadia e operada em condições de igualdade - coisas que o Estado, através dos seus agentes, nunca soube fazer, nem nunca soube respeitar - então sim, ver-se-ia com mais clareza e mais rapidamente quais seriam os serviços mais baratos e de melhor qualidade.
Aposto dobrado contra singelo que seriam os privados.
O resto é conversa fiada... da "velha esquerda"