Os portugueses escolhem, cada vez mais, as escolas privadas para educarem os filhos. O número de alunos nas escolas privadas aumenta ao mesmo tempo que diminui a taxa de natalidade e o número de alunos que frequentam as escolas públicas.
Por que será?
As escolhas dos pais terão em conta o critério "qualidade dos professores"?
Será que os professores das escolas privadas são melhores que os das públicas?
As respostas as estas duas perguntas são: sim e sim, mas .
Ninguém tenha dúvidas que, na hora da escolha da escola, os pais pensam na qualidade geral do ensino ministrado e na qualidade dos professores em particular. Nenhum pai colocaria o filho numa escola privada se considerasse os professores de pior qualidade que os das públicas. Mesmo quando escolhem entre escolas privadas, os pais informam-se sobre a qualidade do ensino e dos professores nas várias opções que têm.
Há quem discorde disto e contraponha que os pais informam-se sobre o preço da prestação e não sobre a qualidade das escolas ou dos professores. A esses respondo desta forma: quando comprei o meu 320 CDi não cheguei a reparar na qualidade do motor, nem na durabilidade da carroçaria. Nem se eram de qualidade superior à do Passat. Nem percebo de mecânica nem de chapas. Escolhi o Mercedes porque, não só associa a marca a qualdiade como também porque o preço é garantia de melhor qualidade.
Quanto à segunda questão, os professores das escolas privadas não são melhores que os das escolas públicas. Muitos são, aliás, os mesmos. Uma boa parte dos professores das escolas privadas trabalham também nas públicas e, a esmagadora maioria já trabalhou no sector público.
Não é a natureza nem a propriedade da escola que faz dos seus professores melhores ou piores profissionais. Um professor pode ser um excelente profissional numa escola pública e excelente também se se mudar para uma privada. Aposto que até este palrador qualificado subscreve isto.
Acontece, porém, que numa escola privada o professor tem mais responsabilidades sobre si que qualquer professor numa escola pública. Desde logo, conhece quem lhe paga o ordenado no final do mês e, este simples facto provoca uma mudança radical de paradigma profissional, para utilizar a terminologia do pater familias.
Depois, para o mesmo professor, não são de modo nenhum indiferentes os resultados escolares dos seus alunos da escola privada. Pura e simplesmente sabe que se mais de 95% dos seus alunos não transitarem de ano não lhe renovam o contrato. E, se for professor do secundário, do 12º ano, no vencimento mensal há-de reflectir-se o número de alunos que ficaram colocados em medicina, arquitectura e economia no ano anterior. No público tanto lhe vale ter menos de 95% de negativas como mais de 50%... É perfeitamente indiferente. Aliás o anterior Governo colocou em lei que os resultados escolares dos alunos não tinham qualquer relevo na avaliação dos professores que trabalham para o Estado.
Os professores que trabalham no sector privado sabem que não haverá "argumentos pedagógicos" que se sobreponham a falhas administrativas: na assiduidade, na disciplina, na disponibilidade para os alunos antes e após o horário de trabalho, no respeito pelos compromissos, nas datas de entrega dos testes e dos trabalhos, enfim, os professores que trabalham no sector privado (mesmo que em acumulação com o público) sabem que não podem falhar. E que as falhas se pagam com a renovação/ou não do respectivo contrato.
O melhor exemplo para ilustrar a diferença entre um professor que trabalha no sector privado e um outro que trabalha no público, ou então, entre o mesmo professor quando trabalha no público e acumula com o privado é o do emigrante português:
Os portugueses são, geralmente, bem vistos nos países que os recebem. Diz-se sempre que os portugueses são trabalhadores exemplares, altamente produtivos, profissionais empenhados, assíduos e disponíveis. Ao contrário do que acontece em Portugal em que eram calões, preguiçosos e mestres na dissimulação.
Com os professores passa-se fenómeno idêntico: quando trabalham no privado são excelentes, esforçados, disponíveis, céleres na entrega dos trabalhos, apoiam os alunos, enfim, parecem os nossos emigrantes... No público é o que às vezes se vê...
Depois, para o mesmo professor, não são de modo nenhum indiferentes os resultados escolares dos seus alunos da escola privada. Pura e simplesmente sabe que se mais de 95% dos seus alunos não transitarem de ano não lhe renovam o contrato. E, se for professor do secundário, do 12º ano, no vencimento mensal há-de reflectir-se o número de alunos que ficaram colocados em medicina, arquitectura e economia no ano anterior. No público tanto lhe vale ter menos de 95% de negativas como mais de 50%... É perfeitamente indiferente. Aliás o anterior Governo colocou em lei que os resultados escolares dos alunos não tinham qualquer relevo na avaliação dos professores que trabalham para o Estado.
Os professores que trabalham no sector privado sabem que não haverá "argumentos pedagógicos" que se sobreponham a falhas administrativas: na assiduidade, na disciplina, na disponibilidade para os alunos antes e após o horário de trabalho, no respeito pelos compromissos, nas datas de entrega dos testes e dos trabalhos, enfim, os professores que trabalham no sector privado (mesmo que em acumulação com o público) sabem que não podem falhar. E que as falhas se pagam com a renovação/ou não do respectivo contrato.
O melhor exemplo para ilustrar a diferença entre um professor que trabalha no sector privado e um outro que trabalha no público, ou então, entre o mesmo professor quando trabalha no público e acumula com o privado é o do emigrante português:
Os portugueses são, geralmente, bem vistos nos países que os recebem. Diz-se sempre que os portugueses são trabalhadores exemplares, altamente produtivos, profissionais empenhados, assíduos e disponíveis. Ao contrário do que acontece em Portugal em que eram calões, preguiçosos e mestres na dissimulação.
Com os professores passa-se fenómeno idêntico: quando trabalham no privado são excelentes, esforçados, disponíveis, céleres na entrega dos trabalhos, apoiam os alunos, enfim, parecem os nossos emigrantes... No público é o que às vezes se vê...
Reitor
Dos que acumulam, trabalham no privado e vão para o público descansar. No público, nem convém puxar pelos alunos para que não façam sombra aos do privado.
ResponderEliminarCá para mim percebe mais de carros que de educação o reitor....escolheu mercedes....
ResponderEliminarSou prof há 28 anos, no ensino público e, francamente, distancio-me ( no que a mim diz respeito) disto:""" No público tanto lhe vale ter menos de 95% de negativas como mais de 50%... É perfeitamente indiferente""".
ResponderEliminarMesmo num clima de cortar à faca, realizo-me com os meus alunos e estou-me nas tintas para o resto.
Reitor, para contrariar a sua tese, eu devo ser exemplo: nunca falto, cumpro rigorosamente as minhas tarefas. Estou há quase 21 anos numa escola secundária de uma vila perdida deste país e no ano passado tive todas as turmas do 12.º ano, foram a exame nacional 45 alunos, passaram todos na 1ª fase e, no ranking nacional, a disciplina de Português ficou em 15.º lugar( quando a escola, no geral, ficou em 470.º e tal).
Pessoalmente que obtive eu? Uma avaliação chapa 7, Bom!!!! Este ano tenho apenas 2 turmas do 12º ano...acha que pela minha "baixa avaliação" vou deixar de exigir aos meus alunos o seu ( e o meu) melhor??? Nem pensar! Sei que lido com jovens, pessoas, e elas são a razão da minha profissão. Os "grandes" nada vêem, mas os jovens sabem e, para mim, é isso apenas que conta.
Dói-me sinceramente ler tanta generelaização tonta, porque como eu haverá centenas e centenas de outros professores.
Boa tarde.
N.Abreu
Boa tarde prof. Abreu
ResponderEliminarVejo que as suas dores não foram impedimento para comentar este poste. Obrigado.
Li o seu comentário e fiquei com a sensação que não leu o meu texto. Ou melhor ainda: que o leu mas, como estava à espera de outra coisa, comentou a "outra coisa" e não o meu texto.
Pois eu digo o mesmo que V.
Veja aqui:
"Quanto à segunda questão, os professores das escolas privadas não são melhores que os das escolas públicas...
Não é a natureza nem a propriedade da escola que faz dos seus professores melhores ou piores profissionais. Um professor pode ser um excelente profissional numa escola pública e excelente também se se mudar para uma privada.
Vejo que V. é "um excelente profissional de uma escola pública". Tal como eu afirmei que os havia.
Portanto, não vejo de onde vêm as suas dores. A menos que sejam dores de falta de reconhecimento pelo seu trabalho...Se assim for, não o posso ajudar.
Desabafe com o (a) Director (a) da sua escola.