sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Não, Não Foi Uma Oportunidade Perdida, Foi Antes Uma Aposta Ganha

O professor Santana Castilho anda com azedume.  Depois da nega de Passos, os seus textos e análises transbordam de preconceito e demagogia.

Escreveu ele no PÚBLICO que o Governo perdeu uma oportunidade.  Dois meses volvidos, a oportunidade perdida é irreversível, disse ele.
E lança sobre a mesa, destrambelhado, três vagas ideias:





Um Governo preparado teria tomado três medidas imediatas: (1) alterar o modelo de gestão das escolas, responsabilizando todos, pela via eleitoral, pelas escolhas feitas; (2) assumir que a avaliação do desempenho dos professores é parte da avaliação do desempenho das escolas, dela indissociável, e que estes processos não são compagináveis com modelos universais, outrossim instrumentos de gestão de cada escola; (3)reformar drasticamente a Inspecção-Geral da Educação, reorganizando-a por áreas científicas e alocando equipas de inspecção a grupos fixos de escolas

Não termina sem dar uma arzinho da humildade intelectual que acompanha os sábios.
Um Governo preparado [como só ele, SC, está]... saberia como limpar o lixo administrativo e legislativo, que transformou os professores em escravizados burocratas de serviço
Um Governo competente [como só ele, SC, é]...  teria anunciado imediatamente um concurso nacional de professores, para ser lançado no próximo ano, visando a correcção possível das injustiças gritantes dos últimos tempo
[Um governo competente como só ele, SC, é]... teria apresentado já uma revisão do estatuto da carreira docente, que devolvesse aos professores a autonomia, a dignidade profissional e a independência científica e intelectual perdidas.
Um Governo seguro [como só ele, SC, está]... e com contas feitas [como apenas ele, SC, saberia fazer] teria proposto a extinção da Parque Escolar, Empresa Pública, já teria decretado a suspensão de todo e qualquer tipo de novas iniciativas do Programa Novas Oportunidades e já teria tornado público o plano de corte na Educação dos 370 milhões de euros previstos no acordo com a troika.
Um Governo com alternativas [como só ele, Santana Castilho, TEM]...   teria já divulgado um exigente estatuto do Aluno, um coerente plano de outorga de verdadeira autonomia às escolas, incluindo a gestão de um currículo local, e teria, naturalmente, suspendido o inadequado processo de junção forçada de escolas.

Um Governo corajoso [como só ele, Santana Castilho, É]... tanto mais que tem o ensino não superior e o superior sob tutela do mesmo ministro, teria já anunciado uma intervenção séria e exigente no processo de formação inicial dos professores

Depois deste hino à demagogia, apetece deixar algumas perguntas simples aos discípulos de Santana Castilho.

1- Defende a alteração o modelo de gestão das escolas de forma a que todos (professores, administração, pais, alunos, funcionários autarquia, tecido empresarial, instituições, etc...) fossem responsabilizados - pela via eleitoral - pelas escolhas feita?
Defende que se altere a gestão das escolas introduzindo  processos eleitorais para se decidir, inclusive, quem abria as portas pela manhãzinha? É isso?
2 - Defende que a avaliação dos professores não se pode fazer [é parte indissociável] sem se fazer a avaliação da escola? Ou seja, defende que a um problema grave (ADD) o governo junte outro problema (avaliação da escola)? Ou quererá dizer que numa escola medíocre não pode haver bons professores? Ou que numa escola excelente, todos os professores serão excelentes?
3 - A reforma drástica da IGE seria para se fazer este século ou no próximo?
4 - Será que SC em dois meses teria tido tempo para  retirar os professores da escravidão onde os coloca?


Era este o trunfo?


Reitor

5 comentários:

  1. De facto, o até agora respeitadíssimo professor Santana Castilho tem-se excedido em emoções desbragadas, que toldam a razão e, naturalmente, denotam a sua insatisfação por não ter sido o escolhido para Ministro da Educação. Como tal, as suas últimas intervenções perderam o equilíbrio e a sensatez, que seriam altamente exigíveis neste tempo. Pena é que muitas críticas ao actual MEC continuem a basear-se em simples emoções e mera opinião pouco fundada, pouco informada e pouco razoável. Seria bom que todos os professores exibissem um outro nível e preparação intelectual, pelo menos na área da educação.

    Bem visto, Reitor.

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  2. É esta a resposta do reitor??? Muito pobre.

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  3. Pelo menos num ponto essencial tem o professor Santana Castilho muita razão, a necessidade urgente de revogar o Modelo de Gestão e o REDEMOCRATIZAR. A defesa de métodos eleitorais coloca-o, neste aspecto, do lado da DEMOCRACIA,e separa-o do resto da direita conservadora e autoritária da vasta coligação Sócrates, Passos, Portas. O que o actual modelo provocou nas escolas foi um verdadeiro processo de FEUDALIZAÇÂO, em que uns senhoritos/alcaides/directores controlam com poder absoluto todos os órgãos e cargos no interior da escola, do mais insignificante ao mais relevante - coordenação de grupos disciplinares,de departamento,de direcção de turma, Conselho Pedagógico. Acabou a autonomia científica e pedagógica dos professores de qualquer área científica, acabou a liberdade e o espírito crítico,triunfou a subserviência e o compadrio, a lógica da "encomendação", "homenagem" e "juramento de fidelidade". Há um avassalador domínio político da política do chefe a que se submetem as vertentes científicas, pedagógicas e profissionais. Já não se fala livremente na escola,já é preciso estar atento aos "olhos e ouvidos do chefe", as novas gerações de professores (e as outras) já interiorizaram esse novo ambiente e adoptam as estratégias de sobrevivência mais adequadas, procuram o "agasalho" possível.Aqui estou com Santana Castilho, só um NOVO SOBRESSALTO DEMOCRÁTICO permitirá alterar a situação. Mas é uma prioridade.

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  4. Boa tarde!
    Desde já quero dizer que tenho uma profunda admiração pelo professor Santana Castilho, uma voz lúcida que sempre se fez ouvir a favor dos professores, um dos poucos que não se calou nos momentos difíceis da era MLR. Considero a resposta do Reitor sem substância quanto à argumentação do prof. Santana Castilho. E acrescento que, em democracia, a liberdade de expressão deve ser um mote, mas a análise pejorativa do que foi escrito e de quem escreve, não deve constituir-se como motivo. Goste-se ou não, há realidades nas escolas que foram expressas pelo prof. S.C.e cito um exemplo claro...a avaliação dos professores não deve estar dissociada da avaliação das escolas. São dos finais do século XX vários estudos internacionais que concluem que a acção do professor está intimamente subjugada ao clima organizacional (veja-se Hargreaves, p.ex.). O grande problema deste país é que os intervenientes nestas questões nunca estão desligados das facções políticas, e isso, compromete uma análise clara e condicente com a realidade...Atentamente...uma professora

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