O ensino básico e secundário português vive há décadas esmagado pela planificação central, o monopólio do Estado e o protecionismo. A opacidade tomou o lugar da transparência. Um sistema público educativo que distribui os alunos pelas escolas de acordo com o critério do código postal dos encarregados de educação só tem semelhanças com um sistema público de saúde que obriga os utentes a recorrerem ao centro de saúde que serve o respetivo código postal. Não admira que um e outro sejam despesistas e sirvam mal os portugueses .
O Ramiro nem sempre acerta, mas quando fala de liberdade está quase sempre bem.
Contrariar a possibilidade de os portugueses escolherem os serviços públicos que mais lhes interessam é negar um direito de cidadania apenas a alguns - os portugueses mais fracos e de menor condição social e económica - e proteger uma boa parte que, através do conhecimento, da cunha, do dinheiro e de outros expedientes, faz todos os dias aquilo que todos os portugueses deviam poder fazer e não podem: escolher, tomar decisões, acertar, errar, crescer...
Se dependesse de mim, não seria tão radical como o Daniel Bessa. Bastava que se abrissem os serviços públicos à concorrência - entre eles e entre eles e os mesmos serviços prestados por privados. Seria um autêntico 25 de Abril.
Sem comentários:
Enviar um comentário