sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um Postezito Dedicado Aos Fervorosos Defensores do Estado "Social" Em Que Vivemos

O problema para esta geração [25-30 anos] não é ser despedida com justa causa ou por razão atendível (e não cabe certamente a uma Constituição detalhar esta matéria), mas sim não ser contratada

Não ignora ... e aprendeu à sua custa que as escolas públicas, apesar de saírem bem mais caras que os colégios privados, são aquele sítio que os políticos dizem maravilhoso para ser frequentado pelos filhos dos outros.

Com revisão constitucional ou sem ela, estamos a assistir ao fim desta vida dupla que nos habituámos a levar entre o serviço público gratuito constitucionalmente inscrito e a realidade onde o serviço público nos serve cada vez menos.

E este Estado está a acabar pela prosaica razão de que não há dinheiro.

Por mais que se revirem os escalões do IRS, que se grite contra os ricos ... não há dinheiro que chegue para sustentar o delírio despesista que se construiu em nome da igualdade, do Estado social e do gratuito.

Donde o Estado social ser hoje profundamente injusto do ponto de vista social – não só 15% da população paga 85% dos impostos como esses 15% não são ricos – como representa uma espécie de traição geracional: as gerações que estão no poder começaram por pactuar com o endividamento e agora agarram-se a garantismos e regalias de que sabem que as próximas gerações não poderão usufruir mas terão de pagar.

O nosso gratuito de hoje é um cartão de crédito que descontará nas contas dos nossos filhos e dos nossos netos.

Quem se senta na cadeira do poder deste Estado social e lhe domina a linguagem tem ao seu dispor uma fantástica máquina de poder, pois não só o Estado cresceu desmesuradamente como adquiriu uma postura algures entre a assistente social e a educadora de infância que, ao contrário do que acontece com os poderes tradicionais, dificilmente se contesta mas é muitíssimo mais intrusiva e autoritária: o que comemos ou a educação que damos aos filhos são agora objecto de disposições legais que, independentemente de se concordar ou discordar delas, dificilmente acreditávamos possíveis de serem impostas há alguns anos. A própria consciência de que o sistema está a viver dias muito difíceis acentua este espírito de servidão: todos esperam não ser excluídos do gratuito, do subsídio, do apoio

Quando o Ministério da Educação recusa colocar professores nas escolas primárias que as autarquias e as famílias querem manter abertas, quando apenas se dá a conhecer em Agosto a lista das escolas que vão fechar ou se acaba sem dar satisfações com o ensino recorrente, quem governa porta-se como o dono da coisa. E, de facto, é-o.

O Estado social que temos é economicamente insustentável, socialmente injusto, mas politicamente tornou-se um campo de poder inesgotável para quem o controla.

Helena Matos oferece-nos um dos mais acutiliantes textos a favor da liberdade, da democracia e do Estado de Direito.

Um libelo contra os "democratas" que vêm construido o Estado português nas últimas décadas, verdadeiros e únicos senhores e "donos da coisa" pública. Não só amealham hoje como colocam os portugueses de mão estendida à espera da tigela. Autênticos servos do senhor Estado (totalitário). À espera do subsídio, do apoio, da mama futura, não vá um dia faltar o provento.

E os mais lúcidos, os mais jovens, os mais inconformados já não lutam, já não se levantam contra este estado de coisas. Não, não, os mais jovens e os mais lúcidos integram de corpo e alma este novo Estado "Social" de servos: tudo fazem e dizem para o manter a todo o custo, não vá um dia, também eles, precisarem da mama...

Uma tragédia.

Reitor

7 comentários:

  1. Ora cá está um post que não engana ninguém.
    O Reitor decidiu que o Estado Social será a morte deste pequeno país se, entretanto, nada fizermos para nos livrarmos dele.
    O Reitor adivinha que, uma vez desmantelado o dito cujo, Portugal, finalmente, se libertará do que o traz estrangulado, por estes dias.
    etc...
    etc...
    etc...

    Gostava de apontar ao Reitor apenas o exemplo de alguns dos países mais civilizados do mundo e mais avançados na qualidade de vida e mais relevantes em termos de bem-estar físico e social dos seus cidadãos, como exemplo daquilo que são Estados Sociais sem comprometerem nem a economia, nem o futuro da gerações vindouras.
    Não vou nomear nenhum desses países. Apenas lhe digo, Reitor, dirija o seu olhar para o norte. Veja lá se as suas vistinhas alcançam a Escandinávia (para não irmos muito longe).
    E finalizar, dizendo que, os cidadãos dinamarqueses são os mais felizes do mundo; têm baixissimos níveis de corrupção; pagam altos impostos... ... ... mas querem que a dinamarca siga sendo como é hoje em dia: um país com uma economia mista que funciona e onde os cidadãos se respeitam e se protegem mutuamente.
    Saudações
    Cross

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  2. Pois, pois... Acontece, porém, que no nosso Portugal os cidadãos não se respeitam, fogem aos impostos e a corrupção é das mais elevadas da Europa, e sempre a subir.

    Tome nota cross: Não quero um Estado "social" como o nosso, que é injusto, parcial, paralisante e nepotista, mas não desdenharia nada viver num Estado Social como os do norte da Europa.

    Espero que não se sinta enganado com esta última declaração.
    ;-)

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  3. Oh Reitor!
    Então a crise externa, a vigarice dos grandes bancos, a intrujice das grandes e re putadas empresas de avaliação das grandes empresas e bancos, a especulação financeira contra os Estados, a dádiva dos impostos pagos pelos cidadãos mais pobres aos Administradores (mais ricos) da globalização desregulamentada, etc... não foram quem COMEU o Estado Social?
    Então o Keynes era destituído e com as suas teorias resolveu as crises com o conceito de Estado Social?
    E o Stiglitz e o Krugman, keynesianos, não estão vivos e críticos quanto a este capitalismo mundializado e desregulado?
    Só o Friedman (o menos Estado+Privado) é que era o mais esperto e que nos levou a isto? Esta teoria económica morreu e nós estamos a pagar o enterro, de 1ª categoria.

    Reitor, sem o Social, só fica o Estado e nos tempos que correm, o que é isso?
    E não se esqueça dos off shores...

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  4. Captei-te a onda Reitor :-)!
    Ajunto que, assim sendo, temos é que refazer tudo, quase desde o princípio, por forma a construirmos o tal estado de respeito colectivo onde dê gosto viver.
    Fazer como eles fazem desde tempos imemoriais: INVESTIR A SÉRIO NA DE EDUCAÇÃO NACIONAL por forma a transformarmos este desgraçado país numa terra onde se possa gosto dignamente.
    Saudações
    Cross

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  5. Oh Miguel!
    Então o Estado? Como pode o Estado deixar que a crise, os grandes bancos, a globalização, blá, blá, blá...afecte o "Social".
    Como pode o Estado que você defende deixar o cidadão tão indefeso?
    Os portugueses sofrem porque o seu Estado foi capturado pelo "capitalismo mundializado e desregulado". Coitadinhos dos portugueses...
    Mas, já agora, não foram os portugueses que elegeram livremente um mentiroso para os governar?

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  6. A dupla R&R (Reitor e Ramiro), dois lunáticos medíocres, tem vindo a revelar-se defensora da total privatização da educação. O curioso é que ambos são pagos pelo Estado!!! Então, meus, onde está a vossa coerência?
    A propósito: o vosso PSD não apoia a redução de alunos por turma. Como vão usar os vossos argumentos de estilo bolchevique?

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  7. Reitor
    Toda a gente sabe que como poder, o político está hoje em 4º lugar:
    1º Finanças
    2º Economia
    3º Comunicação Social
    4º Político
    ...

    Dei-lhe uns poucos de Nobel da Economia e vem-me com blá, blá, blá?

    Realmente foram os portugueses que elegeram um mentiroso, em quase todas as eleições pós.25 de Abril e elegerão outro nas próximas eleições, seja ele qual for, e se for o PPC, que não é mentiroso (tirando aquela do PEC), mas é um falacioso de 1ª água, que nos deixa sem escolha, mas que deve ser a favor do Estado Social que o Reitor e mais gente defende e da livre escolha das escolas, com o nosso dinheirinho para pagar (com o cheque ensino) o colégio privado dos pobrezinhos e dos mais ricos. Ou há igualdade...
    O azar para o ensino privado, é que a crise se está a encarregar de acabar com ele, por falta de fundos, dos cidadãos, que podiam escolher, podiam...

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