Já "aprendi" esta teoria da escolha das escolas, há 13 anos, num cursinho e já nessa altura era impossível a tese, matematicamente falando. A mais simples:
a) Há 1.000 alunos numa comunidade e 2 escolas;
b) Todos (ou quase todos) escolhem uma delas:
c) Como se resolve o problema?
Pedi-lhe para me dizer qual era a capacidade de cada uma das escolas apontadas e ele respondeu-me desta forma:
É indiferente!
Se cada uma tiver 500 lugares e houver 501 que preferem uma delas, qual é o aluno que deve ir para a que não escolheu?
1 - Resposta rápida e concisa, do tipo chuchlista: O aluno que deve ir para a escola que não escolheu é aquele que ficar em último lugar depois de aplicados os critérios de distribuição de alunos pelas escolas em vigor no país.
Ou, dito de outra maneira: os critérios de falsa declaração de residência, de falsa declaração de local de trabalho dos pais, critérios de número de porta e de indicação de encarregados de educação postiços (não, não estou a pensar em niguém da CONFAP), actualmente em voga, servem perfeitamente para a seriação dos alunos.
E deixe que lhe pergunte: independentemente das teorias organizacionais, dos bons gestores, do bom ambiente, etc... acha que as boas escolas nascem por aí? Então os alunos não são os das comunidades com as suas especificidades? E os professores não são colocados eleatoriamente, por sua vontade?
Que relação existe, de científico, na conjugação de todas estas variáveis?
E os factores sócio-económicos e sócio-culturais das famílias e dos agentes das comunidades?
2 - Resposta rápida e concisa de cidadão comum:
- Não, as boas escolas não "nascem por aí". Fazem-se.
- As boas escolas fazem-se com bons alunos, bons professores, bons contínuos e bons gestores .
- Só boas escolas, repito, só as boas escolas é que são capazes de promover a mobilidade social e fazer com que os cidadãos ultrapassem factores sócio-económicas-culturais desfavoráveis.
- As boas escolas atrairão os melhores alunos que as tornarão cada vez melhores na prossecução dos seus objectivos. A tal pescadinha-de-rabo-na-boca.
- A relação que existe na conjugação de todas as variáveis pode traduzir-se da seguinte forma:
As boas escolas não consentem, nem toleram sequer, a preguiça, a mentira, as falsas habilitações, os diplomas de favor, a compra de portefólios e de "histórias de vida", o amigismo, a intrujice... antes combatem estes maus hábitos.
Penso que respondi.
Reitor
E respondeste muito bem, Reitor!
ResponderEliminarReitor
ResponderEliminarNão tenho tempo para o "contraditório", porque vou sair daqui a pouco, mas voltaremos ao assunto, ou melhor, aos assuntos, porque dispersou-se e foi por aí...
O tema era, a livre escolha das escolas,pelos EE.
E falou de tudo, menos disso.
Falou dos critérios de admissão chuchlistas, dando-me razão, porque não definiu critério nenhum, nem justificou matematicamente como se resolvia;
Passou depois para a qualificação das escolas, dizendo que não "nascem", fazem-se... com uma ementa vaga e condimentos qb, mas esqueceu-se que, desde que se fazem Rankings, NUNCA as mesmas escolas ficaram nos mesmos lugares e algumas das melhores e até 1ªs num ano, passaram para o meio da tabela, o que demonstra o que eu defendi, o aleatório processo da gestação (não Gestão) das ditas.
Só para acabar este bocadinho, os bons membros da comunidade escolar, fazem-se, dando-lhes formação (aos professores não, porque quem a dá normalmente nunca deu aulas)...
Finalmente, acha bonito, motivador, alguns panos horrorosos que algumas escolas penduram, desalinhadas, a fazer de conta que estão a fazer publicidade e a chamar povo? Não sabe também que este processo da escolha, leva à rejeição de alunos mais fracos, pelos gestores das "boas " escolas?
Reitor, já dei para esmola para esse pobre e alguns países também, mas já chega, porque a teoria da escolha, além de ser impossível, injusta e desumana, é mesmo um bom exemplo do neoliberalismo e não do socialismo, ou social-democracia, ou...
Bom domingo e pense nisto e em coisas melhores.
Reitor
ResponderEliminarNão tinha reparado que havia um comentário anterior, até porque ia sugerir-lhe que colocasse aqui ao lado, a foto da actual ME, que tem sido pior do que a anterior, mesmo com aquele sorriso de cera, que só engana quem quer ser...
Ramiro Marques
ResponderEliminarUma resposta do tipo: "E respondeste bem, Reitor! não mereceria, de quem vem, um discurso mais científico, uma argumentação mais pormenorizada, uns corolariozinhos convincentes, umas tabelas e bibliografia que justificassem e uma conclusão concisa?
Ou passei a ser burro?
Quem mudou de opinião (não só neste caso) não fui eu, foi alguém, com base apenas em simpatias, que o coração justifica, mas não a razão...
Para melhor e mais completa informação, os meus comentários e de outros, nascerem deste post:
ResponderEliminarhttp://educacaosa.blogspot.com/2010/09/cinco-postezitos-bonzinhos-que.html
Vá lá, Miguel, que tinha de sair, senão escreveria mais comentários ;-)
ResponderEliminarAcrescento o seguinte: a livre escolha da escola é um direito de qualquer cidadão em qualquer país civilizado. E, se não é, deveria ser.
Os problemas decorrentes da livre escolha, especialmente o mais notório - haver escolas que, pela deficiente qualidade, perderiam alunos e professores e orçamento... - são problemas de somenos, perfeitamente irrelevantes perante o direito de livre escolha.
A única preocupação do Estado deveria ser a de assegurar a educação escolar de todos os jovens e não haver um único que ficasse sem escola ou que tivesse de se deslocar para uma escola longínua - como infelizmente acontece hoje com este Governo socialista (e não há livre escolha..), com o beneplácito dos autarcas.
Portanto, você vive bem num país em que não temos liberdade para escolher os serviços que pagamos com os nossos impostos (excepto alguns portugueses, como você, presumo, que podem escolher os serviços de saúde), em que somos obrigados a colocar os nossos filhos em escolas de fraca qualidade só porque vivemos naquela "área pedagógica", em os nossos petizes têm de se deslocar dezenas de quilómetros para terem educação escolar... Você é feliz.
Eu não vivo bem num país assim.
Reitor
ResponderEliminarJá cheguei, mas hoje não é dia. Já escrevi um relambório, mas a google anda a falhar. Vou ver se resumo.
Estamos a falar de coisas diferentes, p aorque o Reitor defende a liberdade de escolha da escola sem dizer como se faz na prática, nem entendo as vantagens), mas eu venho do tempo da defesa da liberdade de expressão, isso sim, um direito humano.
Eu defendo, a qualidade da escola, pública (ou privada), mas de todas, o que elimina o direito de escolha que defende. É tão simples de entender e é tão coerente para quem conhece tudo o que já disse na blogosfera.
Sobre as presunções que faz à minha pessoa, não teve sorte, porque eu sou sempre e em tudo coerente. Tenho ADSE, como o Reitor (agora sou eu a presumir), mas inscrevi-me e uso o SNS e ainda tenho muitos amigos, alguns deles médicos, que nem me cobram.
Se sou feliz? De vez em quando, uns momentos, mas não pelas razões que aponta. Como é que se pode ser feliz, mesmo com a barriga cheia, se se sabe que o vizinho passa fome? Sei lá!
Já agora, quero que saiba que depois de incluir o "contra-facções" na lista dos seus blogues, os visitantes crescerem "exponencialmente", vindos daqui, o que significa que tem muitos leitores. Parabéns
Foi um prazer conversar consigo e um bfs.
Peço desculpa e sei que é uma minudência colateral, mas será que o Miguel Loureiro podia parar de usar a vírgula entre o sujeito e o verbo? Faz-me confusão ler pessoas cultas a praticar este tipo de erros.
ResponderEliminarNina Santos
Peço desculpa e sei que é uma minudência colateral, mas será que o Miguel Loureiro podia parar de usar a vírgula entre o sujeito e o verbo? Faz-me confusão ler pessoas cultas a praticar este tipo de erros.
ResponderEliminarNina Santos
Peço desculpa e sei que é uma minudência colateral, mas será que o Miguel Loureiro podia parar de usar a vírgula entre o sujeito e o verbo? Faz-me confusão ler pessoas cultas a praticar este tipo de erros.
ResponderEliminarNina Santos
Oh! O comentário saiu em triplicado!
ResponderEliminarO computador está lento e eu cliquei mais vezes do que devia.
Peço desculpa.
Nina Santos
Bolas! :)) eu quis referir o uso indevido entre o verbo e o complemento directo!
ResponderEliminarExº:Eu defendo, a qualidade da escola...
O tema era, a livre escolha das escolas
Nina Santos
Nina Santos
ResponderEliminarMuito obrigado pela correcção, mas nestas coisas dos comentários, a "carola" anda mais rápida do que a escrita.
Confesso que uso vírgulas demais, dizem as professoras mais novas, mas eu acho que aprendi a "virgular" com outras regras.
Mas fiz-me perceber?