A questão não é saber se jovens intelectualmente menos capazes e socialmente mais desfavorecidos, com um cheque-ensino na mão, teriam ou não acesso às escolas de elite. Essa questão é irrelevante. O que importaria verdadeiramente - e isto trata-se de LIBERDADE - é que todos os portugueses, inclusive os mais desfavorecidos pudessem matricular os filhos numa escola que não a da sua área de residência (mesmo que pública).
Ah, dirão os amigos socialistas, mas nem todos poderiam matricular os filhos nas escolas da sua preferência, quer porque algumas praticariam preços elevados, quer porque a procura poderia ser maior que a oferta e alguns teriam de ficar de fora (das suas preferências), como apontou o Miguel Loureiro num poste mais atrás.
Eu sei muito bem disso. Mas, mais uma vez, esta questão é irrelevante.
Eu sei muito bem disso. Mas, mais uma vez, esta questão é irrelevante.
Em liberdade, relevante é o facto de todos sermos livres de comprar um Ferrari e não o facto de nem todos o podermos comparar.
A liberdade de acesso a uma educação de qualidade, a liberdade de acesso à justiça, a liberdade de acesso à saúde é um bem do Estado Social que, hoje, homens como Sócrates e Alegre ajudam, todos os dias, a colocar nas mãos dos ricos, dos poderosos e dos que se movem nesses sistemas.
Saber se alguns destes levam os filhos ao Centro de Saúde ou os colocam na escola ao lado, é perfeitamente irrelevante. Fazem-no porque querem e porque lhes dá mais jeito.
E sempre, sempre, porque são mais livres.
Reitor
A questão está muito bem colocada. Chegámos ao cerne da questão que separa os democratas dos socialistas.
ResponderEliminarEpá, vocês dois não percebem nada da fruta.
ResponderEliminarO que faz uma escola são os seus alunos! A influência da gestão, do corpo docente, dos funcionários é mínima.
As escolas boas só o são porque têm bons alunos. Troquem todos os alunos de uma qualquer escola pública dos subúrbios de Lisboa pelos de um desses colégios privados e vão ver a inversão no ranking.
Baixem um pouco às escolas, deixem os condomínios privados e as ESE's cheias de teorias de há 20 anos.
Com os melhores cumprimentos
Reitor,
ResponderEliminarSubitamente passei a ser um "amigo socialista"?
"Em liberdade, relevante é o facto de todos sermos livres de comprar um Ferrari e não o facto de nem todos o podermos comparar."
ResponderEliminarSe não posso comprar sou livre de comprar. Esta é a conclusão que tenho de tirar.
Se eu não posso comprar,
como sou livre de comprar?
Engano o vendedor?
Compro e não pago?
Estas discussões são estéreis e trazem sempre água no bico!
O nossa educação com tantos problemas e os arautos da liberdade perdem tempo com conversa de treta. Haja paciência!
ResponderEliminarReitor
ResponderEliminar"Em liberdade, relevante é o facto de todos sermos livres de comprar um Ferrari e não o facto de nem todos o podermos comparar."
Esse é o corolário que leva à negação da sua Tese!
"A liberdade de acesso a uma educação de qualidade, a liberdade de acesso à justiça, a liberdade de acesso à saúde é um bem do Estado Social que..."
Porque não escreveu: A liberdade de acesso a uma educação de QUALIDADE, a liberdade de acesso à justiça de QUALIDADE, a liberdade de acesso à saúde de QUALIDADE é uma OBRIGAÇÃO do Estado Social que...
A QUALIDADE tem quer intrínseca ao serviço, público ou privado.
Não entendi o que têm os democratas e socialistas a ver com as calças...
Reitor
No post aonde foi buscar o intróito, tem lá tudo explicadinho sobre a "liberdade de escola", embora as conclusões sejam um pouco dúbias, porque não se sabe se são de um democrata, ou de um socialista.
Liberdade, liberdade, é podermos dizer isto tudo e termos a liberdade de pagarmos as SCUT, mesmo sem o Ferrari...
Abraço
cof, cof
ResponderEliminarNa minha pública escola dum desprezado e carente subúrbio, onde os alunos chegam ao 5º ano mal sabendo ler, as turmas estão já com 28, 29, 30 alunos. Exclui-se uma de percursos ditos alternativos onde "incluíram" oito alunos ciganos num total de 17 "com dificuldades".
Aqui há poucos anos verifiquei que enquanto nesta as turmas já iam com dimensões próximas destas, na zona nobre da cidade que fica próxima as turmas tinham 20 alunos e no fim dos períodos as pautas consultáveis na net estavam cheias de 4 e 5.
Quero com isto dizer que não temos uma escola pública. Temos várias, de acordo com os clientes ou fregueses. A inspeção até deu boa nota à minha - os resultados são péssimos mas para quem é frango de aviário engripado basta. E até os barracões de madeira cobertos a amianto onde decorre a maioria da aulas passam despercebidos à parque escolar.
Eu que não sei (nem quero saber) se sou democrata ou socialista ou ista, ista, ista bem gostava de conseguir entrar nessas elevadas conversas mas, face ao antes exposto, não enxergo...
ResponderEliminarEstá a parecer-me que daqui a uns (poucos) anos a maioria destes aquartelamentos será encerrada.
Cada um que se amanhe.
Setora
ResponderEliminarO relato que faz da sua escola, é o resultado da "livre escolha da Escola", que já se pratica há vários anos, para não falar na "livre escolha das turmas" em cada escola.
E toda a gente sabe disto, mas viva a liberdade... de expressão, ganha à custa dos democratas.