Trancrevo duas passagens notáveis:
"Não são aceitáveis mais mortos e feridos graves na linha do Tua, ou em outras linhas do Douro, onde se circula a velocidades de 20 ou 30 quilómetros hora"
"Não é mais uma acidente. É mais um crime. Estas mortes são resultado da incúria, do desleixo, da irresponsabilidade política, dos jogos de interesses, inaceitáveis quando estão em causa o serviço público, o património, a imagem da região e, sobretudo, a segurança das vidas humanas"
O texto de GMP é um grito de desespero cívico de milhares de durienses esmagados pelo desinteresse e abandono a que foram votados pelo Estado e por aqueles que o dirigem.
É uma acusação pública ao governo (aos governos) que, ano após ano, desertificam o interiror sugando-lhe as energias e os recuros.
É um libelo acusatório contra aqueles que fecham hospitais, maternidades, escolas, postos dos ctt e todo o tipo de serviços públicos a que têm direito as populações que vivem no interior do país. Direito acrescido diria eu.
É a denúncia do ultraje que os nossos políticos dirigem a todas as regiões, e aos seus povos, onde o número de votos não é suficiente para os colocar à mesa do orçamento.
Vimos no passado domingo, na TV, um grupo de jovens durienses a recolher parafusos, alguns soltos, na linha do Tua, desapertando-os à mão. Ofereceram-nos ao chefe da estação para entregar ao presidente da CP.
Há imagens que valem por mil palavras...
Já foi entregue pelos técnicos ao Ministro Mário Lino o relatório preliminar das causas dos "acidente". As conclusões afastam "a existência de qualquer problema com a automotora e com a linha", como seria de esperar num país que aceita, sem respingar, ser governado por políticos que que os inundam de mentiras. Mentiras sobre os seus negócios privados, mentiras sobre os negócios públicos.
O exemplo dos políticos há-de servir aos técnicos por eles nomeados ou que deles dependem.
Há imagens que valem mais de mil palavras...
Não chores Douro. Revolta-te.
Reitor
Sem comentários:
Enviar um comentário