sexta-feira, 17 de junho de 2016

Apesar Dos Preditores Explicativos Serem Multidemensionais, o Gajo Está a Bater Um Lero


«2. Neste nobre desafio e mandato cometido constitucionalmente à escola, é imperativo que esta se implique e mobilize na dinamização de uma consciencialização de toda a comunidade de que o sucesso escolar é possível para todos os alunos e que, para tal, se exige um compromisso e intervenção dos diferentes agentes da comunidade educativa. Todavia, é à escola, enquanto instituição especializada para a realização da função social educativa, que compete a liderança do processo curricular e pedagógico, bases primeiras da sua razão de ser e carta de compromisso, promovendo para o efeito práticas que permitam prevenir o insucesso, privilegiando a intervenção precoce, em detrimento de um enfoque em estratégias remediativas, suscitando oportunidades e respostas de formação contínua em contexto escolar, direcionada ao trabalho em sala de aula, às questões metodológico-didáticas, à pedagogia diferenciada, à avaliação para as aprendizagens, à reflexão sobre práticas locais e ao desenvolvimento de estratégias inovadoras e indutoras de mudança. Este tem de ser o foco, o campo de ação onde predominantemente nos devemos mover, o que temos de fazer muito bem e que nos distingue de outros profissionais. É esta a nossa primeira prioridade. Para os 30% de alunos que aos 6 anos e apenas três meses após o início das aulas já denotam fortes indícios de grande fragilidade nas competências da leitura que resposta pedagógico-didática tem a escola para eles, de modo a corrigir a situação e evitar que venham posteriormente a integrar as fileiras dos alunos a reter? Eis apenas uma das situações ilustrativas, denotadora de
uma fragilidade educativa que atravessa a esmagadora maioria dos Agrupamentos, e que tenho recorrentemente apresentado nos recentes encontros subregionais. E se mergulharmos intra-agrupamento, observando e esmiuçando cada uma das situações específicas das várias EB1 que o integram, seremos provavelmente surpreendidos com a disparidade das situações e a emergência de uma resposta eficaz para o problema. Apesar de os preditores explicativos serem multidimensionais e não devermos escamotear fatores extrínsecos à escola, a nossa primeira abordagem deve dirigir-se a fatores escolares intrínsecos. Somos profissionais de uma instituição educativa que disporá certamente de conhecimento sobre metodologia e didática, técnicas de pedagogia diferenciada, sendo neste campo de ação que em primeiro lugar nos devemos centrar, recorrendo se necessário ao instrumento da formação contínua em contexto escolar, direcionada e focada em abordagens e competências alternativas de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita para perfis de alunos a que os métodos usualmente utilizados no agrupamento não têm respondido eficazmente».
Dass...

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