quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os Extremos Acabam Sempre Por Se Tocar

Estes dois intelectuais da nossa praça - um de direita e outro ex-quase-Secretário de Estado do ex-quase-ministro Santana Castilho - vêm defender o indefensável.
O Ramiro, na ânisa de defender os seus novos amigos vem reclamar do MEC a responsabilização dos diretores dos agrupamentos escolares por eles fazerem, precisamente, o trabalho sujo que o próprio MEC lhes deitou para as mãos: criar critérios particulares de contratação de professores. Pena foi que não tivesse exigido, com idêntica solicitude, a investigação do próprio MEC, por entidade externa, sobre os concursos nacionais de professores levados a cabo pela DGRHE, esses sim com critérios plasmados em lei e de caráter universal e que, segundo rezam as notícias, foram já alvo de contestação judicial tantos foram os prejuízos causados a dezenas de professores.

A este respeito, também não é estranho o silêncio dos xicoespertos da esquerda radical sobre estes casos gritantes que vieram a público. Estes defensores da "colegialidade" da gestão sabem bem que os critérios de contratação de professores, severamente  criticados pelo Provedor, foram criados e são da responsabilidade exclusiva do órgão colegial de gestão pedagógica das escolas, o Conselho Pedagógico. Mesmo que venham dizer que o Diretor também faz parte do Conselho Pedagógico, a responsabilidade pelos absurdoscritérios será do coletivo Conselho Pedagógico e não do Diretor. Quando corre bem, é mérito do órgão colegial, quando corre mal, é do outro...

Para compor o ramalhete e na falta de melhor, veio o Octávio Gonçalves "vender-nos" a teoria de que para haver garantias?! as escolas devem utilizar os critérios objetivos da "classificação académica" e da "graduação profissional".
Embora não tivesse identificado os destinatários dessas garantias, disse o suficiente. Os critérios "objetivos" da classificação académica  e da graduação profissional garantem:

- a preservação da igualdade de oportunidades (dos professores);
- a proteção e a valorização do mérito (dos professores);
- a inibição de tendências nepotistas e caciquistas (sobre os professores);
- acautelar a qualidade do ensino (aferida, obviamente, pela classificação académica e graduação profissional dos professores!?). (sublinhado meu)


Os "critérios objetivos" da classificação académica e da graduação profissional não estão mal para um concurso nacional de colocação de professores em escolas públicas, de frequência obrigatória, onde não há liberdade de escolha.
Também não estaria mal se a colocação fosse feita pelo critério da ordem alfabética do nome próprio dos candidatos. Ou pela altura. Ou pela antiguidade na carreira. Ou pela velocidade nos 100 metros planos...

O pior, Octávio, vai acontecer quando os alunos passarem a ser a principal preocupação do MEC. E os pais passarem a poder escolher a escola. E as escolas sem qualidade começarem a fechar as portas.

Os critérios de colocação de professores passarão a ser outros.

E vais ter de substituir a  tua teoria.


Reitor

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