sábado, 2 de fevereiro de 2008

Mais um com ideias ...ligeiramente à esquerda

O Pedro diz num recente poste que: "O conselho geral, na falta de candidatos conhecidos, é obrigado a optar por um desconhecido que virá – todo poderoso – governar uma instituição que desconhece". Está enganado. Na proposta em discussão, em lado alugum se diz que o Conselho é obrigado a escolher qualquer candidato que não deseje, nem mesmo que apenas um se apresente a concurso.
Mas, este poste do Pedro é, todo ele, um equívoco. Veja-se:
a) preocupa-se com o facto de o Director ser um "todo poderoso" e esquece-se que, mais ninguém na escola é responsável pelo que quer que seja. Se percorrermos o projecto, não encontramos niguém, para além do Director, que possa ser responsabilizado, de facto, por alguma coisa. A bem dizer, o Director tem pouco poder. Não pode admitir nem despedir professores nem funcionários.
b) preocupa-se com as candidaturas de "pessoas desconhecidas", que "desconhecem a escola, o contexto social e económico da população, os profissionais que nela labutam, o parque escolar, as dificuldades, etc". Bem, em que ficamos? Candidatam-se porque desconhecem ou candidatam-se porque conhecem? E, já agora, que faz o Conselho Geral?

c) preocupa-se porque o Conselho geral "vai nomear pessoas que desconhece, para cargos vitais na escola". Não vai não. Pela proposta, o máximo que o CG pode fazer é eleger e não nomear. Mas, mesmo que nomeassem, não me parece bem que se passe um atestado de menoridade aos representantes da comunidade. Afinal, eles saberão melhor do que qualquer outro, o que é melhor para a escola.

E não se preocupa com aquilo que mas deve preocupar os professores. As preocupações dos professores não estão no Director ou no CP. As preocupações virão do CG, órgão que pode ser dominado pela Câmara Municipal que tratará de empurrar "encarregados de educação" para as Associações de Pais e Encarregados de Educação.

Reitor

2 comentários:

  1. Ligeiramente à esquerda? Ena, ena! Nunca me tinham posicionado politicamente. :-)

    A propósito de responsabilidades unipessoais, a minha humilde visão sobre o apuramento daquelas em território nacional aponta directamente para aquele lugar comum da culpa a morrer solteira, coitada.

    Um todo poderoso que nomeia os coordenadores de departamento, que por sua vez dominarão o conselho pedagógico. É um exagero tipo pesadelo pindérico pré-1974, mas aflige-me.

    A participação dos representantes da comunidade na actual Assembleia de Escola e futuro Conselho Geral não prima pela abundância. Teoricamente, eles saberão o que é melhor para a escola. Mas, não passa de uma teoria. Infelizmente.

    A ver vamos, se este modelo for implementado, o que acontece. Tudo o que possamos escrever sobre o assunto não passa de especulação. Só a realidade permitirá confirmar ou negar os actuais receios.

    Fiquei a meditar sobre os seus comentários ao meu post. Nada é certo, quando se fala do futuro. Obrigado pelos momentos de reflexão.

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  2. Boas Pedro-na-Escola.
    Tem toda a razão no que toca à responsabilização efectiva dos responsáveis, passe o pleonasmo. Especialmente à responsabilização daqueles que nos dirigem, os políticos, claro.
    Mantenho que o Director é o único responsável a dar a cara no novo modelo des gestão. Ninguém mais o será, nem a administração educativa, nem o conselho geral, nem nenhum outro órgão. Por isso, não sei se tem assim anto poder...
    Mantenho que o que interessa, de facto, é haver rostos a quem responsabilizar e não "conselhos" sejam pedagógicos ou de outros tipos. Quem é o responsável pela decisão x ou y. E, se for colectiva, quem (que pessoas, exactamente,respondem por ela?)
    Concordo consigo e, parafraseando Popper, o futuro está aberto. Veremos como o faremos.

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