O Prós e Contras foi uma tragédia política para a equipa ministerial, para o governo inteiro e para o Primeiro Ministro. Foi mais um Contra e Contras, tão só esteve a Ministra. Esteve tão isolada que nem sequer apareceu no debate o Jorge "Sinistro" Pedreira. Sinal dos tempos...
Foi trágico ver os professores, subordinados, a chamarem "mentirosa" à sua Ministra, dizerem-lhe, olhos nos olhos, que as principais medidas políticas do governo, as Novas Oportunidades, eram uma "falácia", um "embuste", um "facilitismo" governamental.
Foi arrasadora a ideia que perpassou para a opinião pública de um Ministério da Educação incompetente e capaz de cometer as mais variadas ilegalidades. De um ministério acossado pela justiça e que vai ter de pagar aos professores as horas de trabalho que lhes roubou e que vai ter de suspender mesmo o processo de avaliação por erros grosseiros, por irregularidades formais e ilegalidades apontadas pelos tribunais.
Foi politicamente arrasador o ataque ao concurso de Professor Titular: um concurso viciado na sua origem e que, cúmulo dos cúmulos, não promoveu os melhores antes, permitindo que os menos habilitados e competentes tivessem atingido patamares superiores na carreira e, agora, sejam responsáveis pela avaliação de professores mais qualificados, mais habilitados e, em suma, de melhor qualidade que os avaliadores.
Depois disto, só resta ao Ingº Sócrates aceitar o pedido de demissão da Ministra antes do dia 8 de Março porque, se não o fizer, em 8 de Março não será só a Ministra a arder.
Reitor
Como em quase tudo o que aqui escreve vai falhar no prognóstico.
ResponderEliminarDepois era bom que lesse mais blogosfera para alem da docente, fora esta não ninguém a pensar o mesmo que você.
Ou acha que os portugueses estão preocupados com o facto dos srs professores não quererem ser avaliados.
Acha que eles percebem seja o que for de concursos de professores, titulares, etc...
Bom dia daniel.
ResponderEliminarNão tenho tempo nem para escrever, fará para ler "mais blogosfera"...
E também não fico muito preocupado se os outros pensarem diferente de mim.
Os prognósticos, parafraseando um ex-jogador de futebol do Porto, fazem-se no fim do jogo.
Passe bem.
Não é necessária nem indispensável que a volúvel opinião pública esteja do lado dos profes para que eles afirmem a sua revolta.
ResponderEliminarSabemos como se constroem opiniões.
Se eu mandasse, todos os comentadores (naturalmente com Miguel ST à frente) seriam despedidos.
Notícias são notícias, não têm que ser comentadas. Muito menos no exacto momento em que estão a ser dadas.
Não seremos capazes de pensar e formar opinião sem necessidade destes comentadores profissionais, arrogantes e bem pagos?
manuel m
Paulo, Baldaia, Director da TSF
ResponderEliminarFazer reformas que impliquem os funcionários públicos é brincar com o fogo e não há ministro que não saia chamuscado. Acontece até que há ministros, como Correia de Campos, que são queimados na praça pública. Manifestações atrás de manifestações levaram Sócrates a concluir que o ministro não ajudava ao bom desenvolvimento da política de saúde determinada pelo Governo.
Correia de Campos já faz parte da história e agora as manifestações, convocadas por sms ou trabalhadas com afinco pela Fenprof, são dirigidas contra Maria de Lurdes Rodrigues. Para a semana está marcada uma hiper, mega, gigantesca manif contra a ministra. A verdade é que muitos professores e muitos dos seus familiares não gostam que lhes mexam com a vida.
São anos e anos em auto-gestão. Com professores a faltar e os alunos a gozar o furo sem nada aprender e nada fazer. As aulas de substituição são já um dado adquirido, mas há bem pouco tempo havia gritos sindicais, atrás de gritos sindicais, contra a blasfémia ministerial.
Aliás, até uma boa medida como a estabilidade na colocação dos professores mereceu criticas dos sindicatos. Sempre que se pede aos professores que se adaptem ao novo mundo, pode até acontecer que a maioria dos docentes esteja disponivel para a mudança, mas os sindicatos é que não estão, nem estarão, para aí virados.
Sobre a mais recente polémica com a avaliação dos professores, a maioria dos que são bons está a favor e não quer mais adiamentos provocados pela desculpa de que o sistema não é perfeito. É aqui que os sindicatos devem começar a mudar. Se a avaliação é absolutamente necessária, e é, se os sindicatos não concordam com o método, e não concordam, devem apresentar o método que na sua opinião mais se aproxima da perfeição. Ou seja, fazer parte da solução e não do problema.
É preciso educar os novos sinicalistas para que não fiquem à espera das decisões governamentais. É preciso que a contestação permanente seja substituída pela permanente mudança a partir de dentro.
Os professores, como os juízes, os médicos e restante Função Pública têm de perceber que o emprego para a vida, com todas e mais algumas regalias, é chão que deu uvas. É urgente fazer melhor com menos dinheiro, porque não há cofre público que aguente uma vida de porta aberta aos interesses das corporações.
A FNE quase desapareceu do mapa mediático e a Fenprof controla a seu belo prazer os medos da classe. Quem os ouve acredita que o Estado anda a olhar para os professores como bandidos. Cria-se a ideia de que existe uma perseguição sem sentido aos docentes e eles ficam mais disponíveis para o protesto.
O protesto é, aliás, livre. E é, muitas vezes, uma arma contra a injustiça. Mas talvez fizesse bem aos sindicatos olhar para a sondagem, divulgada ontem pela SIC, em que os portugueses aparecem a dizer que a educação melhorou.
Esperemos que esta pré-campanha eleitoral fora de tempo - falta mais de um ano para as legislativas - não faça a oposição e os sindicatos serem do contra por ser contra, nem o Governo recuar à procura de votos. Para bem do país, avaliem os professores. Mesmo com um método imperfeito.
E deixem que a reforma da educação siga em frente! Como está é que não pode ficar.
Paulo Baldaia escreve no JN, semanalmente, aos sábados