Tribunal dá razão a sexto aluno que quis repetir exame de Química
Já falta pouco para que os portugueses que foram sujeitos à discricionariedade do despacho interno nº 2-SEE/2006, de 13 de Julho, do Secretário de Estado da Educação, Valter "reprovado por faltas" Lemos, o tal que permitiu que alguns alunos do 12º Ano pudessem repetir exames de Física e Química, na 2ª fase, e utilizar a melhor das classificações para acederem à universidade. Ainda se havia de investigar quais os alunos que beneficiaram desta medida - acho que se encontrariam alguns com nome sonante, enfim...
Este despacho foi o texto governativo mais caprichoso que vi nos últimos anos. E, mesmo rodeado das maiores críticas e de parecer negativo da Comissão Nacional de Acresso ao Ensino Superior, mesmo contrariando o princípio constitucional da igualdade, mesmo assim, fez-se...
A maioria pode cegar. A maioria absoluta pode cegar absolutamente.
A questão é que, neste portugal, quem se entala sempre é o mexilhão.
O prejuízo ser, mais uma vez, dos jovens que não puderam ter a oportunidade dos colegas. Mesmo aqueles que vão ganhando nos tribunais aquilo que uns comissários políticos lhes esbulharam nos gabinetes do poder, ficam muito prejudicados: É provável que percam o ano escolar e, certamente, muito dinheiro.
Aos responsáveis nada acontece. Tivesse o Valter, e todos o que o acobertaram, de pagar idemnização à americana pelos prejuízos causados a todos aqueles alunos que não puderam utilizar as melhorias para ingressar na 1ª fase de acesso ao ensino superior e outro galo cantava.
O nosso país confronta-se com varadíssimos problemas, mas o maior mesmo é ter uma justiça séria e dura para os pilha-galinhas e uma justiça débil - inexistente - para os poderosos.
As decisões políticas (e quem a toma) deveriam ter duas quotas de responsabilidade: uma quota, a maior, de responsabilidade política e, outra, de responsabilidade cível e criminal. Por questões de higiene.
Da parte que me toca tenho por certo que, quando houver cinco condenações transitadas em julgado sobre esta matéria, mesmo aí, o Valter e companhia erguerão, firmes, a cabeça e assobiarão, alegremente, para o ar.
"Ninguém cientificamente honesto pode negar ser [o aborto] a morte deliberada de seres humanos em desenvolvimento". Gentil Martins, "Público", 21 /12/2006.
Reitor
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