sábado, 2 de setembro de 2006

Impostura


Dos 96 mil e quinhentos alunos do 9º Ano, 19 mil (19,3%) chumbaram em 2004/2005. Mais 7,4% que em 2003/2004.
Foi a pior taxa de reprovação dos últimos 9 anos. E em 2006 será pior.
Diz a Ministra da Educação que estas 19.000 raposas se devem aos exames nacionais.
Os péssimos resultados dos alunos nos exames nacionais vieram mostrar que a qualidade das aprendizagens, é insuficiente, diz a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, no artigo de opinião de ontem no DN.
a melhoria dos resultados passa por mudanças nas nossas escolas, optimizando a capacidade técnica e de inovação dos professores e de outros profissionais da educação, defende a ministra, no artigo de opinião
E, para se melhorar a qualidade das aprendizagens, devemos melhorar as escolas e os professores.

Ou seja e expurgando o eduquês:
1 – As reprovações devem-se aos maus resultados dos alunos nos exames nacionais;
2 – Os alunos tiveram maus resultados, coitados [digo eu], porque as aprendizagens que realizaram ao longo do ciclo foram insuficientes;
3 – As aprendizagens dos alunos podem melhorar se melhorarmos as escolas e os professores.
Et voilà.

A incompetência, tal como a embriaguês, tem a particularidade de nunca se confessar, digo eu.

É caso para perguntar á Sra. Ministra.
Mas então, os professores e as escolas mudaram de 2003/2004 para 2004/2005 ou eram os mesmos? NÃO. O professores e as escolas eram os mesmos e as taxas de reprovação eram baixas.
E os actuais Ministra e Secretários de Estado – Valter “Reprovado por Faltas” Lemos e Jorge“Sinistro” Pedreira - eram os mesmos em 2003/2004, quando as taxas de reprovação ainda eram baixas? NÃO. No tempo em que as taxas eram baixas a equipa ministerial era outra.
Ah bom!

Sendo assim, talvez, repito, talvez, possamos tirar uma conclusão diferente da que tirou a Sra. Ministra:
De 2003/2004 para 2004/2005 pioraram os resultados escolares dos alunos do 3º ciclo, em linha, aliás, com o nivel, a qualidade e a competência dos governantes responsáveis pela educação, considerando o mesmo período.

A incompetência sempre marchou de mãos dadas com o atrevimento.
Reitor

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