Diretores querem o fim do peso excessivo da nota (de exame) no acesso ao ensino superior
As escolas privadas vivem do ensino com exames. Usam e abusam dos resultados dos exames para vender o seu serviço. O acesso ao superior e o "treino" dos alunos para exame tem sido o seu core business.
Porque vem então um dirigente das escolas privadas defender a redução do peso dos exames no acesso ao superior? Hum! Que cheirinho.
O dirigente das escolas públicas e representante dos diretores vem defender o mesmo. Ah! O mesmo? Sim, o diretor Filinto considera desmesurado o peso dos exames no acesso ao ensino superior.
Nenhum dos dois explica o que deve contrabalançar a redução do peso dos exames no acesso ao ensino superior, mas ambos partilham uma visão comum sobre a melhor forma de se educarem os jovens, sem que estes se preocupem com exames. Simplesmente, uma educação sem preocupações.
Todos sabemos que os bons comerciantes e industriais cheiram à distância as tendências de negócios. Os privados perceberam que o delegado da fenprof no Conselho de Ministros quer acabar com os exames a todo o transe. Para isso, tudo faz para os diabolizar e desacreditar.
Os privados percebendo que os exames podem ter os dias contados já estão a trabalhar. Não a trabalhar para a massa mas sim para a felicidade dos alunos, claro.
E já se adivinham alguns negócios para ganhar dinheiro: os cursos de preparação para acesso à universidade, a elaboração de currículos e de portefólios, a preparação para a entrevista, os gabinetes de apoio ao aluno e toda a indústria que vai desenvolver-se à sombra da alteração das regras de acesso ao superior e, vá, do perfil dos alunos, o novo maná das esquerdas cultas. Sim, os contactos certos também ajudarão imenso.
É bonito ver que vão de mãos dadas, as escolas públicas e as escolas privadas.
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